Sobre os Tapiritae (Mammalia, Perissodactyla) do quaternário da América do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/38640 |
Resumo: | O gênero Tapirus (Perissodactyla, Tapiridae) é de origem holártica e entre o Mioceno e Plioceno final é amplamente distribuído na América do Norte, Europa e Ásia. Os tapires aparecem na América do Sul após a formação do Istmo de Panamá, durante o Grande Intercâmbio Biótico Americano, Pleistoceno inicial - médio. Neste trabalho, é revisado o material tipo das espécies atribuídas ao gênero na América do Sul; descrito material inédito proveniente da Venezuela e Brasil; realizado estudo comparativo morfológico e morfométrico; e proposto hipóteses quanto à origem e filogenia dos tapires na América do Sul. A partir da revisão das espécies de Tapirus do Quaternário da América do Sul, foi possível considerar válidas as espécies: T. greslebini, T. rioplatensis, e T. mesopotamicus (todas para a Argentina); T. oliverasi (Uruguai); T. tarijensis (Bolívia); T. cristatellus e T. rondoniensis (Brasil). A análise morfométrica permitiu estabelecer dois morfótipos para as espécies fósseis sulamericanas com base no tamanho do dentário. Um morfótipo que está dentro da variação de tamanho de T. terrestris, constituído pelas espécies T. rondoniensis e T. mesopotamicus, e outro, um morfótipo maior, com tamanho superior ao máximo de variação encontrado em T. terrestris, como T.tarijensis, T. rioplatensis, T. greslebini, e alguns espécimes de T. cristatellus. O gênero Tapirus apresentou-se como um clado monofilético, sendo Nexuotapirus marslandensis seu táxon-irmão. Os tapires sulamericanos não formam um clado monofilético, sendo T. pinchaque o grupo-irmão dos demais tapires sul-americanos atuais e fósseis, bem como das formas derivadas norte-americanas; e T. cristatellus seria o táxon irmão do clado T. indicus + T. bairdii +T. polkensis + T. lundeliusi + T. haysii + T. veroensis. O resultado da análise filogenética sugere uma relação próxima entre os tapires sul-americanos e T. webbi, o que corrobora a hipótese de um evento de dispersão da América do Norte para a América do Sul durante o Mioceno. Por outro lado, nossos dados indicam um segundo evento de dispersão da América do Sul para a América do Norte, possivelmente a partir de uma forma proximamente relacionada a T. cristatellus, que teria dado origem às formas derivadas do sudoeste da América do Norte. |
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Holanda, Elizete CelestinoFerigolo, Jorge2012-04-03T01:21:18Z2011http://hdl.handle.net/10183/38640000823815O gênero Tapirus (Perissodactyla, Tapiridae) é de origem holártica e entre o Mioceno e Plioceno final é amplamente distribuído na América do Norte, Europa e Ásia. Os tapires aparecem na América do Sul após a formação do Istmo de Panamá, durante o Grande Intercâmbio Biótico Americano, Pleistoceno inicial - médio. Neste trabalho, é revisado o material tipo das espécies atribuídas ao gênero na América do Sul; descrito material inédito proveniente da Venezuela e Brasil; realizado estudo comparativo morfológico e morfométrico; e proposto hipóteses quanto à origem e filogenia dos tapires na América do Sul. A partir da revisão das espécies de Tapirus do Quaternário da América do Sul, foi possível considerar válidas as espécies: T. greslebini, T. rioplatensis, e T. mesopotamicus (todas para a Argentina); T. oliverasi (Uruguai); T. tarijensis (Bolívia); T. cristatellus e T. rondoniensis (Brasil). A análise morfométrica permitiu estabelecer dois morfótipos para as espécies fósseis sulamericanas com base no tamanho do dentário. Um morfótipo que está dentro da variação de tamanho de T. terrestris, constituído pelas espécies T. rondoniensis e T. mesopotamicus, e outro, um morfótipo maior, com tamanho superior ao máximo de variação encontrado em T. terrestris, como T.tarijensis, T. rioplatensis, T. greslebini, e alguns espécimes de T. cristatellus. O gênero Tapirus apresentou-se como um clado monofilético, sendo Nexuotapirus marslandensis seu táxon-irmão. Os tapires sulamericanos não formam um clado monofilético, sendo T. pinchaque o grupo-irmão dos demais tapires sul-americanos atuais e fósseis, bem como das formas derivadas norte-americanas; e T. cristatellus seria o táxon irmão do clado T. indicus + T. bairdii +T. polkensis + T. lundeliusi + T. haysii + T. veroensis. O resultado da análise filogenética sugere uma relação próxima entre os tapires sul-americanos e T. webbi, o que corrobora a hipótese de um evento de dispersão da América do Norte para a América do Sul durante o Mioceno. Por outro lado, nossos dados indicam um segundo evento de dispersão da América do Sul para a América do Norte, possivelmente a partir de uma forma proximamente relacionada a T. cristatellus, que teria dado origem às formas derivadas do sudoeste da América do Norte.The genus Tapirus (Perissodactyla, Tapiridae) is of Holarctic origin and between the Miocene and late Pliocene is widely distributed in North America, Europe and Asia. Tapirs appeared in South America after the formation of the Isthmus of Panama, during the Great American Biotic Interchange, early – middle Pleistocene. In this work is reviewed the type specimen of the species assigned to the genus in South