A infecção como fator de risco para a colestase associada a nutrição parenteral em crianças com idade superior a um mês

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Paulo Roberto Antonacci
Data de Publicação: 1993
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/197971
Resumo: A colestase associada à nutrição parenteral (NP) tem sido estudada em adultos e recém-nascidos, sendo muito escassos os estudos em crianças de outras faixas etárias. Ainda que se tenha tentado estabelecer associações entre ela e fatores relacionados ao paciente, à solução ou a circunstâncias que envolvem ambos, a sua patogênese parece ser multifatorial. Foram realizados 2 estudos: no primeiro, retrospectivo, foram analisados 113 pacientes de UTI, com idades de 1 mês a 14 anos, submetidos à NP por mais de 5 dias consecutivos. A incidência de colestase foi de 18%, com predominância (p=0,06) nos pacientes menores de 6 meses (26% vs 12% ). A incidência foi maior (p=O,O 1) nos pacientes submetidos à NP por mais de 2 semanas (25% vs 8% ), bem corno naqueles corri infecção grave (p=0,02) (24% vs 3%). A colestase predominou nos pacientes admitidos por infecção grave e com maior nível de gravidade na admissão à UTI. O seu aparecimento ocorreu em média 17,6 dias após o início da NP, variando de 5 a 35 dias. Fatores como a não-utilização simultânea da via gastroenteral, a presença de falências orgânicas e o uso de medicamentos não foram importantes na determinação da colestase. Controlando, através de regressão logística, o efeito simultâneo dos demais fatores- idade, duração da NP e presença de infecção grave- foi observado que o risco relativo para pacientes com menos de 6 meses foi 2,6; para a NP superior a 2 semanas, foi 3,1; para a presença de infecção grave, foi 7,4. No segundo estudo, foram analisados prospectivamente 30 pacientes com características semelhantes aos do estudo anterior, com infecção grave e sem suporte nutricional parenteral. A incidência de colestase foi de 17%, tendo aparecido por ocasião do diagnóstico da infecção. O grupo de pact.e ntes com colestase teve uma mediana de idade de 15 meses comparada à de 1O "m eses no grupo sem colestase. Também predominou nos pacientes admitidos por infecção grave, e naqueles com maior gravidade na admissão. Fatores como o uso de transfusões de sangue ou derivados, presença de falências orgânicas e uso prévio de medicamentos também não foram importantes na determinação da colestase. Ainda foram avaliadas a gama-glutarniltransferase ( GGT) e a 5'-nucleotidase ( 5 'N) séricas, tendo sido constatada uma fraca correlação (r=O, 1) dessas variáveis com a bilirrubinemia de reação direta nos pacientes da amostra; no entanto, a média dos resultados de 5'N foi mais elevada (p=0,03) nos pacientes do grupo com colestase. Assim, a colestase associada à NP na criança com idade superior a 1 mês é um fenômeno relativamente freqüente, e dentre os fatores de risco avaliados, o de mais importante associação com a colestase foi a infecção grave.
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