Efeito hepatoprotetor dos extratos aquoso e alcoólico da marcela (Achyrocline satureioides (Lam.) DC.) em modelo experimental in vitro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Carolina
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/249894
Resumo: As doenças hepáticas têm sido uma das preocupações e um desafio para a saúde pública. Apesar dos avanços da medicina moderna, a busca por alternativas terapêuticas têm aumentado, devido a fatores como, por exemplo, efeitos adversos a longo prazo do tratamento de patologias hepáticas. Diante disso, os produtos naturais se tornam uma alternativa terapêutica para tratamento de diversos distúrbios, inclusive hepáticos. Achyrocline satureioides (Lam.) DC. (Marcela) é uma planta nativa do Brasil e muito utilizada na medicina popular, sendo suas partes empregadas com várias finalidades terapêuticas, tais como analgésica, antioxidante, anti-inflamatória entre outras. O objetivo deste estudo foi buscar evidências de tradicionalidade do uso de plantas medicinais hepatoprotetoras nativas do Brasil e avaliar o efeito hepatoprotetor, em modelo in vitro, de A. satureioides contra danos induzidos por paracetamol. Em uma primeira parte deste estudo, foi feita uma revisão das espécies das plantas brasileiras utilizadas como agentes hepatoprotetores, citadas em 25 livros de diferentes regiões do país. Baseado nas 153 espécies encontradas no levantamento realizado na primeira parte deste estudo, foi realizada uma análise abrangente com estudos científicos mais relevantes entre as plantas utilizadas no uso tradicional, dentre eles A. satureioides. Em uma segunda parte, foi realizada experimentalmente a avaliação do efeito hepatoprotetor e citotóxico de A. satureioides em células HepG2 contra danos induzidos por paracetamol. Foram utilizadas as inflorescências de A. satureioides para o preparo dos extratos aquoso e etanólico para avaliar a toxicidade e o efeito protetor de ambos, nas concentrações de 6,25 a 100 μg/mL. A citotoxicidade foi avaliada pela redução do MTT e incorporação do corante vermelho neutro (VN). A atividade hepatoprotetora foi avaliada em células HepG2 após a incubação com paracetamol. Não houve alteração significativa na viabilidade celular nas diferentes concentrações testadas para os extratos aquosos de A. satureioides. Quanto ao extrato etanólico, não foi observada redução significativa na viabilidade celular no teste de redução do MTT. No entanto, no teste de VN observamos uma leve citotoxicidade em concentrações a partir de 12,5 μg/mL. Para a análise de hepatoproteção, os extratos foram co-incubados com 100 μg de paracetamol por 3h. Observamos que ambos os extratos de A. satureioides co-incubados com paracetamol protegem eficientemente as células da morte em todas as concentrações testadas e em ambos os ensaios. Da mesma forma, a silimarina (usada como controle positivo) também protegeu as células da morte. Os resultados contribuem para um possível uso seguro da planta, mas há a necessidade de realizar outros testes para validação do uso.
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O objetivo deste estudo foi buscar evidências de tradicionalidade do uso de plantas medicinais hepatoprotetoras nativas do Brasil e avaliar o efeito hepatoprotetor, em modelo in vitro, de A. satureioides contra danos induzidos por paracetamol. Em uma primeira parte deste estudo, foi feita uma revisão das espécies das plantas brasileiras utilizadas como agentes hepatoprotetores, citadas em 25 livros de diferentes regiões do país. Baseado nas 153 espécies encontradas no levantamento realizado na primeira parte deste estudo, foi realizada uma análise abrangente com estudos científicos mais relevantes entre as plantas utilizadas no uso tradicional, dentre eles A. satureioides. Em uma segunda parte, foi realizada experimentalmente a avaliação do efeito hepatoprotetor e citotóxico de A. satureioides em células HepG2 contra danos induzidos por paracetamol. 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Observamos que ambos os extratos de A. satureioides co-incubados com paracetamol protegem eficientemente as células da morte em todas as concentrações testadas e em ambos os ensaios. Da mesma forma, a silimarina (usada como controle positivo) também protegeu as células da morte. Os resultados contribuem para um possível uso seguro da planta, mas há a necessidade de realizar outros testes para validação do uso.Liver diseases have been one of the concerns and a challenge for public health. Despite advances in modern medicine, the search for therapeutic alternatives has increased, due to factors such as long-term adverse effects of the treatment of liver diseases. In view of this, natural products become a therapeutic alternative for the treatment of various disorders, including liver disorders. Achyrocline satureioides (Lam.) DC. (Marcela) is a plant native to Brazil and widely used in folk medicine, and its parts are used for various therapeutic purposes, such as analgesic, antioxidant, anti-inflammatory, among others. The objective of this study was to seek evidence of the traditional use of hepatoprotective medicinal plants native to Brazil and to evaluate the hepatoprotective effect, by in vitro model, of A. satureioides against paracetamol-induced damage. In the first part of this study, a review of the plant species used as hepatoprotective agents, cited in 25 books from different regions of the country, was carried out. Based on the 153 species studied, elaborated in the study carried out in the first part, a comprehensive analysis was carried out with the most relevant scientific studies among the plants used in the traditional use by them A. satureioides. In a second part, an evaluation of the hepatoprotective and cytotoxic effect of A. satureioides on HepG2 cells against paracetamol-induced damage was carried out experimentally. A. satureioides inflorescences were used for the preparation of aqueous and ethanolic extracts to evaluate the toxicity and protective effect of both, at concentrations of 6.25 to 100 μg/mL. Cytotoxicity was assessed by MTT reduction and neutral red dye (NR) incorporation. Hepatoprotective activity was evaluated in HepG2 cells after incubation with paracetamol. There was no significant change in cell viability at different concentrations tested for aqueous extracts of A. satureioides. As for the ethanol extract, no significant reduction in cell viability was observed in the MTT reduction test. However, in the VN test, we observed a slight cytotoxicity at concentrations from 12.5 μg/mL. For the analysis of hepatoprotection, the extracts were co-incubated with 100 μg of paracetamol for 3h. We observed that both A. satureioides extracts co-incubated with paracetamol efficiently protected cells from death at all concentrations tested and in both assays. Likewise, silymarin (used as a positive control) also protected the cells from death. The plant results contribute to a possible use, but there is a need to carry out tests to validate the use.application/pdfporDoença hepática induzida por substâncias e drogasPlantas medicinaisMedicamentos hepatoprotetoresAchyroclineLiver diseasesMedicinal plantsTraditional useHepatoprotectionEfeito hepatoprotetor dos extratos aquoso e alcoólico da marcela (Achyrocline satureioides (Lam.) DC.) em modelo experimental in vitroHepatoprotective effect of aqueous and alcoholic extracts of marcela (Achyrocline satureioides (Lam.) 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