Aprendizagem dos parasitoides Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) e Aganaspis pelleranoi (Hymenoptera:Figitidae) associada a voláteis de frutos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pires, Patrícia Daniela da Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/265048
Resumo: Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae), é um dos principais entraves para a produção e exportação de frutas brasileiras. No Brasil, o parasitoide nativo Aganaspis pelleranoi (Hymenoptera: Figitidae) e o exótico Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) se destacam como agentes de controle biológico desta praga. O conhecimento dos fatores que afetam as interações entre parasitoides, A. fraterculus e frutas hospedeiras pode aumentar o potencial desses agentes em programas de controle biológico. O trabalho objetivou avaliar a influência do condicionamento pré-imaginal e imaginal na aprendizagem e memória olfativa de A. pelleranoi e de D. longicaudata a voláteis de goiaba vermelha (Psidium guajava) e de maçã (Malus domestica) em bioensaios de olfatometria e parasitismo. Fêmeas de ambas as espécies de parasitoides (4 a 6 dias de idade) que emergiram de larvas da mosca criadas em dieta artificial, goiaba e maçã ou condicionadas durante a fase adulta a voláteis destes frutos, foram submetidas a testes em olfatômetro Y e parasitismo, com chance de escolha, entre unidades com água ou polpa de um dos frutos. Constatamos que houve incremento nas taxas de parasitismo em D. longicaudata associado à memória química dos frutos ingeridos pelo seu hospedeiro. Contudo, este mesmo fator não alterou o comportamento de A. pelleranoi. Fêmeas de A. pelleranoi, independentemente de seu condicionamento pré-imaginal, preferiram odores de goiaba. Apenas o condicionamento de adultos por 48 horas em substrato contendo maçã, desencadeou mudança de comportamento em testes de olfatometria. Fêmeas de D. longicaudata quando condicionadas durante o período pré-imaginal em larvas de A. fraterculus que se alimentaram com polpa de goiaba ou maçã, preferiram voláteis do fruto no qual tiveram experiência prévia e intensificaram o parasitismo na presença destes odores, apresentando memória olfativa a estes voláteis, por até 11 dias. O condicionamento imaginal de D. longicaudata aos voláteis de frutos, também incrementou o comportamento quimiotáxico e parasitismo, porém por um período menor. Neste estudo foi possível evidenciar maior plasticidade olfativa do parasitoide exótico em relação ao nativo. Desta forma, o condicionamento de parasitoides aos odores das plantas nas quais seus hospedeiros se desenvolvem, deve ser levado em consideração nas estratégias de criação massal em biofábricas, visando o incremento da ação destes inimigos naturais em pomares comerciais.
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Fêmeas de ambas as espécies de parasitoides (4 a 6 dias de idade) que emergiram de larvas da mosca criadas em dieta artificial, goiaba e maçã ou condicionadas durante a fase adulta a voláteis destes frutos, foram submetidas a testes em olfatômetro Y e parasitismo, com chance de escolha, entre unidades com água ou polpa de um dos frutos. Constatamos que houve incremento nas taxas de parasitismo em D. longicaudata associado à memória química dos frutos ingeridos pelo seu hospedeiro. Contudo, este mesmo fator não alterou o comportamento de A. pelleranoi. Fêmeas de A. pelleranoi, independentemente de seu condicionamento pré-imaginal, preferiram odores de goiaba. Apenas o condicionamento de adultos por 48 horas em substrato contendo maçã, desencadeou mudança de comportamento em testes de olfatometria. Fêmeas de D. longicaudata quando condicionadas durante o período pré-imaginal em larvas de A. fraterculus que se alimentaram com polpa de goiaba ou maçã, preferiram voláteis do fruto no qual tiveram experiência prévia e intensificaram o parasitismo na presença destes odores, apresentando memória olfativa a estes voláteis, por até 11 dias. O condicionamento imaginal de D. longicaudata aos voláteis de frutos, também incrementou o comportamento quimiotáxico e parasitismo, porém por um período menor. Neste estudo foi possível evidenciar maior plasticidade olfativa do parasitoide exótico em relação ao nativo. Desta forma, o condicionamento de parasitoides aos odores das plantas nas quais seus hospedeiros se desenvolvem, deve ser levado em consideração nas estratégias de criação massal em biofábricas, visando o incremento da ação destes inimigos naturais em pomares comerciais.Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae), is one of the main obstacles to the production and export of Brazilian fruits. In Brazil, the native parasitoid Aganaspis pelleranoi (Hymenoptera: Figitidae) and the exotic Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) stand out as biological control agents for this pest. Enhancing the knowledge of the factors that affect the interactions between parasitoids, A. fraterculus and host fruits can increase the potential of these agents in biological control programs. The aim of this study was to evaluate the influence of pre-imaginal and imaginal conditioning on the learning and olfactory memory of A. pelleranoi and D. longicaudata to red guava (Psidium guajava) and apple (Malus domestica) volatiles in olfactory and parasitism bioassays. Females of both species of parasitoids (4 to 6 days old) that emerged from fly larvae reared on artificial diet, guava and apple or conditioned during adulthood to volatiles of these fruits, were subjected to tests in Y olfactometer and parasitism, with a choice between units with water or pulp of one of the fruits. We found that there was an increase in the rates of parasitism in D. longicaudata associated with the chemical memory of the fruits ingested by its host. However, this same factor did not change the behavior of A. pelleranoi. Females of A. pelleranoi, regardless of their pre-imaginal conditioning, preferred guava odors. Only the conditioning of adults for 48 hours in a substrate containing apple, triggered a change in its behavior in olfactory tests. Females of D. longicaudata, when conditioned during the pre-imaginal period in A. fraterculus larvae that fed on guava or apple pulp, preferred volatiles from the fruit in which they had previous experience, and intensified parasitism in the presence of these odors, presenting olfactory memory to these volatiles, for up to 11 days. The imaginal conditioning of D. longicaudata to fruit volatiles also increased the chemotaxis and parasitism behavior, but for a shorter period. In this study, it was possible to show greater olfactory plasticity of the exotic parasitoid in relation to the native one. Thus, the conditioning of parasitoids to the odors of the plants in which their hosts develop should be considered when conducting mass rearing strategies in biofactories with the goal of increasing the action of these natural enemies in commercial orchards.application/pdfporParasitóideGoiabaMaçãMosca das frutasAprendizagem dos parasitoides Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) e Aganaspis pelleranoi (Hymenoptera:Figitidae) associada a voláteis de frutosLearning by the parasitoids Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae) and Aganaspis pelleranoi (Hymenoptera: Figitidae) associated with fruit volatiles info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de AgronomiaPrograma de Pós-Graduação em FitotecniaPorto Alegre, BR-RS2021doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001137845.pdf.txt001137845.pdf.txtExtracted Texttext/plain232590http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265048/2/001137845.pdf.txt6744271bbfaa22bac4df7bca51a70c05MD52ORIGINAL001137845.pdfTexto completoapplication/pdf901426http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265048/1/001137845.pdfc779ddbc2b4994bad5a401b75e684235MD5110183/2650482023-09-23 03:37:08.531598oai:www.lume.ufrgs.br:10183/265048Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-23T06:37:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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