Gênese e estratigrafia do aquífero "Sal Grosso", litoral norte da Planície costeira do Rio Grande do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/258637 |
Resumo: | No litoral norte da planície costeira do Rio Grande do Sul, um aquífero granular próximo dos 70 metros de profundidade formado por sedimentos predominantemente grossos e angulosos chamou a atenção de sondadores, que lhe deram o sugestivo apelido de “Sal Grosso”. Apesar de pouco conhecido em termos geológico-estratigráficos, o aquífero tem sido cada vez mais utilizado para abastecer a crescente população litorânea, a partir da captação por poços tubulares. Considerando que o conhecimento estratigráfico é imprescindível para a gestão dos recursos hídricos, buscou-se compreender a configuração deste aquífero e investigar a sua gênese a partir de dados oriundos de amostras de calha de perfuração de 29 poços e do levantamento de 19 sondagens elétricas verticais. O registro sedimentar investigado, com espessura aproximada de 100 metros, foi analisado pela ótica da estratigrafia de sequências. Foi verificada a existência de uma sucessão vertical formada por três unidades, interpretadas como de origem: aluvial (onde se encontra o aquífero), marinha e de barreiras costeiras. A análise dos sedimentos que compõem o aquífero “Sal Grosso” levou à interpretação de que a região investigada representa a porção distal (fluvial) de um sistema aluvial. Espacialmente, o aquífero constitui uma feição alongada na direção NO-SE, praticamente perpendicular à linha de costa atual. A geometria apresentada, somada às características sedimentológicas da unidade aquífera, levaram à interpretação da presença de um paleocanal, responsável pelo transporte de sedimentos oriundos de rochas granitoides do Escudo Sul-Riograndense, associado ao sistema de paleodrenagem do rio Jacuí. A análise estratigráfica resultou na elaboração de um modelo evolutivo associado a uma sequência deposicional completa, indicando que o aquífero Sal Grosso se formou em contexto de trato de sistemas de nível baixo. Posteriormente, houve uma transgressão marinha que possibilitou a deposição de um espesso pacote de sedimentos finos, que constitui importante proteção ao aquífero. Após, a linha de costa passou a progradar, com o desenvolvimento dos sistemas laguna-barreira em contexto de trato de sistemas de nível alto/estágio de queda. |
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Collischonn, LuísaRosa, Maria Luiza Correa da Camara2023-05-27T03:43:33Z2021http://hdl.handle.net/10183/258637001169990No litoral norte da planície costeira do Rio Grande do Sul, um aquífero granular próximo dos 70 metros de profundidade formado por sedimentos predominantemente grossos e angulosos chamou a atenção de sondadores, que lhe deram o sugestivo apelido de “Sal Grosso”. Apesar de pouco conhecido em termos geológico-estratigráficos, o aquífero tem sido cada vez mais utilizado para abastecer a crescente população litorânea, a partir da captação por poços tubulares. Considerando que o conhecimento estratigráfico é imprescindível para a gestão dos recursos hídricos, buscou-se compreender a configuração deste aquífero e investigar a sua gênese a partir de dados oriundos de amostras de calha de perfuração de 29 poços e do levantamento de 19 sondagens elétricas verticais. O registro sedimentar investigado, com espessura aproximada de 100 metros, foi analisado pela ótica da estratigrafia de sequências. Foi verificada a existência de uma sucessão vertical formada por três unidades, interpretadas como de origem: aluvial (onde se encontra o aquífero), marinha e de barreiras costeiras. A análise dos sedimentos que compõem o aquífero “Sal Grosso” levou à interpretação de que a região investigada representa a porção distal (fluvial) de um sistema aluvial. Espacialmente, o aquífero constitui uma feição alongada na direção NO-SE, praticamente perpendicular à linha de costa atual. A geometria apresentada, somada às características sedimentológicas da unidade aquífera, levaram à interpretação da presença de um paleocanal, responsável pelo transporte de sedimentos oriundos de rochas granitoides do Escudo Sul-Riograndense, associado ao sistema de paleodrenagem do rio Jacuí. A análise estratigráfica resultou na elaboração de um modelo evolutivo associado a uma sequência deposicional completa, indicando que o aquífero Sal Grosso se formou em contexto de trato de sistemas de nível baixo. Posteriormente, houve uma transgressão marinha que possibilitou a deposição de um espesso pacote de sedimentos finos, que constitui importante proteção ao aquífero. Após, a linha de costa passou a progradar, com o desenvolvimento dos sistemas laguna-barreira em contexto de trato de sistemas de nível alto/estágio de queda.In the coastal plain of the Pelotas Basin, southernmost Brazil, a granular aquifer close to 70 m deep, formed by coarse and angular sediments, caught the attention of drillers, who gave it the suggestive nickname of “Sal Grosso”. Despite being little known in geological and stratigraphic terms, the aquifer has been