Sensibilidade à ansiedade e transtorno de pânico : avaliação do impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/196158 |
Resumo: | O transtorno de pânico (TP) é caracterizado pela presença de ataques súbitos de ansiedade e sensação de medo intenso. Embora haja tratamento efetivo com medicações e terapia cognitivo-comportamental (TCC), muitos pacientes tratados apresentam resposta parcial e tendem à cronicidade. A sensibilidade à ansiedade (SA) é um constructo multidimensional que expressa preocupações físicas, sociais e cognitivas da ansiedade, considerada uma tendência específica a reagir com medo aos sintomas de ansiedade. A SA tem sido associada à gênese e à manutenção dos sintomas do TP, porém ainda são escassos estudos que avaliam se a TCC em grupo (TCCG) modifica tal condição. Os objetivos deste estudo foram: 1) avaliar o impacto da TCCG na SA em pacientes com TP; 2) verificar a associação entre as características sociodemográficas e clínicas (comorbidades, uso de medicação, gravidade do TP) relacionadas à SA; 3) verificar as variáveis clínicas relacionadas à mudança da SA após a TCCG; 4) analisar a SA e suas dimensões como preditor de resposta à TCCG. Trata-se de um ensaio clínico controlado para avaliação da SA em pacientes com TP que realizaram 12 sessões de TCCG comparados ao grupo controle sem a intervenção. A gravidade dos sintomas foi avaliada antes e depois da TCCG no grupo intervenção e uma vez no grupo controle. Utilizou-se a Escala de gravidade do TP (PDSS), a Impressão Clínica Global (CGI), a Hamilton Ansiedade (HAM-A), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI). Para avaliar a SA, foi utilizada a Escala de Sensibilidade à Ansiedade-Revisada (ESA-R) com quatro fatores: fator 1 − medo de sintomas respiratórios e cardiovasculares; fator 2 − medo de descontrole cognitivo; fator 3 − medo de que as reações à ansiedade sejam observadas publicamente; fator 4 − medo de sintomas gastrintestinais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (nº 14-0379). Os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A amostra foi composta por 89 sujeitos, com média de idade de 37,9 (DP=10,6) anos. Observou-se associação significativa entre a SA mais elevada em pacientes com comorbidade com agorafobia e sintomas mais elevados de ansiedade e de depressão. Um total de 37 (42%) pacientes participou do grupo intervenção e 52 (58%) pacientes do grupo controle. Houve melhora significativa em todos os sintomas específicos do TP, da ansiedade geral e dos sintomas depressivos. A SA também sofreu redução significativa em todos os fatores após a intervenção quando comparada aos escores iniciais, com tamanho de efeito (TE) de moderado a grande. Quando comparada a SA do grupo controle e do grupo intervenção após a TCCG, os escores da ESA-R diminuíram significativamente em todos os fatores e no total. Ou seja, a SA modifica-se com a TCCG tanto em termos de intragrupo intervenção quanto em termos de escores do grupo controle. Os resultados deste estudo confirmaram que a relação entre a SA é maior em pacientes com TP mais graves. Também foi evidenciada a eficácia da TCCG na redução das dimensões física, cognitiva e social da SA, confirmando a hipótese do impacto positivo da TCCG para a modificação desse quadro. |
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Behenck, Andressa da SilvaHeldt, Elizeth Paz da Silva2019-06-22T02:35:17Z2018http://hdl.handle.net/10183/196158001095010O transtorno de pânico (TP) é caracterizado pela presença de ataques súbitos de ansiedade e sensação de medo intenso. Embora haja tratamento efetivo com medicações e terapia cognitivo-comportamental (TCC), muitos pacientes tratados apresentam resposta parcial e tendem à cronicidade. A sensibilidade à ansiedade (SA) é um constructo multidimensional que expressa preocupações físicas, sociais e cognitivas da ansiedade, considerada uma tendência específica a reagir com medo aos sintomas de ansiedade. A SA tem sido associada à gênese e à manutenção dos sintomas do TP, porém ainda são escassos estudos que avaliam se a TCC em grupo (TCCG) modifica tal condição. Os objetivos deste estudo foram: 1) avaliar o impacto da TCCG na SA em pacientes com TP; 2) verificar a associação entre as características sociodemográficas e clínicas (comorbidades, uso de medicação, gravidade do TP) relacionadas à SA; 3) verificar as variáveis clínicas relacionadas à mudança da SA após a TCCG; 4) analisar a SA e suas dimensões como preditor de resposta à TCCG. Trata-se de um ensaio clínico controlado para avaliação da SA em pacientes com TP que realizaram 12 sessões de TCCG comparados ao grupo controle sem a