A estrutura e a ultra-estrutura da paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1999 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/272081 |
Resumo: | A paráfise é uma estrutura neuroepitelial, considerada como um órgão circunventricular, localizada entre os hemisférios cerebrais e, com poucas exceções, presente na maioria dos vertebrados inferiores. No homem, a paráfise está presente durante um curto período embrionário e em alguns casos é sede de cistos coloidais do III° ventrículo. O objetivo deste trabalho foi estudar a localização e os aspectos morfológicos da paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni, para verificar diferenças regionais entre as células epiteliais, a presença de elementos supraependimários, organelas citoplasmáticas mais proeminentes e inclusões como lipídios, glicogênio e ferritina. Neste trabalho foram utilizadas um total de 24 tartarugas. Dezoito animais foram fixados através de perfusão intracardíaca com a mistura de glutaraldeído, paraformaldeído e tampão fosfato e 4 animais foram fixados por imersão na mesma solução fixadora, porém utilizando o tampão cacodilato. Para demonstrar a permeabilidade vascular da paráfise dois animais foram injetados com o corante azul de Evans. Os métodos usados para nossos estudos morfológicos foram o P.A.S., o azul da Prússia, a fosfatase ácida de Gomori, o tricromo de Gomori, o azul de toluidina, a hematoxilina-eosina, e a microscopia eletrônica de varredura e transmissão convencional. A paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni está ventralmente relacionada com plexo coróide do III° ventrículo, cranial e posteriormente com o complexo pineal e envolvida por envoltórios meníngeas. A paráfise constitui-se de um epitélio simples cuboidal. O núcleo destas células é central e arredondado com um nucléolo bem evidente. As características ultra-estruturais mais proeminentes foram a presença de numerosos corpos densos, mitocôndrias e gotículas de lipídios, todos estes localizados principalmente na posição apical da célula parafiseal. Grânulos de glicogênio e ferritina foram raramente encontrados. Grandes espaços intercelulares foram observados principalmente quando o material foi fixado por perfusão. Observações ao microscópio eletrônico de varredura demonstraram claramente que a superficie das células epiteliais da paráfise apresentam numerosas microvilosidades e tufos de cílios, estes últimos localizados centralmente. Nenhuma diferença regional foi observada ao longo da superficie parafiseal (face ventricular). Os túbulos da paráfise apresentam ramificações que provavelmente conectam-se entre si. Células macrofágicas são constantes na superfície epitelial ventricular. No tecido conjuntivo estão presentes muitos capilares sinusoidais, mastócitos e fibrilas colágenas. A administração intrarterial de azul de Evans revelou a ausência de barreira hemato-encefálica, provavelmente devido a presença de fenestras no endotélio vascular. Pelos resultados obtidos, concluímos que a paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni é um órgão circunventricular pois é uma estrutura que está relacionada ao sistema ventricular, é altamente vascularizada e não apresenta barreira hemato-encefálica. Devido a presença de vesículas e grânulos na superfície celular das células parafiseais, fenestras e vesículas de macropinocitose no endotélio vascular da paráfise sugerimos que esta estrutura seja capaz de liberar substâncias para o interior do sistema ventricular contribuindo também, em parte, para a formação do líquor. |
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Winkelmann, Elisa CristianaSchneider, Felipe Luis2024-02-21T04:59:01Z1999http://hdl.handle.net/10183/272081000274850A paráfise é uma estrutura neuroepitelial, considerada como um órgão circunventricular, localizada entre os hemisférios cerebrais e, com poucas exceções, presente na maioria dos vertebrados inferiores. No homem, a paráfise está presente durante um curto período embrionário e em alguns casos é sede de cistos coloidais do III° ventrículo. O objetivo deste trabalho foi estudar a localização e os aspectos morfológicos da paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni, para verificar diferenças regionais entre as células epiteliais, a presença de elementos supraependimários, organelas citoplasmáticas mais proeminentes e inclusões como lipídios, glicogênio e ferritina. Neste trabalho foram utilizadas um total de 24 tartarugas. Dezoito animais foram fixados através de perfusão intracardíaca com a mistura de glutaraldeído, paraformaldeído e tampão fosfato e 4 animais foram fixados por imersão na mesma solução fixadora, porém utilizando o tampão cacodilato. Para demonstrar a permeabilidade vascular da paráfise dois animais foram injetados com o corante azul de Evans. Os métodos usados para nossos estudos morfológicos foram o