Perfil cardiometabólico em escolares : suas relações com a composição corporal, níveis de aptidão física e estilo de vida

• Autor(a) principal: Rabello, Débora Teixeira Machado
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/220435
• topic: Crianças; Composição corporal; Estilo de vida; Aptidão cardiorrespiratória; Cardiometabolic Profile

O objetivo deste estudo é identificar as associações entre o conjunto de variáveis antropométricas, de composição corporal, estilo de vida e aptidão cardiorrespiratória (ApC) e o perfil cardiometabólico (PC) de crianças de seis a 11 anos. A amostra por conveniência se constituiu de 98 meninos e 84 meninas. Foram avaliadas estatura, peso e perímetro da cintura, % de gordura, atividade física, comportamento sedentário, tempo de sono, hábitos alimentares, ApC, pressão arterial, glicose, triglicerídeos e colesterol total. Encontramos diferenças significativas entre os sexos no peso e % de gordura, onde as meninas apresentam os maiores valores. Classificando o IMC e a razão cintura-estatura (RCE), 36,8% e 22,8% estão na zona de risco à saúde. As médias do comportamento sedentário e tempo de sono são: 73 horas e 30 minutos semanais, e 9 horas e 24 minutos diárias. Todas as crianças apresentaram comportamento sedentário acima da recomendação. O tempo de sono foi adequado para maioria da amostra. A atividade física moderada a vigorosa (AFMV) apresentou diferença entre os sexos, onde 19,7% dos meninos e 8,2% das meninas cumpriram a recomendação de 60 minutos de ATMV diárias. Na ApC, 46,3% dos meninos e 48,1% das meninas estão na zona de risco à saúde, sem diferença entre os sexos. Nos hábitos alimentares, acima de 55% das crianças cumprem as recomendações de café da manhã e consumo de frutas. Entre 63 e 72,4% possuem baixo consumo de verduras/legumes e água, e 77,6% excessivo consumo de doces / refrigerantes. O perfil cardiometabólico se compôs do somatório dos escore z da pressão arterial diastólica e sistólica, colesterol total, triglicerídeos, glicose e RCE. O PC e suas variáveis isoladas não possuem diferença entre os sexos. A prevalência de níveis elevados de colesterol total foi de 53%, triglicerídeos foi de 63,3% e glicose foi de 5,6% das crianças. O grupo das meninas possui maiores prevalências de níveis elevados para colesterol total, triglicerídeos e glicose, sem diferença entre os sexos. O conjunto colesterol total e triglicerídeos elevados foi identificado em 35,8% da amostra, e 1,1% apresentou o conjunto colesterol total, triglicerídeos e glicose alterados. As variáveis preditoras foram testadas em diferentes modelos para determinar o melhor conjunto de fatores associado ao PC, encontrando dois modelos de predição. O Modelo1 se constituiu pelas variáveis idade (β=0,298), sexo (β=0,151), IMC (β=0,347), consumo de doces / refrigerantes (β=1,198) e ApC (β=-0,007) como preditoras do PC. No Modelo 2 o IMC foi substituído pelo % de gordura. Portanto, este foi composto pelas variáveis idade (β=0,352), sexo (β=-0,280), % de gordura (β= 0,143), consumo de doces/refrigerantes (β=1,768) e ApC (β= -0,008). O presente estudo apresenta dados preocupantes para a saúde de crianças, com altos valores de colesterol total e triglicerídeos, alto comportamento sedentário, baixa AFMV e ApC. Os modelos de fatores que influenciam o PC servem como ferramenta para o planejamento de intervenções que devem combinar educação e acompanhamento nutricional com promoção de atividades físicas, sobretudo as que produzem resultados positivos na ApC, primando pela diminuição da porcentagem de gordura corporal (e IMC) e aumento da ApC.