Fatores prognosticos para bronquiolite viral aguda

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fischer, Gilberto Bueno
Data de Publicação: 1994
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/139229
Resumo: Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é uma doença de alta prevalência no Rio Grande do Sul e causa um importante número de hospitalizações em crianças menores de um ano de idade. Os pacientes com maior gravidade, nos três primeiros dias de internação, podem evoluir para insuficiência ventilatória e necessitarem oxigênio ou até ventilação mecânica, como forma de tratamento. Com o objetvo de identificar precocemente os episódios mais graves, investigaram-se fatores prognósticos através de sinais clínicos e laboratoriais, durante a hospitalização de crianças com BVA. Estudou-se uma coorte de 213 crianças menores de um ano com BVA admitidas no Hospital da Criança Santo Antônio de Porto Alegre. Esses pacientes foram seguidos desde a hospitalização, nos três dias subseqüentes, na alta hospitalar e até 30 e 60 dias após. Caracterizou-se a necessidade de oxigênio no terceiro dia ou de ventilação mecânica nos três primeiros dias de hospitalização, como critérios de gravidade. As hospitalizações ocorreram, predominantemente, nos meses de julho a setembro, e a maior parte das crianças (60%) apresentava idade inferior a quatro meses. Dentre as características sócio-econômicas estudadas, observou-se que 50% das famílias tinham renda mensal menor que três salários mínimos e 18% viviam em residências aglomeradas. Das 213 crianças acompanhadas até a alta hospitalar, 61(29%) necessitaram de oxigênio no terceiro dia, e 12(6%), ventilação mecânica nas primeiras 72 horas. Verificou-se que 17% dos pacientes apresentavam história de prematuridade, 24% estavam sendo amamentados quando hospitalizaram e 12% nunca haviam mamado no peito. Cerca de 35% das famílias referiram história de asma brônquica. As principais características clínicas na hospitalização foram: freqüência respiratória maior que 60(67%), presença de sibilos(76%) e estertores crepitantes(57%) à ausculta pulmonar e tiragem subcostal (56%). Entre os sinais investigados, assodaramse significativamente com nlaior gravidade: frequência respiratória maior que 70, enchimento capilar lento, cianose de extremidades e tiragem supraesternal. A saturação transcutânea de oxigênio da hemoglobina inferior a 91% e atelectasia ao exame radiológico de tórax, mostraram-se associadas significativamente com maior gravidade. Entre os fatores prognósticos, identificou-se o risco relativo associado a maior gravidade: idade inferior a 4 mes{~s (RRl~7), peso de nascimento inferior a 2500g (RR 2,3) e desnutrição grave(RR 2,0). Constituíram-se escalas de gravidade através de análise discriminante incluindo-se os seguintes itens: idade inferior a 3 meses, prostração, batimento de asas do nariz, freqüência respiratória maior ou igual a 70, tiragem (subcostal, intercostal e supraesternal), saturação de oxigênio menor ou igual a 90%, uso de oxigênio, internação em UTI e uso de ventilação mecânica. Através do somatório de cada um dos itens, resultaram os escores de gravidade. Os escores foram dicotomizados em menores ou iguaisl a 3 e maiores que 3 (mais graves). No seguimento após a alta hospitalar, observou-se que a Inaioria dos pacientes que compareceram apresentou episódios de sibilância e que foi elevado o número de reinternações (26% aos 60 dias).
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spelling Fischer, Gilberto BuenoAbreu e Silva, Fernando Antônio deFuchs, Sandra Cristina Pereira Costa2016-04-19T02:09:18Z1994http://hdl.handle.net/10183/139229000061990Bronquiolite Viral Aguda (BVA) é uma doença de alta prevalência no Rio Grande do Sul e causa um importante número de hospitalizações em crianças menores de um ano de idade. Os pacientes com maior gravidade, nos três primeiros dias de internação, podem evoluir para insuficiência ventilatória e necessitarem oxigênio ou até ventilação mecânica, como forma de tratamento. Com o objetvo de identificar precocemente os episódios mais graves, investigaram-se fatores prognósticos através de sinais clínicos e laboratoriais, durante a hospitalização de crianças com BVA. Estudou-se uma coorte de 213 crianças menores de um ano com BVA admitidas no Hospital da Criança Santo Antônio de Porto Alegre. Esses pacientes foram seguidos desde a hospitalização, nos três dias subseqüentes, na alta hospitalar e até 30 e 60 dias após. Caracterizou-se a necessidade de oxigênio no terceiro dia ou de ventilação mecânica nos três primeiros dias de hospitalização, como critérios de gravidade. As hospitalizações ocorreram, predominantemente, nos meses de julho a setembro, e a maior parte das crianças (60%) apresentava idade inferior a quatro meses. Dentre as características sócio-econômicas estudadas, observou-se que 50% das famílias tinham renda mensal menor que três salários mínimos e 18% viviam em residências aglomeradas. Das 213 crianças acompanhadas até a alta hospitalar, 61(29%) necessitaram de oxigênio no terceiro dia, e 12(6%), ventilação mecânica nas primeiras 72 horas. Verificou-se que 17% dos pacientes apresentavam história de prematuridade, 24% estavam sendo amamentados quando hospitalizaram e 12% nunca haviam mamado no peito. Cerca de 35% das famílias referiram história de asma