Biopolíticas de HIV/AIDS no Brasil : uma análise dos anúncios televisivos das campanhas oficiais de prevenção : 1986-2000

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Luís Henrique Sacchi dos
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/242585
Resumo: Esta tese analisa um conjunto de anúncios televisivos das campanhas oficiais de prevenção ao HIV/AIDS, entre os anos de 1986 e 2000, sob a inspiração teórica dos estudos culturais em educação e dos estudos acerca da governamentalidade e do risco. A análise, em um nível macro, tornou possível identificar um deslocamento quanto ao tipo de discurso vigente relativamente às estratégias de prevenção: de um discurso publicitário (mais) biomédico para outro que caracterizei como um discurso publicitário (mais) comercial, pautado nas estratégias de marketing social. Considerando esse deslocamento e a partir de um certo modo de fazer (ver) (isto é, de uma metodologia explorada no detalhe), analisei dezessis anúncios organizados segundo três perguntas/categorias: "Como se dá a transmissão do HIV?"; "Em que período a transmissão ocorre?" e "Quais são as estratégias utilizadas pelos anúncios para promover a prevenção da transmissão do HIV?". Essas perguntas/categorias, especialmente a última delas, centraram a análise nas seguintes dimensões: a transmissão em cadeia do HIV, bem como junto a DST's; o recorrentelançamento de campanhas de prevenção no período do carnaval e suas transformações ao longo do tempo; a ênfase na redução de parceiros sexuais e o tom moralista associado a essa recomendação, especialmente presente no final dos anos 1980; o uso do medo, da culpa e da responsabilização e, por outro lado, do humor como estratégias de prevenção; o empowerment feminino e o imperativo da negociação do uso do preservativo; e, por fim, a propaganda conceitual do preservativo apresentado como sinônimo de sexo seguro. Analiso, ao final, como o governo da vida individual - e a centralidade da ação individual preconizada nos anúncios televisivos das campanhas oficiais de prevenção - torna-se, nas estratégias pautadas na governamentalidade e no risco, vital ao governo da vida coletiva. Em outras palavras, que o investimento sobre o indivíduo, depositando nele a possibilidade de "se prevenir" do HIV/AIDS, é o modo como se pode fazer que, no todo, se modifique o perfil de uma epidemia.
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Considerando esse deslocamento e a partir de um certo modo de fazer (ver) (isto é, de uma metodologia explorada no detalhe), analisei dezessis anúncios organizados segundo três perguntas/categorias: "Como se dá a transmissão do HIV?"; "Em que período a transmissão ocorre?" e "Quais são as estratégias utilizadas pelos anúncios para promover a prevenção da transmissão do HIV?". Essas perguntas/categorias, especialmente a última delas, centraram a análise nas seguintes dimensões: a transmissão em cadeia do HIV, bem como junto a DST's; o recorrentelançamento de campanhas de prevenção no período do carnaval e suas transformações ao longo do tempo; a ênfase na redução de parceiros sexuais e o tom moralista associado a essa recomendação, especialmente presente no final dos anos 1980; o uso do medo, da culpa e da responsabilização e, por outro lado, do humor como estratégias de prevenção; o empowerment feminino e o imperativo da negociação do uso do preservativo; e, por fim, a propaganda conceitual do preservativo apresentado como sinônimo de sexo seguro. Analiso, ao final, como o governo da vida individual - e a centralidade da ação individual preconizada nos anúncios televisivos das campanhas oficiais de prevenção - torna-se, nas estratégias pautadas na governamentalidade e no risco, vital ao governo da vida coletiva. Em outras palavras, que o investimento sobre o indivíduo, depositando nele a possibilidade de "se prevenir" do HIV/AIDS, é o modo como se pode fazer que, no todo, se modifique o perfil de uma epidemia.This thesis analyses a set of official televising campaigns for HIV/AIDS prevention, broadcasted between the years of 1986 nd 2000, under the theoretical inspiration of cultural studies on education and of studies about the govern-mentality and the risk. At al macro level, the analysis allowed to identifya dislocation concerning the kind of discourse used for the prevention strategies: from a (more) biomedical advertising discourse to another characterized as a (more) commercil advertising discourse, based on social marketing strategies. Considering this dislocation and a certain way od doing (of seeing) (that is,s methodology that explores the details), I analyzed sixteen ads, which were sorted accordingly to three questions/categories: "How does the HIV transmission occutr"; "In what period does the transmission occur?" and "What are the strategies used by the ads for the promotion of the HIV transmission prevention?". These questions/categories, mainly the last one, have focused the analysis on the following dimensions: the HIV as well as STDs transmission ina chain; the repeated launching of prevention campaigns during the carnival and its changes along the time; the emphasis on the reduction of sexual parttners and the moralistic approach linked to this advice, especially present in the end of 80's; the use of the fear, the guilt and the 'responsibility' and, on the other hand, the humor as prevention strategies; the feminine empowerment and the imperative of dealing with the use of condoms; and, finally, the conceptual propaganda of the condom, presented as a synonymous of safe sex. Finally, I analyze how the management of the individual life -and the cetralism of the individual adion, highly praised by the televising ads of the official prevention campaigns - becomes, in the strategies based on the govern-mentality and on the risk, vital to the collective life management. In other words, the investment on the individual, placing on him/her the possibility of "preventing himself/herself' from the HIV/AIDS, is the only way one can, after alll, modify the character of an epidemic.application/pdfporAIDSCampanha nacional de prevençãoPolíticas públicasAnálise do discursoMídiaGovernamentalidadePublicidadePropagandaMarketing socialTelevisão (Comunicação)Estudos culturaisEducaçãoSaúdePolíticaBrasilBiopolíticas de HIV/AIDS no Brasil : uma análise dos anúncios televisivos das campanhas oficiais de prevenção : 1986-2000info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2002doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000335741.pdf.txt000335741.pdf.txtExtracted Texttext/plain719481http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242585/2/000335741.pdf.txt67ba6ed591f7d3a3b492f468cbe27dbcMD52ORIGINAL000335741.pdfTexto completoapplication/pdf160091597http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242585/1/000335741.pdf68290ce2d24fa4f1ff2b7be106946c14MD5110183/2425852022-08-08 04:39:23.222424oai:www.lume.ufrgs.br:10183/242585Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-08-08T07:39:23Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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