PCR para o diagnóstico da angiostrongilíase abdominal em tecido humano e resultados em camundongos tratados com enoxaparina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodriguez, Rubens
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/88426
Resumo: A angiostrongilíase abdominal (AA) é uma doença causada pelo nematódeo Angiostrongylus costaricensis, tendo como hospedeiros definitivos roedores silvestres e hospedeiros intermediários moluscos terrestres. No homem, hospedeiro acidental, pode causar infartos intestinais e pseudotumorações, que podem complicar com peritonite e sepse. O diagnóstico definitivo é realizado pelo estudo histopatológico de peças cirúrgicas, ao serem identificadas estruturas parasitárias como vermes, ovos ou larvas. Este processo demanda tempo e experiência do patologista. Até o presente momento não existe tratamento disponível contra o parasito ou para evitar as complicações, apesar de várias tentativas realizadas com o uso de antiparasitários. O presente estudo teve dois objetivos: 1. Testar a reação em cadeia da polimerase (PCR) em bloco parafinado para o diagnóstico de angiostrongilíase abdominal em seres humanos; e 2. Avaliar o efeito da enoxaparina na prevenção de complicações isquêmicas intestinais em camundongos com AA. Para a técnica da PCR utilizamos iniciadores de DNA do Angiostrongylus cantonensis. Blocos parafinados de 4 grupos foram divididos em: (1) casos confirmados (n=20), onde haviam estruturas parasitárias; (2) casos suspeitos (n=20), sendo alvos os granulomas e infiltrado eosinofílico; (3) controle negativo (n=3), proveniente de pacientes operados por adenocarcinomas; e (4) controle de especificidade (n=7), outras parasitoses, representados por estrongiloidíase, enterobíase, ascaridíase e esquistossomose. Para avaliar do tratamento foram utilizados 24 camundongos Swiss infectados com Angiostrongylus costaricensis (10L3/animal), sendo 12 tratados com enoxaparina subcutânea (40mg/kg/dia) e 12 com água destilada (placebo) por 50 dias. Os resultados mostraram que a sensibilidade da PCR foi de 55%, a especificidade de 100% e valor preditivo positivo de 100% para confirmaçãoo da AA. O tratamento dos camundongos com enoxaparina não mostrou diferença com o grupo placebo, em relação a prevenção das lesões tissulares e óbito. Concluindo, a PCR pode tornar-se uma ferramenta promissora para auxiliar na definição diagnóstica da AA, em especial quando o patologista não está familiarizado com esta doença. A enoxaparina na dose profilática não preveniu as lesões e os óbitos causados pelo parasito.
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spelling Rodriguez, RubensFornari, Fernando2014-03-13T01:51:08Z2013http://hdl.handle.net/10183/88426000912195A angiostrongilíase abdominal (AA) é uma doença causada pelo nematódeo Angiostrongylus costaricensis, tendo como hospedeiros definitivos roedores silvestres e hospedeiros intermediários moluscos terrestres. No homem, hospedeiro acidental, pode causar infartos intestinais e pseudotumorações, que podem complicar com peritonite e sepse. O diagnóstico definitivo é realizado pelo estudo histopatológico de peças cirúrgicas, ao serem identificadas estruturas parasitárias como vermes, ovos ou larvas. Este processo demanda tempo e experiência do patologista. Até o presente momento não existe tratamento disponível contra o parasito ou para evitar as complicações, apesar de várias tentativas realizadas com o uso de antiparasitários. O presente estudo teve dois objetivos: 1. Testar a reação em cadeia da polimerase (PCR) em bloco parafinado para o diagnóstico de angiostrongilíase abdominal em seres humanos; e 2. Avaliar o efeito da enoxaparina na prevenção de complicações isquêmicas intestinais em camundongos com AA. Para a técnica da PCR utilizamos iniciadores de DNA do Angiostrongylus cantonensis. Blocos parafinados de 4 grupos foram divididos em: (1) casos confirmados (n=20), onde haviam estruturas parasitárias; (2) casos suspeitos (n=20), sendo alvos os granulomas e infiltrado eosinofílico; (3) controle negativo (n=3), proveniente de pacientes operados por adenocarcinomas; e (4) controle de especificidade (n=7), outras parasitoses, representados por estrongiloidíase, enterobíase, ascaridíase e esquistossomose. Para