Produção científica, colaboração e impacto da Física de Altas Energias brasileira indexada na Web of Science (1983-2013)

• Autor(a) principal: Alvarez, Gonzalo Rubén
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/131156
• topic: Física de altas energias; Produção científica; Bibliometria; Análise de citação; Scientific output; Scientific collaboration; Citation analysis; Bibliometrics; Brazilian high energy physics; Producción científica; Colaboración científica; Análisis de citas; Bibliometría; Física de altas energías brasileña

Com base em indicadores bibliométricos de produção, colaboração e impacto, este trabalho investiga os artigos científicos brasileiros da Física de Altas Energias (FAE) indexados pelo Science Citation Index (SCI) da Web of Science (WoS) no período de 1983-2013. Fizeram parte do estudo todas as publicações em periódicos abrangidos na categoria de assunto Physics, Particles & Fields. Os dados foram organizados e analisados com auxílio dos softwares Bibexcel, UCINET, Gephi, Philcarto, SPSS, R e Excel 2007. Os 6.350 artigos sugerem que o crescimento anual da produção pode ter sido consequência da ampliação dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) com linhas de pesquisa FAE e grupos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da participação do Brasil nas colaborações internacionais e da instituição da Rede Nacional de Física de Altas Energias (RENAFAE). A distribuição das artigos por Web of Science Category (WC) demonstrou que a área centraliza a publicação em um número reduzido de periódicos estrangeiros de língua inglesa, com destaque para Physical Review D (PRD). A Astronomia & Astrofísica com 45,63% e a Física Nuclear com 18,66% de participação foram as categorias predominantes. Os cientistas nacionais mais produtivos são da subárea experimental e filiados a instituições públicas do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. As universidades foram responsáveis por 80,92% da produção. A coautoria entre indivíduos cresceu ao longo do período, registrando média de 155,89 autores por artigo. O estudo por amostragem provou que a parcela de publicações de autoria única (11,39%) está vinculada à Física Teórica. Tanto o crescimento do número de artigos quanto o de colaborações se ajustam ao modelo de regressão linear. O decréscimo da média de instituições por artigo quando consideradas somente as nacionais, denota a preferência pela colaboração internacional em razão do custo e complexidade das investigações. As análises de MDS e clusters confirmam a existência de grupos regionais. A média de países por artigo é de 4,87. A proporção de coautorias internacionais da FAE (49,07%) é superior aos índices verificados na produção científica brasileira em anos recentes. O predomínio de pesquisadores estrangeiros na rede de colaboração confirma a internacionalização da atividade e a presença do Brasil nos experimentos multinacionais. Os indicadores absolutos expressam que EUA, Rússia e França são os principais parceiros. Os indicadores relativos expõem um processo de desconcentração e diversificação das colaborações nacionais, com presença relevante da Colômbia e países do leste europeu. O impacto da pesquisa em FAE aponta que os artigos brasileiros receberam 78.812 citações provenientes de 41.152 documentos. Os dados mostram que 87,65% das publicações foram citadas uma ou mais vezes no período. As características gerais dos citantes revelam a prevalência do artigo publicado em periódico estrangeiro na língua inglesa. A Física de Partículas e Campos com 36,24% e a Astronomia & Astrofísica com 21,17% de participação foram as categorias citantes salientes. Os documentos internacionais representam 88,15% das citações, com distinção para as publicações dos EUA, Alemanha e Itália. O Istituto Nazionale di Fisica Nucleare (INFN) se destaca entre as instituições de filiação dos autores citantes. Conclui que a FAE detém reconhecimento internacional, entretanto, o incremento da participação nas colaborações multinacionais e a intensificação da atividade científica na subárea experimental pode conceder ao Brasil o status dos países desenvolvidos.