Cárie dentária em indivíduos com Síndrome de Down
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/152691 |
Resumo: | A síndrome de Down (SD) é a anomalia genética mais comum em seres humanos e acomete todas as etnias e níveis socioeconômicos. Esta síndrome também se manifesta na cavidade bucal dos indivíduos, alterando tecidos moles e duros, a constituição salivar e a microbiologia oral. Em relação à cárie dentária, muitos estudos na literatura avaliaram a experiência desta doença nas pessoas com SD, mas os resultados são conflitantes. Enquanto a maioria dos trabalhos reportou uma menor experiência de cárie nas pessoas com a síndrome comparadas a indivíduos não sindrômicos, outros estudos não mostraram diferença. Assim, três estudos foram conduzidos para elucidar algumas controvérsias. O primeiro estudo foi uma revisão sistemática de literatura que teve como objetivo determinar se existem ou não diferenças na experiência de cárie entre pessoas com e sem SD. Foram incluídos 13 artigos para extração dos dados. Entretanto, devido à baixa qualidade metodológica de todos os estudos, concluiu-se que não existe evidência cientifica para suportar a hipótese que pessoas com SD apresentem menor experiência de cárie do que indivíduos não sindrômicos. O segundo estudo teve caráter observacional e transversal e foi conduzido com131 crianças entre 6 e 12 anos de idade (60 com SD e 71 sem SD). Foram verificados os índices de placa (IP), índice de sangramento gengival (ISG), experiência de cárie e quantificação salivar Streptococcus mutans (S. mutans). Questionários que incluíram hábitos de escovação, dieta e renda dos participantes foram realizados. A experiência de cárie foi similar entre os dois grupos. Os IP e ISG foram menores nas crianças com SD e isto foi associado a uma maior supervisão dos pais ou responsáveis durante a escovação. Significativamente mais crianças com SD tiveram altas contagens salivares de S. mutans. O estudo concluiu que crianças com e sem SD da mesma faixa-etária apresentam experiência de cárie similar. Entretanto, crianças com SD frequentemente apresentam maiores contagens salivares de S. mutans do que crianças sem a síndrome. Além disso, crianças com SD que têm escovação supervisionada por pais ou cuidadores apresentam menores índices de placa e sangramento gengival. O terceiro estudo foi observacional laboratorial conduzido com o objetivo de avaliar a diversidade genotípica de S. 5 mutans e a acidogenicidade de diferentes genótipos deste microrganismo em crianças com e sem SD. Dezessete crianças (9 com SD e 8 sem SD) com altas contagens salivares de S. mutans foram selecionadas. Elas foram divididas em dois grupos: livres de cárie e com alta experiência de cárie. Isolados de S. mutans foram obtidos de cada paciente e 99 cepas (50 de SD e 49 sem SD) foram confirmadas utilizando PCR. Por meio de AP-PCR, observaram-se os diferentes perfis genotípicos. A acidogenicidade de uma cepa representativa para cada genótipo obtido foi avaliada. As crianças com SD tiveram uma menor diversidade genotípica de S. mutans do que as crianças sem a síndrome, e os genótipos avaliados das crianças com SD foram significativamente menos acidogênicos do que nas crianças sem síndrome. O estudo concluiu que crianças com SD apresentam genótipos de S. mutans menos acidogênicos quando comparados aos de crianças sem a síndrome. Os resultados dos trabalhos realizados permitem concluir que: não existem evidências científicas que suportem a hipótese que pessoas com SD apresentem menor experiência de cárie do que indivíduos sem a síndrome; pessoas com SD apresentam experiência de cárie similar a pessoas sem a síndrome; existe uma maior frequência de crianças com SD que apresentam altas contagens salivares de S. mutans do que crianças sem a síndrome; crianças com SD que têm escovação supervisionada por pais ou cuidadores apresentam menores índices de placa e sangramento gengival; os genótipos de S. mutans encontrados na cavidade bucal de crianças com SD são menos acidogênicos do que os das crianças sem síndrome. |
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Moreira, Maurício José SantosHashizume, Lina Naomi2017-02-17T02:33:01Z2016http://hdl.handle.net/10183/152691001013108A síndrome de Down (SD) é a anomalia genética mais comum em seres humanos e acomete todas as etnias e níveis socioeconômicos. Esta síndrome também se manifesta na cavidade bucal dos indivíduos, alterando tecidos moles e duros, a constituição salivar e a microbiologia oral. Em relação à cárie dentária, muitos estudos na literatura avaliaram a experiência desta doença nas pessoas com SD, mas os resultados são conflitantes. Enquanto a maioria dos trabalhos reportou uma menor experiência de cárie nas pessoas com a síndrome comparadas a indivíduos não sindrômicos, outros estudos não mostraram diferença. Assim, três estudos foram conduzidos para elucidar algumas controvérsias. O primeiro estudo foi uma revisão sistemática de literatura que teve como objetivo determinar se existem ou não diferenças na experiência de cárie entre pessoas com e sem SD. Foram incluídos 13 artigos para extração dos dados. Entretanto, devido à baixa qualidade metodológica de todos os estudos, concluiu-se que não existe evidência cientifica para suportar a hipótese que pessoas com SD apresentem menor experiência de cárie do que indivíduos não sindrômicos. O segundo estudo teve caráter observacional e transversal e foi conduzido com131 crianças entre 6 e 12 anos de idade (60 com SD e 71 sem SD). Foram verificados os índices de placa (IP), índice de sangramento gengival (ISG), experiência de cárie e quantificação salivar Streptococcus mutans (S. mutans). Questionários que incluíram hábitos de escovação, dieta e renda dos participantes foram realizados. A experiência de cárie foi similar entre os dois grupos. Os IP e ISG foram menores nas crianças com SD e isto foi associado a uma maior supervisão dos pais ou responsáveis durante a escovação. Significativamente mais crianças com SD tiveram altas contagens salivares de S. mutans. O estudo concluiu que crianças com e sem SD da mesma faixa-etária apresentam experiência de cárie similar. Entretanto, crianças com SD frequentemente apresentam maiores contagens salivares de