Avaliação diagnóstica e prognóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pelo método de Stewart

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Main Author: Boniatti, Márcio Manozzo
Publication Date: 2010
Format: Doctoral thesis
Language: por
Source: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Download full: http://hdl.handle.net/10183/27813
Summary: Este trabalho tem como objetivos verificar se o método de Stewart pode melhorar nossa capacidade diagnóstica dos distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos quando comparado ao modelo tradicional. Além disso, pretende-se determinar se as variáveis ácido-básicas estão associadas à mortalidade hospitalar. Este estudo de coorte prospectivo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de fevereiro a maio de 2007. Foram incluídos 175 pacientes admitidos na UTI durante este período. Variáveis clínicas e laboratoriais foram coletadas na admissão, além de seguimento destes pacientes para verificar mortalidade na UTI e hospitalar. Na primeira parte do trabalho, comparou-se a capacidade diagnóstica dos dois métodos de avaliação de distúrbios ácido-básicos: modelo tradicional e modelo de Stewart. No modelo tradicional, acidose metabólica era diagnosticada quando Standard Base Excess (SBE) fosse ≤ -5,0 mmol/L. Pelo método de Stewart, considerou-se acidose metabólica quando Strong Ion Difference efetivo (SIDe) fosse < 38,0mmol/L ou houvesse aumento de ácidos fracos não-voláteis (por exemplo, fósforo). Entre os 68 pacientes com SBE normal, isto é, sem distúrbio metabólico pela avaliação tradicional, a maioria (n=59, 86,8%) apresentava SIDe diminuído. Entre os 103 pacientes com acidose metabólica reconhecida pela avaliação tradicional, todos também apresentavam SIDe diminuído. A comparação entre sobreviventes e não-sobreviventes no hospital mostrou uma diferença significativa para Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) II, SOFA, sódio, cálcio, albumina, SBE, bicarbonato, cloro, SID aparente (SIDa), SIDe, e Strong Ion Gap (SIG). Individualmente, nenhuma dessas variáveis mostrou boa acurácia para predição de mortalidade hospitalar. O modelo de regressão logística com SOFA e idade apresentou uma área sob a curva Receiver Operating Characteristic (ROC) de 0,72. A adição das variáveis ácido-básicas evidenciou que cloro e albumina melhoravam o modelo significativamente. No modelo final, SOFA, idade e cloro associaram-se com maior mortalidade, enquanto albumina associou-se com maior sobrevida. A área sob a curva ROC para este modelo foi 0,80. A comparação entre as áreas sob a curva ROC dos dois modelos foi significativamente diferente (p = 0,01). Conclui-se que a avaliação diagnóstica de distúrbios ácido-básicos em pacientes críticos pode ser aprimorada pelo método de Stewart em relação ao modelo tradicional e que hipercloremia pode estar associada com maior mortalidade.
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