P.A.S., o azul da Prússia, a fosfatase ácida de Gomori, o tricromo de Gomori, o azul de toluidina, a hematoxilina-eosina, e a microscopia eletrônica de varredura e transmissão convencional. A paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni está ventralmente relacionada com plexo coróide do III° ventrículo, cranial e posteriormente com o complexo pineal e envolvida por envoltórios meníngeas. A paráfise constitui-se de um epitélio simples cuboidal. O núcleo destas células é central e arredondado com um nucléolo bem evidente. As características ultra-estruturais mais proeminentes foram a presença de numerosos corpos densos, mitocôndrias e gotículas de lipídios, todos estes localizados principalmente na posição apical da célula parafiseal. Grânulos de glicogênio e ferritina foram raramente encontrados. Grandes espaços intercelulares foram observados principalmente quando o material foi fixado por perfusão. Observações ao microscópio eletrônico de varredura demonstraram claramente que a superficie das células epiteliais da paráfise apresentam numerosas microvilosidades e tufos de cílios, estes últimos localizados centralmente. Nenhuma diferença regional foi observada ao longo da superficie parafiseal (face ventricular). Os túbulos da paráfise apresentam ramificações que provavelmente conectam-se entre si. Células macrofágicas são constantes na superfície epitelial ventricular. No tecido conjuntivo estão presentes muitos capilares sinusoidais, mastócitos e fibrilas colágenas. A administração intrarterial de azul de Evans revelou a ausência de barreira hemato-encefálica, provavelmente devido a presença de fenestras no endotélio vascular. Pelos resultados obtidos, concluímos que a paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni é um órgão circunventricular pois é uma estrutura que está relacionada ao sistema ventricular, é altamente vascularizada e não apresenta barreira hemato-encefálica. Devido a presença de vesículas e grânulos na superfície celular das células parafiseais, fenestras e vesículas de macropinocitose no endotélio vascular da paráfise sugerimos que esta estrutura seja capaz de liberar substâncias para o interior do sistema ventricular contribuindo também, em parte, para a formação do líquor.The paraphysis is a neuroepithelial structure, considered a circumventricular organ, located between the cerebral hemispheres. It is present, with few exceptions, in the majority of lower vertebrates. ln humans, the paraphysis appears in a short embryonic period and in some cases it's the location of the colloidal cysts in the third ventricle. Our aim was to study the location and the morphological aspects of the paraphysis of the turtle Trachemys scripta dorbigni, to verify regional differences between the epithelial cells, the presence of supraependymal elements, proeminent cytoplasmatic organelles, lipids, glycogen and ferritin. ln the work were utilizing twenty-four turtles. Twenty animals were fixed by intracardiac perfusion with a mixture of glutaraldheyde, paraformaldheyde and phosphate buffer and four animals were fixed by immersion utilizing the same solution, but with cacodilate buffer. ln some animals, Evans blue was injected to demonstrate the vascular permeability of the paraphysis. The methods used were PAS, Prussian blue, Gomori acid phosphatase, Gomori tricrome, toluidin blue and H.E., conventional scanning and transmission electron microscopy. The paraphysis is anatomically related to the choroid plexus of the third ventricle, cranially and posteriorly related to the pineal complex and with the meningeal coverings (Fig. 1). The paraphysis is constituted by a simple cuboidal epithelium. The nucleus is central and round with at least one evident nucleolus (Fig. 2). Toe ultrastructural prominent features were the existence of many dense bodies, mitochondrias and lipid droplets, mainly in the apical position of the cells. It was possible to detect few PAS-positive granules in the cytoplasm of the epithelial cells and ferritin granules were very scarce. Remarkable intercellular spaces were observed chiefly when the material was fixed by perfusion. ln the scanning electron microscopic preparations it was clearly observed that the epithelial cells surface presents microvilli and cilia distributed in tufts detected in the central position of the cell. No differences related to the epithelium surface (ventricular face) were observed. The tubules of the paraphysis presents branches that communicate by themselves (Fig. 1 ). Macrophagic cells were a constant finding on the epithelial cells surface (Fig. 3). The connective tissue of the paraphysis presents many sinusoids vessels, mast cells, fibroblasts and collagen fibers (Fig. 4). The intrarterial administration of Evans blue reveals the absence of the blood-brain barrier, probably linked to the presence of fenestrated endothelium (Fig. 5). We concluded that the paraphysis of the turtle Trachemys scripta dorbigni is a circumventricular organ as long as it has a ventricular association, is extremely vascularized and by the absence of the blood-brain barrier. Because the presence of vesicles and granules in the cellular surface of the paraphyseal cells, fenestrae and macropynocitotic vesicles in the vascular endothelium, we suggest that this structure can discharged different elements to the ventricular system and contribute, also, to the liquor formation.application/pdfporVentrículos cerebraisTartarugasMorfologiaA estrutura e a ultra-estrutura da paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigniinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdeCurso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: NeurociênciasPorto Alegre, BR-RS1999mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000274850.pdf.txt000274850.pdf.txtExtracted Texttext/plain165116http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272081/2/000274850.pdf.txtcd04c0759595ad786ebbf4cb34c126e1MD52ORIGINAL000274850.pdfTexto completoapplication/pdf14749488http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/272081/1/000274850.pdfec2cbaf8c53735e88599d36ed51232a9MD5110183/2720812024-02-22 05:01:26.141237oai:www.lume.ufrgs.br:10183/272081Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-02-22T08:01:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A paráfise é uma estrutura neuroepitelial, considerada como um órgão circunventricular, localizada entre os hemisférios cerebrais e, com poucas exceções, presente na maioria dos vertebrados inferiores. No homem, a paráfise está presente durante um curto período embrionário e em alguns casos é sede de cistos coloidais do III° ventrículo. O objetivo deste trabalho foi estudar a localização e os aspectos morfológicos da paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni, para verificar diferenças regionais entre as células epiteliais, a presença de elementos supraependimários, organelas citoplasmáticas mais proeminentes e inclusões como lipídios, glicogênio e ferritina. Neste trabalho foram utilizadas um total de 24 tartarugas. Dezoito animais foram fixados através de perfusão intracardíaca com a mistura de glutaraldeído, paraformaldeído e tampão fosfato e 4 animais foram fixados por imersão na mesma solução fixadora, porém utilizando o tampão cacodilato. Para demonstrar a permeabilidade vascular da paráfise dois animais foram injetados com o corante azul de Evans. Os métodos usados para nossos estudos morfológicos foram o P.A.S., o azul da Prússia, a fosfatase ácida de Gomori, o tricromo de Gomori, o azul de toluidina, a hematoxilina-eosina, e a microscopia eletrônica de varredura e transmissão convencional. A paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni está ventralmente relacionada com plexo coróide do III° ventrículo, cranial e posteriormente com o complexo pineal e envolvida por envoltórios meníngeas. A paráfise constitui-se de um epitélio simples cuboidal. O núcleo destas células é central e arredondado com um nucléolo bem evidente. As características ultra-estruturais mais proeminentes foram a presença de numerosos corpos densos, mitocôndrias e gotículas de lipídios, todos estes localizados principalmente na posição apical da célula parafiseal. Grânulos de glicogênio e ferritina foram raramente encontrados. Grandes espaços intercelulares foram observados principalmente quando o material foi fixado por perfusão. Observações ao microscópio eletrônico de varredura demonstraram claramente que a superficie das células epiteliais da paráfise apresentam numerosas microvilosidades e tufos de cílios, estes últimos localizados centralmente. Nenhuma diferença regional foi observada ao longo da superficie parafiseal (face ventricular). Os túbulos da paráfise apresentam ramificações que provavelmente conectam-se entre si. Células macrofágicas são constantes na superfície epitelial ventricular. No tecido conjuntivo estão presentes muitos capilares sinusoidais, mastócitos e fibrilas colágenas. A administração intrarterial de azul de Evans revelou a ausência de barreira hemato-encefálica, provavelmente devido a presença de fenestras no endotélio vascular. Pelos resultados obtidos, concluímos que a paráfise da tartaruga Trachemys scripta dorbigni é um órgão circunventricular pois é uma estrutura que está relacionada ao sistema ventricular, é altamente vascularizada e não apresenta barreira hemato-encefálica. Devido a presença de vesículas e grânulos na superfície celular das células parafiseais, fenestras e vesículas de macropinocitose no endotélio vascular da paráfise sugerimos que esta estrutura seja capaz de liberar substâncias para o interior do sistema ventricular contribuindo também, em parte, para a formação do líquor. |
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