Impacto da pandemia da covid-19 no trabalho e adoecimento dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/259608 |
Resumo: | Introdução: A pandemia da COVID-19 repercutiu sobre o atendimento pré-hospitalar de urgência exigindo a reorganização do serviço e adaptações de fluxos, incrementando a exposição laboral dos profissionais. Objetivo: Verificar o impacto de dois anos da pandemia sobre o contexto de trabalho e o adoecimento físico e psíquico dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Método: Estudo de coorte prospectiva, de abordagem quantitativa, do tipo observacional, realizado no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Porto Alegre-RS. Uma amostra estatisticamente significativa de 52 profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores) responderam sobre dados sociodemográficos, clínicos e laborais, ao Inventário sobre o Trabalho e Risco de Adoecimento (ITRA), Standardised Nordic Questionnaire (QNM) e Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) em dois tempos: pré-pandemia (tempo 1) e após dois anos de pandemia (tempo 2). Os dados foram submetidos à estatística descritiva e analítica no software R versão 4.2.0 considerando significativos valores de p < 0,05. Aspectos éticos foram respeitados. Resultados: A avaliação das condições de trabalho no tempo 2 apresentou escores piores (p= 0,02), sendo o principal impacto relacionado ao ritmo excessivo (p= 0,01). Quanto ao custo humano no trabalho, a pandemia incrementou sobre a necessidade de desenvolver macetes (p= 0,02) e no que tange ao esgotamento profissional enquanto vivência de sofrimento destacou-se a sobrecarga no tempo 2 (p= 0,05). A prevalência de Distúrbios Psíquicos Menores foi de 32,7% (n=17) no tempo 1 e 40,4% (n=21) no tempo 2, com prevalência no sexo feminino (p= 0,02), nas categorias enfermeiro (p= 0,01) e técnico de enfermagem (p= 0,03), trabalhadores com comorbidades (p < 0,001), em uso de medicações (p < 0,001) e com alterações de peso (p= 0,01). A prevalência de Sintomas Musculoesqueléticos nos últimos 12 meses foi maior na região lombar em ambos os tempos. Os sintomas musculoesqueléticos associaram-se à alteração da circunferência abdominal (p= 0,02) e dormir 6 horas ou menos (p < 0,001) nos últimos 12 meses. Conclusão: Concluiu-se que houve impacto da pandemia sobre o contexto de trabalho no SAMU, principalmente quanto ao ritmo de trabalho e sobrecarga dos profissionais. Pode-se inferir que esses fatores contribuíram para o adoecimento dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, principalmente pelo aumento dos Distúrbios Psíquicos Menores. |
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Indruczaki, Natasha da SilvaDal Pai, Daiane2023-06-29T03:29:15Z2023http://hdl.handle.net/10183/259608001171418Introdução: A pandemia da COVID-19 repercutiu sobre o atendimento pré-hospitalar de urgência exigindo a reorganização do serviço e adaptações de fluxos, incrementando a exposição laboral dos profissionais. Objetivo: Verificar o impacto de dois anos da pandemia sobre o contexto de trabalho e o adoecimento físico e psíquico dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Método: Estudo de coorte prospectiva, de abordagem quantitativa, do tipo observacional, realizado no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Porto Alegre-RS. Uma amostra estatisticamente significativa de 52 profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores) responderam sobre dados sociodemográficos, clínicos e laborais, ao Inventário sobre o Trabalho e Risco de Adoecimento (ITRA), Standardised Nordic Questionnaire (QNM) e Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) em dois tempos: pré-pandemia (tempo 1) e após dois anos de pandemia (tempo 2). Os dados foram submetidos à estatística descritiva e analítica no software R versão 4.2.0 considerando significativos valores de p < 0,05. Aspectos éticos foram respeitados. Resultados: A avaliação das condições de trabalho no tempo 2 apresentou escores piores (p= 0,02), sendo o principal impacto relacionado ao ritmo excessivo (p= 0,01). Quanto ao custo humano no trabalho, a pandemia incrementou sobre a necessidade de desenvolver macetes (p= 0,02) e no que tange ao esgotamento profissional enquanto vivência de sofrimento destacou-se a sobrecarga no tempo 2 (p= 0,05). A prevalência de Distúrbios Psíquicos Menores foi de 32,7% (n=17) no tempo 1 e 40,4% (n=21) no tempo 2, com