intervenção. A gravidade dos sintomas foi avaliada antes e depois da TCCG no grupo intervenção e uma vez no grupo controle. Utilizou-se a Escala de gravidade do TP (PDSS), a Impressão Clínica Global (CGI), a Hamilton Ansiedade (HAM-A), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI). Para avaliar a SA, foi utilizada a Escala de Sensibilidade à Ansiedade-Revisada (ESA-R) com quatro fatores: fator 1 − medo de sintomas respiratórios e cardiovasculares; fator 2 − medo de descontrole cognitivo; fator 3 − medo de que as reações à ansiedade sejam observadas publicamente; fator 4 − medo de sintomas gastrintestinais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (nº 14-0379). Os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A amostra foi composta por 89 sujeitos, com média de idade de 37,9 (DP=10,6) anos. Observou-se associação significativa entre a SA mais elevada em pacientes com comorbidade com agorafobia e sintomas mais elevados de ansiedade e de depressão. Um total de 37 (42%) pacientes participou do grupo intervenção e 52 (58%) pacientes do grupo controle. Houve melhora significativa em todos os sintomas específicos do TP, da ansiedade geral e dos sintomas depressivos. A SA também sofreu redução significativa em todos os fatores após a intervenção quando comparada aos escores iniciais, com tamanho de efeito (TE) de moderado a grande. Quando comparada a SA do grupo controle e do grupo intervenção após a TCCG, os escores da ESA-R diminuíram significativamente em todos os fatores e no total. Ou seja, a SA modifica-se com a TCCG tanto em termos de intragrupo intervenção quanto em termos de escores do grupo controle. Os resultados deste estudo confirmaram que a relação entre a SA é maior em pacientes com TP mais graves. Também foi evidenciada a eficácia da TCCG na redução das dimensões física, cognitiva e social da SA, confirmando a hipótese do impacto positivo da TCCG para a modificação desse quadro.Panic disorder (PD) is characterized by the presence of sudden attacks of anxiety and intense fear sensation. Although there are effective treatments with medications and cognitivebehavioral therapy (CBT), many treated patients present partial response and tend to chronicity. Anxiety sensitivity (AS) is a multidimensional construct that expresses physical, social and cognitive anxiety concerns, considered a specific tendency to react with fear to the symptoms of anxiety. AS has been associated with the genesis and maintenance of PD symptoms, but there are still few studies evaluating whether CBT in group (CBT-G) modifies such condition. The objectives of this study were: 1) to evaluate the impact of CBT-G on AS in patients with PD; 2) to verify the association between sociodemographic and clinical characteristics (comorbidities, medication use, severity of PD) related to AS; 3) to verify the clinical variables related to the change in AS after CBT-G; 4) to analyze AS and its dimensions as a predictor of response to CBT-G. This is a controlled clinical trial for the evaluation of AS in patients with PD who performed 12 sessions of CBT-G compared to the control group without the intervention. The severity of the symptoms was evaluated before and after the CBT-G in the intervention group and once in the control group. We used the PD Severity Scale (PDSS), Clinical Global Impression (CGI), Hamilton Anxiety (HAM-A), Beck Anxiety Inventory (BAI) and Beck Depression Inventory (BDI). In order to evaluate the AS, the Anxiety Sensitivity Index-Revised (ASI-R) was used with four factors: factor 1 - fear of respiratory and cardiovascular symptoms; factor 2 - fear of cognitive uncontrol; factor 3 - fear that reactions to anxiety could be publicly observed; factor 4 - fear of gastrointestinal symptoms. The study was approved by the Research Ethics Committee of the Hospital de Clínicas of Porto Alegre (nº 14-0379). Patients signed the informed consent form (TCLE). The sample consisted of 89 subjects, with a mean age of 37.9 (SD = 10.6) years. A significant association was observed between the highest AS in patients with comorbidity with agoraphobia and higher anxiety and depression symptoms. A total of 37 (42%) patients participated in the intervention group and 52 (58%) patients in the control group. There was a significant improvement in all the specific symptoms of PD, general anxiety and depressive symptoms. AS also had a significant reduction in all factors after the intervention when compared to the initial scores, with moderate to large effect size (ES). When compared to AS of the control group and the intervention group after the CBT-G, ASI-R scores decreased significantly