Avaliação da influência da localização das lesões vasculares e das alterações motoras e cognitivas sobre o desenvolvimento de sinais e sintomas de depressão após acidente vascular cerebral
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1994 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/197982 |
Resumo: | Sinais e sintomas de depressão são problemas frequentes após um acidente vascular cerebral (AVC), contudo a sua real frequência e suas causas não estão ainda elucidadas. Este estudo avaliou a presença de sinais e sintomas de depressão pós-AVC e a influência da localização da lesão vascular e a presença de déficits cognitivos e motores sobre o desenvolvimento dos mesmos. Dezesseis pacientes, entre o segundo e terceiro mês após AVC, e 36 pacientes com doenças clínicas e/ou cirúrgicas não neurológicas foram avaliados quanto à presença de sinais e sintomas de depressão pelas Escalas de Montgomery-Asberg e de Cornell. As funções cognitivas foram avaliados utilizando-se os seguintes instrumentos: Mini Exame do Estado Mental, span de dígitos, span de palavras, teste de faces famosas, span de reconhecimento visual, testes de habilidade viso-construtiva e viso-perceptiva, testes de avaliação das funções práxicas e gnósicas, capacidade de abstração e julgamento, capacidade de realizar cálculos, e testes de avaliação da linguagem (compreensão e expressão verbal, nominação, repetição, escrita e leitura). A avaliação da motricidade foi através do grau de déficit motor (índice de motricidade e teste de controle do tronco) e por avaliação funcional (escala de Barthel para atividades diárias de vida. As análises tomográficas realizadas nos pacientes com AVC basearam-se no tipo de visão vascular (infarto ou hemorragia), na estimativa do volume da lesão, na lateralização da lesão (hemisférico esquerdo ou direito) e na localização infra-hemisférica da lesão (distâncias da lesão do polo frontal). A frequência de sinais e sintomas foi sigficativamente maior nos pacientes com AVC que nos controles. Mais de dois terços dos pacientes com AVC (69%) pela escala de Montgomery-Asberg e 75% pela escala de Cornell) apresentaram pelo menos um sinal ou sintoma depressivo, ao passo que no grupo controle os mesmos estavam presentes em somente 1/3 dos pacientes. Nos pacientes com AVC, as alterações do humor, principalmente ansiedade e irritabilidade, foram as mais frequentes, ao passo que no grupo controle, as manifestações mais frequentes foram dificuldade para adormecer, perda de peso e queixas físicas múltiplas. A presença de alterações nas funções cognitivas e motoras foram signitivamente superiores nos pacientes com AVC. As manifestações de depressão não foram associadas com variáveis demográficas (sexo, idade, raça, situação conjugal, renda, escolaridade, condições de habitação e atividade profissional), assim como com o tempo de internação hospitalar e tempo decorrido desde a alta. Com exceção do span de reconhecimento visual, da habilidade viso-perceptiva e viso-construtiva e completar frases com noção de antônimos (parte da avaliação da expressão da linguagem), o desempenho nos testes de avaliação das funções cognitivas não correlacionou-se com os escores nas escalas de depressão, nos sujeitos com AVC. A presença de alteração cognitiva (baseado numa avaliação mais ampla dos resultados nos testes), de afasia ou de déficit motor funcional severo (escores na escala de Barthel menor que 60) não estavam associadas com escores mais elevados nas escalas de depressão. Nas análises tomográficas observou-se correlação entre a proximidade da lesão do polo frontal e os escores nas escalas de depressão. O volume da lesão também apresentou correlação com estes escores. A lateralização da lesão e o tipo patológico não correlacionaram-se com sintomas de depressão. Estes resultados sugerem que a presença de sinais e sintomas de depressão pós-AVC não seja uma simples resposta aos déficits cognitivos e motores e sim uma manifestação de lesão nas vias cerebrais específicos. |
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Rieder, Carlos Roberto de MelloChaves, Marcia Lorena Fagundes2019-08-14T02:31:24Z1994http://hdl.handle.net/10183/197982000018127Sinais e sintomas de depressão são problemas frequentes após um acidente vascular cerebral (AVC), contudo a sua real frequência e suas causas não estão ainda elucidadas. Este estudo avaliou a presença de sinais e sintomas de depressão pós-AVC e a influência da localização da lesão vascular e a presença de déficits cognitivos e motores sobre o desenvolvimento dos mesmos. Dezesseis pacientes, entre o segundo e terceiro mês após AVC, e 36 pacientes com doenças clínicas e/ou cirúrgicas não neurológicas foram avaliados quanto à presença de sinais e sintomas de depressão pelas Escalas de Montgomery-Asberg e de Cornell. As funções cognitivas foram avaliados utilizando-se os seguintes instrumentos: Mini Exame do Estado Mental, span de dígitos, span de palavras, teste de faces famosas, span de reconhecimento visual, testes de habilidade viso-construtiva e viso-perceptiva, testes de avaliação das funções práxicas e gnósicas, capacidade de abstração e julgamento, capacidade de realizar cálculos, e testes de avaliação da linguagem (compreensão e expressão verbal, nominação, repetição, escrita e leitura). A avaliação da motricidade foi através do grau de déficit motor (índice de motricidade e teste de controle do tronco) e por avaliação funcional (escala de Barthel para atividades diárias de vida. As análises tomográficas realizadas nos pacientes com AVC basearam-se no tipo de visão vascular (infarto ou hemorragia), na estimativa do volume da lesão, na lateralização da lesão (hemisférico esquerdo ou direito) e na localização infra-hemisférica da lesão (distâncias da lesão do polo frontal). A frequência de sinais e sintomas foi sigficativamente maior nos pacientes com AVC que nos controles. Mais de dois terços dos pacientes com AVC (69%) pela escala de Montgomery-Asberg e 75% pela escala de Cornell) apresentaram pelo menos um sinal ou sintoma depressivo, ao passo que no grupo controle os mesmos estavam presentes em somente 1/3 dos pacientes. Nos pacientes com AVC, as alterações do humor, principalmente ansiedade e irritabilidade, foram as mais frequentes, ao passo que no grupo controle, as manifestações mais frequentes foram dificuldade para adormecer, perda de peso e queixas físicas múltiplas. A presença de alterações nas funções cognitivas e motoras foram signitivamente superiores nos pacientes com AVC. As manifestações de depressão não foram associadas com variáveis demográficas (sexo, idade, raça, situação conjugal, renda, escolaridade, condições de habitação e atividade profissional), assim como com o tempo de internação hospitalar e tempo decorrido desde a alta. Com exceção do span de reconhecimento visual, da habilidade viso-perceptiva e viso-construtiva e completar frases com noção de antônimos (parte da avaliação da expressão da linguagem), o desempenho nos testes de avaliação das funções cognitivas não correlacionou-se com os escores nas escalas de depressão, nos sujeitos com AVC. A presença de alteração cognitiva (baseado numa avaliação mais ampla dos resultados nos testes), de afasia ou de déficit motor funcional severo (escores na escala de Barthel menor que 60) não estavam associadas com escores mais elevados nas escalas de depressão. Nas análises tomográficas observou-se correlação entre a proximidade da lesão do polo frontal e os escores nas escalas de depressão. O volume da lesão também apresentou correlação com estes escores. A lateralização da lesão e o tipo patológico não correlacionaram-se com sintomas de depressão. 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