brônquica. As principais características clínicas na hospitalização foram: freqüência respiratória maior que 60(67%), presença de sibilos(76%) e estertores crepitantes(57%) à ausculta pulmonar e tiragem subcostal (56%). Entre os sinais investigados, assodaramse significativamente com nlaior gravidade: frequência respiratória maior que 70, enchimento capilar lento, cianose de extremidades e tiragem supraesternal. A saturação transcutânea de oxigênio da hemoglobina inferior a 91% e atelectasia ao exame radiológico de tórax, mostraram-se associadas significativamente com maior gravidade. Entre os fatores prognósticos, identificou-se o risco relativo associado a maior gravidade: idade inferior a 4 mes{~s (RRl~7), peso de nascimento inferior a 2500g (RR 2,3) e desnutrição grave(RR 2,0). Constituíram-se escalas de gravidade através de análise discriminante incluindo-se os seguintes itens: idade inferior a 3 meses, prostração, batimento de asas do nariz, freqüência respiratória maior ou igual a 70, tiragem (subcostal, intercostal e supraesternal), saturação de oxigênio menor ou igual a 90%, uso de oxigênio, internação em UTI e uso de ventilação mecânica. Através do somatório de cada um dos itens, resultaram os escores de gravidade. Os escores foram dicotomizados em menores ou iguaisl a 3 e maiores que 3 (mais graves). No seguimento após a alta hospitalar, observou-se que a Inaioria dos pacientes que compareceram apresentou episódios de sibilância e que foi elevado o número de reinternações (26% aos 60 dias).Acute viral bronchiolitis(AVB) has a high prevalence in Rio Grande do Sul. It accounts for a high number of hospital admissions in infants. The patients with a more severe disease, in the first three days of hospitalization may develop respiratory failure and might need oxygen or mechanical ventilation . The aim of this study was to investigate prognostic factors (clinicaI signs and laboratory tests) in hospitalized infants with AVB. The research conducted was a cohort study of 213 infants with AVB who were admitted to the Hospital da Criança Santo Antônio, Porto Alegre. These patients were followed up from the admission, in the three first days, to their discharge and at 30 and 60 days after admission. Severity criteria were defined such as need of oxygen in the third day of admission or mechanical ventilation in the first three days. The admissions occurred predominantly from July to September and the majority (60%) were infants under four months of age. It was observed that 50% of the families had monthly wages below three minimum saIaries and 18% lived in crowded homes. Sixty one (29%) of the children needed oxygen in the third day of admission and 12 (6%) were put on mechanical ventilation. It was observed that 17% of the patients had a past history of prematurity, 24% were being breast fed at admission and 12% had never been breast fedo Around 35% of the families had a past history of bronchial asthma. The main clinicaI characteristics were: respiratory rate above 60 (67%), wheezes (76%), crepitations (57%) and subcostal retraction (56%). The following findings were significantly associated to severity : respiratory rate above 70 mpm, peripheric cyanosis, low capillary filling, supraesternal retraction, transcutaneous oxygen saturation below 91%, atelectasis at the chest X-ray. Among the prognostic features, some were identified as presenting high relative risk associated to severity: Age under 4 months (RR 1,7), birth weight below 2500 g (RR 2,3) and malnutrition (RR 2,0). Severity scales have been developed using discriminant analysis with the following items: age under 3 months, prostration, flaring of the alae nasi, respiratory rate above 70 mpm, retractions (subcostal, intercostal and supraesternal), transcutaneous oxygen saturation, need of oxygen, admission in intensive care unit and use of mechanical ventilation. Severity scores resulted from the addition of the value attributed to each of the items (O or 1). They were dichotomized in above (more severe) and below or equal to 3. At the follow up, after the discharge it was observed that the majority of the children who had been seen at thirty and sixty days had wheezing episodes and there was a high rate of re admissions (26% at 60 days).application/pdfporBronquiolite viralFatores de riscoFatores prognosticos para bronquiolite viral agudainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaCurso de Pós-Graduação em PneumologiaPorto Alegre, BR-RS1994doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000061990.pdf000061990.pdfTexto completoapplication/pdf8905209http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/139229/1/000061990.pdf2bf9fd1cf607bbaa9bc8f3b5179dacbdMD51TEXT000061990.pdf.txt000061990.pdf.txtExtracted Texttext/plain234197http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/139229/2/000061990.pdf.txtf1948e8afe9bb23c8e1c26b027f05d96MD52THUMBNAIL000061990.pdf.jpg000061990.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg924http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/139229/3/000061990.pdf.jpgd0e8f037c0bec6fe628b2067158ca2a6MD5310183/1392292021-05-07 05:03:06.44651oai:www.lume.ufrgs.br:10183/139229Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-05-07T08:03:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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