Exploring the digital servitization capabilities of the firm

• Autor(a) principal: Ruffoni, Estêvão Passuello
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: eng
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/270502
• topic: Criação de valor; Indústria; Capacidade tecnológica; Administração de empresas; Tecnologia; Digital servitization; Core capabilities; Value creation; Smart services; Digitalization; Servitization; Industry 4.0; Mixed-method

A servitização digital consiste em um processo de transição, através do qual firmas de setores industriais transitam da oferta de produtos para a oferta de soluções integradas entre produtos, serviços e tecnologias digitais. O fenômeno da servitização digital está altamente associado à atual quarta revolução industrial (Indústria 4.0), iniciada a partir do advento de tecnologias digitais diruptivas, como a Internet das Coisas, Computação em Nuvem, Análise de Big Data, Aprendizado de Máquina e Inteligência Artificial. Tais tecnologias têm imposto novas formas de produção e de criação de valor às firmas industriais, dentre as quais a servitização digital se destaca como uma das principais mudanças de paradigma enfrentadas. Por esta razão, muitos estudos tem explorado as capacidades (conjuntos de conhecimentos, recursos, rotinas e habilidades) que as firmas precisam desenvolver para transitarem com sucesso para servitização digital. Porém, importantes lacunas de pesquisa permanecem, dentre as quais se destacam: I) Como as capacidades de servitização digital criam valor para firma; II) Quais capacidades de servitização digital são necessárias para a oferta de serviços inteligentes e; III) Como as firmas usam suas capacidades de servitização digital para criarem valor nas diferentes trajetórias do paradigma da servitização digital. Com o objetivo de preencher estas lacunas, a presente tese propõe-se a responder à seguinte pergunta de pesquisa: Como as firmas utilizam suas capacidades de servitização digital para criarem valor? Para tanto, a tese foi estruturada em três artigos. O Artigo I – Explorando Configurações de Capacidades de Servitização Digital para Criação de Valor, propõe um modelo teórico de quatro capacidades centrais de servitização digital da firma (Integração, Provisão, Orquestração e Manufatura), conduz um estudo de múltiplos casos, e aplica a Análise Comparativa Qualitativa de Conjuntos Fuzzy (do inglês: Fuzzy-Set Qualitative Comparative Analysis, fsQCA) para identificar configurações dessas capacidades que criam valor. Os resultados mostram que as firmas podem criar valor através de duas configurações de capacidades: integração, provisão e manufatura (CI*CP*CM), ou integração, orquestração e manufatura (CI*CO*CM). O Artigo II – Construindo Capacidades de Servitização Digital para a Oferta de Serviços Inteligentes, utiliza o mesmo modelo de capacidades proposto no Artigo I, e aplica o método misto, combinando a técnica quantitativa emergente Análise de Condições Necessárias (do inglês: Necessary Conditions Analysis, NCA) com um estudo qualitativo de múltiplos 7 casos. Os resultados identificam que empresas de setores industriais seguem três etapas na construção de capacidades de servitização digital visando a oferta de serviços inteligentes: Implementação, Otimização e Customização. O Artigo III – Configurando as Capacidades de Servitização Digital da Firma para Criação de Valor em Diferentes Trajetórias, também utiliza o modelo de capacidades desenvolvido no Artigo I, conduz uma análise de cluster para identificar as trajetórias de servitização digital das firmas, e aplica o fsQCA para identificar as configurações de capacidades que resultam em criação de valor em cada trajetória. Os resultados demonstram que as firmas seguem quatro trajetórias de servitização digital (Tradicional, Digitalização, Servitização e Convergência), e que, em cada trajetória, diferentes configurações de capacidades são utilizadas para criação de valor. Juntos, os três artigos da tese demonstram que as capacidades de integração e de manufatura, bem como a interação entre elas, é a base da criação de valor através da servitização digital. As capacidades de provisão e de orquestração possuem apenas um papel secundário neste sentido, porém, a intercambialidade entre seus elementos confere diferentes opções para as firmas configurá-las a fim de criarem valor.