prevalência no sexo feminino (p= 0,02), nas categorias enfermeiro (p= 0,01) e técnico de enfermagem (p= 0,03), trabalhadores com comorbidades (p < 0,001), em uso de medicações (p < 0,001) e com alterações de peso (p= 0,01). A prevalência de Sintomas Musculoesqueléticos nos últimos 12 meses foi maior na região lombar em ambos os tempos. Os sintomas musculoesqueléticos associaram-se à alteração da circunferência abdominal (p= 0,02) e dormir 6 horas ou menos (p < 0,001) nos últimos 12 meses. Conclusão: Concluiu-se que houve impacto da pandemia sobre o contexto de trabalho no SAMU, principalmente quanto ao ritmo de trabalho e sobrecarga dos profissionais. Pode-se inferir que esses fatores contribuíram para o adoecimento dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, principalmente pelo aumento dos Distúrbios Psíquicos Menores.Introduction: The COVID-19 pandemic had repercussions on pre-hospital emergency care, requiring the reorganization of the service and adaptations of flows, increasing the occupational exposure of professionals. Objective: To verify the impact of two years of the pandemic on the work context and the physical and psychological illness of professionals in the Mobile Emergency Care Service. Method: Prospective cohort study, with a quantitative approach, of the observational type, carried out at the Mobile Emergency Care Service in Porto Alegre-RS. A statistically significant sample of 52 professionals (physicians, nurses, nursing technicians and drivers) answered about sociodemographic, clinical and work data, the Inventory on Work and Risk of Illness (ITRA), Standardized Nordic Questionnaire (QNM) and Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) in two stages: pre-pandemic (time 1) and two years after the pandemic (time 2). The data were submitted to descriptive and analytical statistics in the R software version 4.2.0, considering significant p values < 0.05. Ethical aspects were respected. Results: The assessment of working conditions at time 2 showed worse scores (p= 0.02), with the main impact being related to excessive pace (p= 0.01). As for the human cost at work, the pandemic increased the need to develop mallets (p= 0.02) and with regard to professional exhaustion as an experience of suffering, the overload at time 2 (p= 0.05) was highlighted. The prevalence of Minor Psychic Disorders was 32.7% (n=17) in time 1 and 40.4% (n=21) in time 2, with prevalence in females (p= 0.02), in the nurse categories (p= 0.01) and nursing technician (p= 0.03), workers with comorbidities (p < 0.001), using medication (p < 0.001) and with weight changes (p= 0.01). The prevalence of Musculoskeletal Symptoms in the last 12 months was higher in the lumbar region at both times. Musculoskeletal symptoms were associated with changes in waist circumference (p= 0.02) and sleeping 6 hours or less (p < 0.001) in the last 12 months. Conclusion: It was concluded that there was an impact of the pandemic on the context of work at SAMU, mainly regarding the pace of work and the overload of professionals. It can be inferred that these factors contributed to the illness of professionals in the Mobile Emergency Care Service, mainly due to the increase in Minor Psychic Disorders.application/pdfporServiços médicos de emergênciaSaúde do trabalhadorCondições de trabalhoSaúde mentalSintomas psíquicosDor musculoesqueléticaTranstornos traumáticos cumulativosCOVID-19Emergency medical servicesOccupational healthWorking conditionsMental healthPsychic symptomsMusculoskeletal painCumulative trauma disordersCOVID-19Impacto da pandemia da covid-19 no trabalho e adoecimento dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPrograma de Pós-Graduação em EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2023mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001171418.pdf.txt001171418.pdf.txtExtracted Texttext/plain152179http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259608/2/001171418.pdf.txtfd3f155163800e82fb87716b60a93892MD52ORIGINAL001171418.pdfTexto parcialapplication/pdf1701547http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259608/1/001171418.pdf318eaf6c42a46f8f271076770a30fd92MD5110183/2596082023-06-30 03:31:53.827317oai:www.lume.ufrgs.br:10183/259608Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-06-30T06:31:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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