in all factors and in the total. That is to say, AS is modified with CBT-G both in terms of intragroup intervention and in terms of scores of the control group. The results of this study confirmed that the relationship between AS is higher in patients with more severe PD. The effectiveness of CBT-G in reducing the physical, cognitive and social dimensions of AS was also evidenced, confirming the hypothesis of the positive impact of CBT-G for the modification of this condition.application/pdfporAnsiedadeTranstorno de pânicoTerapia de grupoAnxiety sensitivityCognitive-behavioral group therapyPanic disorderSensibilidade à ansiedade e transtorno de pânico : avaliação do impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemPrograma de Pós-Graduação em EnfermagemPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001095010.pdf.txt001095010.pdf.txtExtracted Texttext/plain169781http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196158/2/001095010.pdf.txt611110b8828b701ac588daa70e066e6aMD52ORIGINAL001095010.pdfTexto completoapplication/pdf1395398http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196158/1/001095010.pdf167e233b276b2f1aa35fea769b17cd1eMD5110183/1961582019-06-23 02:34:08.028759oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196158Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-06-23T05:34:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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O transtorno de pânico (TP) é caracterizado pela presença de ataques súbitos de ansiedade e sensação de medo intenso. Embora haja tratamento efetivo com medicações e terapia cognitivo-comportamental (TCC), muitos pacientes tratados apresentam resposta parcial e tendem à cronicidade. A sensibilidade à ansiedade (SA) é um constructo multidimensional que expressa preocupações físicas, sociais e cognitivas da ansiedade, considerada uma tendência específica a reagir com medo aos sintomas de ansiedade. A SA tem sido associada à gênese e à manutenção dos sintomas do TP, porém ainda são escassos estudos que avaliam se a TCC em grupo (TCCG) modifica tal condição. Os objetivos deste estudo foram: 1) avaliar o impacto da TCCG na SA em pacientes com TP; 2) verificar a associação entre as características sociodemográficas e clínicas (comorbidades, uso de medicação, gravidade do TP) relacionadas à SA; 3) verificar as variáveis clínicas relacionadas à mudança da SA após a TCCG; 4) analisar a SA e suas dimensões como preditor de resposta à TCCG. Trata-se de um ensaio clínico controlado para avaliação da SA em pacientes com TP que realizaram 12 sessões de TCCG comparados ao grupo controle sem a intervenção. A gravidade dos sintomas foi avaliada antes e depois da TCCG no grupo intervenção e uma vez no grupo controle. Utilizou-se a Escala de gravidade do TP (PDSS), a Impressão Clínica Global (CGI), a Hamilton Ansiedade (HAM-A), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI). Para avaliar a SA, foi utilizada a Escala de Sensibilidade à Ansiedade-Revisada (ESA-R) com quatro fatores: fator 1 − medo de sintomas respiratórios e cardiovasculares; fator 2 − medo de descontrole cognitivo; fator 3 − medo de que as reações à ansiedade sejam observadas publicamente; fator 4 − medo de sintomas gastrintestinais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (nº 14-0379). Os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A amostra foi composta por 89 sujeitos, com média de idade de 37,9 (DP=10,6) anos. Observou-se associação significativa entre a SA mais elevada em pacientes com comorbidade com agorafobia e sintomas mais elevados de ansiedade e de depressão. Um total de 37 (42%) pacientes participou do grupo intervenção e 52 (58%) pacientes do grupo controle. Houve melhora significativa em todos os sintomas específicos do TP, da ansiedade geral e dos sintomas depressivos. A SA também sofreu redução significativa em todos os fatores após a intervenção quando comparada aos escores iniciais, com tamanho de efeito (TE) de moderado a grande. Quando comparada a SA do grupo controle e do grupo intervenção após a TCCG, os escores da ESA-R diminuíram significativamente em todos os fatores e no total. Ou seja, a SA modifica-se com a TCCG tanto em termos de intragrupo intervenção quanto em termos de escores do grupo controle. Os resultados deste estudo confirmaram que a relação entre a SA é maior em pacientes com TP mais graves. Também foi evidenciada a eficácia da TCCG na redução das dimensões física, cognitiva e social da SA, confirmando a hipótese do impacto positivo da TCCG para a modificação desse quadro. |
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