increasingly used to supply the growing coastal population, using tube wells. Considering that stratigraphic knowledge is essential for the management of groundwater resources, we sought to understand the configuration of this aquifer and investigate its genesis based on drilling samples data from 29 groundwater wells and through the survey of 19 vertical electrical soundings. The sedimentary record investigated, with an approximate thickness of 100 m, was analyzed through the perspective of sequence stratigraphy. It was verified the existence of a vertical succession formed by three units, interpreted as: alluvial (where the aquifer is located), marine and coastal barriers. The analysis of the sediments that make up the “Sal Grosso” aquifer led to the interpretation that the investigated region represents the distal (fluvial) portion of an alluvial system. Spatially, the aquifer constitutes an elongated feature in the NW- SE direction, perpendicular to the current coastline. The geometry and sedimentology led to the interpretation of a paleochannel, responsible for the transport of sediments from the granitoid rocks of the Sul-Riograndense Shield, associated with the paleodrainage system of the Jacuí River. The stratigraphic analysis resulted in the elaboration of paleogeographic model associated with a complete depositional sequence, indicating that the Sal Grosso aquifer was formed during a lowstand. Later, there was a marine transgression that allowed the deposition of a thick bundle of muddy sediments, which constitutes an important protection to the aquifer. Afterwards, the coastline started to prograde, with the development of the barrier-lagoon systems in a highstand/falling stage systems tracts context. The advance in the understanding of stratigraphy generates subsidies for decision-making that enable better management of the groundwater resources.application/pdfporGeologia costeiraEstratigrafia de sequenciasPaleocanalSistema aluvialPelotas, Bacia sedimentar de (RS)Pelotas Basin,Alluvial systemVertical electrical soundingPaleochannelCoastal geologyGênese e estratigrafia do aquífero "Sal Grosso", litoral norte da Planície costeira do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001169990.pdf.txt001169990.pdf.txtExtracted Texttext/plain129363http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258637/2/001169990.pdf.txt9c9634046afdbb7fcdb4706e5c6728fcMD52ORIGINAL001169990.pdfTexto completoapplication/pdf6713284http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/258637/1/001169990.pdfa68fe061a6ce758891746cb390243f32MD5110183/2586372023-05-28 03:33:20.451274oai:www.lume.ufrgs.br:10183/258637Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-05-28T06:33:20Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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No litoral norte da planície costeira do Rio Grande do Sul, um aquífero granular próximo dos 70 metros de profundidade formado por sedimentos predominantemente grossos e angulosos chamou a atenção de sondadores, que lhe deram o sugestivo apelido de “Sal Grosso”. Apesar de pouco conhecido em termos geológico-estratigráficos, o aquífero tem sido cada vez mais utilizado para abastecer a crescente população litorânea, a partir da captação por poços tubulares. Considerando que o conhecimento estratigráfico é imprescindível para a gestão dos recursos hídricos, buscou-se compreender a configuração deste aquífero e investigar a sua gênese a partir de dados oriundos de amostras de calha de perfuração de 29 poços e do levantamento de 19 sondagens elétricas verticais. O registro sedimentar investigado, com espessura aproximada de 100 metros, foi analisado pela ótica da estratigrafia de sequências. Foi verificada a existência de uma sucessão vertical formada por três unidades, interpretadas como de origem: aluvial (onde se encontra o aquífero), marinha e de barreiras costeiras. A análise dos sedimentos que compõem o aquífero “Sal Grosso” levou à interpretação de que a região investigada representa a porção distal (fluvial) de um sistema aluvial. Espacialmente, o aquífero constitui uma feição alongada na direção NO-SE, praticamente perpendicular à linha de costa atual. A geometria apresentada, somada às características sedimentológicas da unidade aquífera, levaram à interpretação da presença de um paleocanal, responsável pelo transporte de sedimentos oriundos de rochas granitoides do Escudo Sul-Riograndense, associado ao sistema de paleodrenagem do rio Jacuí. A análise estratigráfica resultou na elaboração de um modelo evolutivo associado a uma sequência deposicional completa, indicando que o aquífero Sal Grosso se formou em contexto de trato de sistemas de nível baixo. Posteriormente, houve uma transgressão marinha que possibilitou a deposição de um espesso pacote de sedimentos finos, que constitui importante proteção ao aquífero. Após, a linha de costa passou a progradar, com o desenvolvimento dos sistemas laguna-barreira em contexto de trato de sistemas de nível alto/estágio de queda. |
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