Constelações íntimas : afetos nas trajetórias não-monogâmicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/271725 |
Resumo: | Esta tese parte da perspectiva spinozista, tratada por Gilles Deleuze (1925-1995) como uma etologia, na qual o corpo é definido pelos limiares mínimos e máximos de sua potência. Nosso método de pesquisa busca compreender como se fabricam corpos não-monogâmicos, em seu modo singular, o indivíduo, e plural, as "constelações íntimas", termo proposto para definir arranjos amorosos, sexuais e amicais que escapam ao formato diático, neste trabalho. Por meio da cartografia, procedimento que traça um mapa dos afetos, a tese analisa histórias de vida de cinco pessoas que devêm não-monogâmicas e investiga quais afetos conduzem linhas de fuga da monogamia, demonstra como as pessoas implicadas no processo os analisam e aponta quais desdobramentos que o rompimento com a norma monogâmica traz para a vida delas. Nas cartografias aqui analisadas, conclui-se que a monogamia é um "mau encontro" para pessoas em percursos não monogâmicos e, paradoxalmente, os corpos reterritorializam-se sob algumas de suas práticas, seja pelos conflitos que este modo de vida enfrenta no campo social, seja pelas reiteradas paixões tristes que suscitam nos indivíduos que o praticam. A partir dos conceitos de afeto e afecção busca-se colocar em evidência como os corpos agem e reagem uns sobre os outros, assim como as emoções suscitadas nesses encontros se expressam. Um dos pontos cruciais das análises é o corte no fluxo da não-monogamia produzido pela emergência dos filhos nas constelações íntimas, tema pouco explorado nas pesquisas sobre o assunto. Além disso, a tese revela também o avanço despótico dos amantes sobre os corpos de seus amados, a despeito da tentativa de resistir ao controle nas relações amorosas e a importância da amizade para este modo de vida. |
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Barbosa, Mônica AraújoWeiss, Raquel Andrade2024-02-08T05:03:59Z2022http://hdl.handle.net/10183/271725001194157Esta tese parte da perspectiva spinozista, tratada por Gilles Deleuze (1925-1995) como uma etologia, na qual o corpo é definido pelos limiares mínimos e máximos de sua potência. Nosso método de pesquisa busca compreender como se fabricam corpos não-monogâmicos, em seu modo singular, o indivíduo, e plural, as "constelações íntimas", termo proposto para definir arranjos amorosos, sexuais e amicais que escapam ao formato diático, neste trabalho. Por meio da cartografia, procedimento que traça um mapa dos afetos, a tese analisa histórias de vida de cinco pessoas que devêm não-monogâmicas e investiga quais afetos conduzem linhas de fuga da monogamia, demonstra como as pessoas implicadas no processo os analisam e aponta quais desdobramentos que o rompimento com a norma monogâmica traz para a vida delas. Nas cartografias aqui analisadas, conclui-se que a monogamia é um "mau encontro" para pessoas em percursos não monogâmicos e, paradoxalmente, os corpos reterritorializam-se sob algumas de suas práticas, seja pelos conflitos que este modo de vida enfrenta no campo social, seja pelas reiteradas paixões tristes que suscitam nos indivíduos que o praticam. A partir dos conceitos de afeto e afecção busca-se colocar em evidência como os corpos agem e reagem uns sobre os outros, assim como as emoções suscitadas nesses encontros se expressam. Um dos pontos cruciais das análises é o corte no fluxo da não-monogamia produzido pela emergência dos filhos nas constelações íntimas, tema pouco explorado nas pesquisas sobre o assunto. Além disso, a tese revela também o avanço despótico dos amantes sobre os corpos de seus amados, a despeito da tentativa de resistir ao controle nas relações amorosas e a importância da amizade para este modo de vida.This thesis takes the Spinozist perspective, approached by Gilles Deleuze (1925-1995) as an ethology, in which the body is defined by the minimum and maximum thresholds of its potency. Our method of investigation seeks to understand how non monogamous bodies are manufactured: singularly, as individual arrangements, and plurally, as intimate constellations-romantic, sexual and amicable arrangements that evade the dyadic format. Through a cartographic procedure that draws a map of affections, we analyze life stories of five people becoming non-monogamous and investigate those affects that conduct lines of flight from monogamy, demonstrating how the people implicated in the process analyze these affects and describing developments arising from this breaking away from the monogamous norm. In the cartographies analyzed here, it is concluded that monogamy is a "bad encounter" for persons with non-monogamous trajectories. Paradoxically, the bodies then reterritorialize under some of monogamy's practices due to the conflicts the non monogamous way of life faces in the social sphere, as well as the reiteration of sad passions roused in the individuals that practice it. Using the concepts of affect and affection, we seek to shed light on how bodies act and react on each other, as well as on how the emotions aroused in these encounters are expressed. One of the crucial points of these analyses, a little-explored theme in research on this subject, is the cutting of the non-monogamous flow by the emergence of children in the intimate constellations. In addition, this thesis reveals the despotic advances of lovers on the bodies of their loved ones, despite attempts to resist control in these romantic relationships, as well as the importance of friendship for this way of life.application/pdfporRelacionamento amorosoEtologia socialBodyNon-monogamyIntimate constellationsAffectConstelações íntimas : afetos nas trajetórias não-monogâmicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em SociologiaPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001194157.pdf.txt001194157.pdf.txtExtracted Texttext/plain396503http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271725/2/001194157.pdf.txtda85afa42ae1a27bb63b59eb65701efaMD52ORIGINAL001194157.pdfTexto completoapplication/pdf2158442http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271725/1/001194157.pdf1fdbbb54ae0c197be74ff1daf75c5525MD5110183/2717252024-02-09 06:08:36.868688oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271725Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-02-09T08:08:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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