S. mutans do que crianças sem a síndrome. Além disso, crianças com SD que têm escovação supervisionada por pais ou cuidadores apresentam menores índices de placa e sangramento gengival. O terceiro estudo foi observacional laboratorial conduzido com o objetivo de avaliar a diversidade genotípica de S. 5 mutans e a acidogenicidade de diferentes genótipos deste microrganismo em crianças com e sem SD. Dezessete crianças (9 com SD e 8 sem SD) com altas contagens salivares de S. mutans foram selecionadas. Elas foram divididas em dois grupos: livres de cárie e com alta experiência de cárie. Isolados de S. mutans foram obtidos de cada paciente e 99 cepas (50 de SD e 49 sem SD) foram confirmadas utilizando PCR. Por meio de AP-PCR, observaram-se os diferentes perfis genotípicos. A acidogenicidade de uma cepa representativa para cada genótipo obtido foi avaliada. As crianças com SD tiveram uma menor diversidade genotípica de S. mutans do que as crianças sem a síndrome, e os genótipos avaliados das crianças com SD foram significativamente menos acidogênicos do que nas crianças sem síndrome. O estudo concluiu que crianças com SD apresentam genótipos de S. mutans menos acidogênicos quando comparados aos de crianças sem a síndrome. Os resultados dos trabalhos realizados permitem concluir que: não existem evidências científicas que suportem a hipótese que pessoas com SD apresentem menor experiência de cárie do que indivíduos sem a síndrome; pessoas com SD apresentam experiência de cárie similar a pessoas sem a síndrome; existe uma maior frequência de crianças com SD que apresentam altas contagens salivares de S. mutans do que crianças sem a síndrome; crianças com SD que têm escovação supervisionada por pais ou cuidadores apresentam menores índices de placa e sangramento gengival; os genótipos de S. mutans encontrados na cavidade bucal de crianças com SD são menos acidogênicos do que os das crianças sem síndrome.Down Syndrome (DS) is the most common genetic anomaly in human, affecting all ethnicities and socioeconomic levels. The syndrome has also manifestations in the oral cavity of the subjects, altering soft and hard tissues, salivary constitution and oral microbiology. Regarding dental caries, previous studies have found conflicting results when evaluating the caries experience in DS subjects. While the majority of researchers reported a lower caries experience in DS versus non-DS subjects, other studies did not find difference. In order to elucidate the controversies, three studies were conducted. The first study was a systematic review with the aim of determining if there was difference in the caries experience in DS and non-DS subjects. In total, 13 articles were included for data extraction. However, due to the low methodological quality of all the studies, it was concluded that there was no scientific evidence to support the hypothesis that DS subjects have a lower caries experience than non-DS subjects. The second study was observational and cross-sectional and was performed with 131 children aged between 6-12 (60 with DS and 71 non-DS). The plaque index (PI), gingival bleeding index (GBI), caries experience and salivary Streptococcus mutans (S. mutans) quantification were investigated. Questionnaires that included tooth brushing habits, diet and income of the subjects were performed. Caries experience was similar in both groups. PI and GBI were lower in DS subjects, what was associated with a higher parental/caregiver supervision. Significantly more children with DS had high salivary counts of S. mutans. The study concluded that children with and without DS of the same age range have similar caries experience. However, children with DS often have higher salivary counts of S. mutans than children without the syndrome. In addition, children with DS who have tooth brushing supervised by parents or caregivers have lower PI and GBI. The third study was laboratory observational aimed to evaluate the S. mutans genotypical diversity and the associated acidogenicity in DS and non-DS children. Seventeen children (9 DS and 8 non-DS) with high salivary counts of S. mutans were selected and divided in two groups: caries-free and high caries experience. S. mutans isolates were obtained from each subject and 99 strains (50 in DS and 7 49 in non-DS) were confirmed through PCR. Different genotypical profiles were observed through AP-PCR technique. The acidogenicity of a representative strain from each genotype was analysed. DS children presented a lower S. mutans genotypical diversity than non-DS children. Moreover, the DS genotypes were significantly associated with less acidogenic than non-DS. The study concluded that children with DS present less acidogenic S. mutans genotypes when compared to children without the syndrome. In summary, the results of this studies allow conclude that: DS subjects have a similar caries experience than non-DS subjects; a significant higher frequency of DS children have higher S. mutans salivary counts than children without the syndrome; children with DS who have tooth brushing supervised by parents or caregivers have lower PI and GBI; the genotypes of S. mutans found in the oral cavity of children with DS are less acidogneic than those of children without the syndrome.application/pdfporCárie dentáriaSíndrome de DownDown syndromeDental cariesStreptococcus mutansCárie dentária em indivíduos com Síndrome de DownDental caries in Down syndrome individuals info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de OdontologiaPrograma de Pós-Graduação em OdontologiaPorto Alegre, BR-RS2016doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001013108.pdf.txt001013108.pdf.txtExtracted Texttext/plain109089http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152691/2/001013108.pdf.txt4b1e5782e1d811f0679421f50e352564MD52ORIGINAL001013108.pdf001013108.pdfTexto completoapplication/pdf738810http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/152691/1/001013108.pdf595cf2277e886cee98d2427b70293a32MD5110183/1526912023-07-01 03:41:51.278296oai:www.lume.ufrgs.br:10183/152691Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-07-01T06:41:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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