America; described new material from Venezuela and Brazil; conducted comparative morphological and morphometric study; and proposed hypotheses regarding the origin and phylogeny of South American tapirs. Based on the review of the species of Tapirus of Quaternary from South America, could be considered as valid species: T. greslebini, T. rioplatensis, and T. mesopotamicus (all from Argentina); T. oliverasi (Uruguay); T. tarijensis (Bolivia); T. cristatellus and T. rondoniensis (Brazil). Morphometric analysis allowed us to establish two morphotypes for the South American fossil species based on the size of the teeth. A morphotype which is within the size variation of T. terrestris, comprising the species T. rondoniensis and T. mesopotamicus, and another, larger one morphotype, much larger than the maximum of variation found in T. terrestris, as T. tarijensis, T. rioplatensis, T. greslebini, and some specimens of T. cristatellus. The genus Tapirus appeared as a monophyletic clade and Nexuotapirus marslandensis as its sister taxon. The South American tapirs do not constitute a monophyletic clade, since T. pinchaque is the sister group of other extant and fossil South American tapirs, and of the forms derived from North American; and T. cristatellus would be the sister taxon of the clade T. indicus + T. bairdii +T. polkensis + T. lundeliusi + T. haysii + T. veroensis. The result from phylogenetic analysis suggests a close relationship between the South American tapirs and T. webbi, which supports the hypothesis of a dispersal event from North America to South America during the Miocene. Moreover, our data indicate a second dispersal event from South America to North America, possibly from a form closely related to T. cristatellus, which would have resulted to the derived forms of southeast North America.application/pdfporPaleovertebradosAmérica do SulTapirusPleistoceneSouth americaMorphometrySystematicsPhylogenySobre os Tapiritae (Mammalia, Perissodactyla) do quaternário da América do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2011doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000823815.pdf.txt000823815.pdf.txtExtracted Texttext/plain445548http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/38640/2/000823815.pdf.txt2b267213fded2855fd295d8ae8a4a5ddMD52ORIGINAL000823815.pdf000823815.pdfTexto completoapplication/pdf24024262http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/38640/1/000823815.pdf94798b6a631391ca06fdcc83a435b9f4MD51THUMBNAIL000823815.pdf.jpg000823815.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1129http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/38640/3/000823815.pdf.jpgc01abcc736b5b94513d0aa2d013fc0d7MD5310183/386402018-10-10 08:08:11.044oai:www.lume.ufrgs.br:10183/38640Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-10T11:08:11Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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O gênero Tapirus (Perissodactyla, Tapiridae) é de origem holártica e entre o Mioceno e Plioceno final é amplamente distribuído na América do Norte, Europa e Ásia. Os tapires aparecem na América do Sul após a formação do Istmo de Panamá, durante o Grande Intercâmbio Biótico Americano, Pleistoceno inicial - médio. Neste trabalho, é revisado o material tipo das espécies atribuídas ao gênero na América do Sul; descrito material inédito proveniente da Venezuela e Brasil; realizado estudo comparativo morfológico e morfométrico; e proposto hipóteses quanto à origem e filogenia dos tapires na América do Sul. A partir da revisão das espécies de Tapirus do Quaternário da América do Sul, foi possível considerar válidas as espécies: T. greslebini, T. rioplatensis, e T. mesopotamicus (todas para a Argentina); T. oliverasi (Uruguai); T. tarijensis (Bolívia); T. cristatellus e T. rondoniensis (Brasil). A análise morfométrica permitiu estabelecer dois morfótipos para as espécies fósseis sulamericanas com base no tamanho do dentário. Um morfótipo que está dentro da variação de tamanho de T. terrestris, constituído pelas espécies T. rondoniensis e T. mesopotamicus, e outro, um morfótipo maior, com tamanho superior ao máximo de variação encontrado em T. terrestris, como T.tarijensis, T. rioplatensis, T. greslebini, e alguns espécimes de T. cristatellus. O gênero Tapirus apresentou-se como um clado monofilético, sendo Nexuotapirus marslandensis seu táxon-irmão. Os tapires sulamericanos não formam um clado monofilético, sendo T. pinchaque o grupo-irmão dos demais tapires sul-americanos atuais e fósseis, bem como das formas derivadas norte-americanas; e T. cristatellus seria o táxon irmão do clado T. indicus + T. bairdii +T. polkensis + T. lundeliusi + T. haysii + T. veroensis. O resultado da análise filogenética sugere uma relação próxima entre os tapires sul-americanos e T. webbi, o que corrobora a hipótese de um evento de dispersão da América do Norte para a América do Sul durante o Mioceno. Por outro lado, nossos dados indicam um segundo evento de dispersão da América do Sul para a América do Norte, possivelmente a partir de uma forma proximamente relacionada a T. cristatellus, que teria dado origem às formas derivadas do sudoeste da América do Norte. |
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