avaliar do tratamento foram utilizados 24 camundongos Swiss infectados com Angiostrongylus costaricensis (10L3/animal), sendo 12 tratados com enoxaparina subcutânea (40mg/kg/dia) e 12 com água destilada (placebo) por 50 dias. Os resultados mostraram que a sensibilidade da PCR foi de 55%, a especificidade de 100% e valor preditivo positivo de 100% para confirmaçãoo da AA. O tratamento dos camundongos com enoxaparina não mostrou diferença com o grupo placebo, em relação a prevenção das lesões tissulares e óbito. Concluindo, a PCR pode tornar-se uma ferramenta promissora para auxiliar na definição diagnóstica da AA, em especial quando o patologista não está familiarizado com esta doença. A enoxaparina na dose profilática não preveniu as lesões e os óbitos causados pelo parasito.Abdominal angiostrongyliasis (AA) is a disease caused by the nematode Angiostrongylus costaricensis. The parasite has wild rodents as definitive hosts and molusks as intermediate hosts. Incidental contamination in men can provoke bowel infarction and pseudotumoral lesions, clinically manifested as acute abdomen. The diagnosis has been confirmed after histopathological examination of surgical specimens, with the identification of parasitic structures such as worms, eggs and larvae. Diagnostic workup demands high expertise from the pathologist. Hitherto there is no available treatment either for parasite eradication or avoidance of complications, despite several studies addressing the effect of anti-parasitic drugs. The current study aimed: 1. To test polimerase chain reaction (PCR) in formalin-fixed paraffin-embedded (FFPE) tissue for the diagnosis of AA in humans; and 2. To assess the effect of enoxaparin in preventing intestinal ischemic complications in mice with AA. For PCR we used DNA primers from Angiostrongylus cantonensis. Four groups of FFPE intestinal tissue from surgically treated patients were tested with PCR: (1) confirmed cases (n = 20), in which AC structures were present in the target tissue; (2) presumptive cases (n = 20), containing eosinophilic infiltrates and/or granulomatous reaction in the absence of AC structures; (3) negative controls (n = 3), consisting of normal colonic tissue surrounding resected colonic adenocarcinoma; and (4) tissue affected by other parasitosis (n = 7), including strongiloidiasis, ascaridiasis, schistosomiasis, and enterobiasis. In the study with enoxaparin, 24 mice infected with Angiostrongylus costaricensis (10L3/animal) were allocated to receive subcutaneous enoxaparin (40mg/kg/day, n = 12) or sterile water (n = 12) for 50 days. Regarding results, PCR showed sensitivity of 55%, specificity of 100% and positive predictive value of 100% in confirming AA. Treatment with enoxaparin was not superior to placebo in preventing AA related complications or death. In conclusion, the PCR technique might be a promising tool to be used in the diagnostic workup of AA, particularly in the setting of non-experienced pathologists. Enoxaparin in prophylactic doses did not prevent lesions or death in mice suffering from AA.application/pdfporReação em cadeia da polimeraseEnoxaparinaAngiostrongylusPCR para o diagnóstico da angiostrongilíase abdominal em tecido humano e resultados em camundongos tratados com enoxaparinainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências em Gastroenterologia e HepatologiaPorto Alegre, BR-RS2013doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000912195.pdf000912195.pdfTexto completoapplication/pdf17381125http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88426/1/000912195.pdf8de32461f7e88202d2eb2ad963e9faf3MD51TEXT000912195.pdf.txt000912195.pdf.txtExtracted Texttext/plain114146http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88426/2/000912195.pdf.txt00ee2d954666378e68e39b53ace5b66cMD52THUMBNAIL000912195.pdf.jpg000912195.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1213http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88426/3/000912195.pdf.jpg44e9297e5b2d17b7a05ee775cc7bb327MD5310183/884262018-10-18 08:19:51.918oai:www.lume.ufrgs.br:10183/88426Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-18T11:19:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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