Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Uebel, Mariana Guedes Pedrini
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/87162
Resumo: Modelos de estadiamento para transtornos mentais graves têm sido propostos para personalizar e otimizar o tratamento. A lógica do estadiamento é baseada na avaliação de cada paciente para fornecer diferentes abordagens de acordo com a patofisiologia, sintomatologia e alterações estruturais da doença. Alterações do sistema inflamatório, regulado pelas citocinas, e desequilíbrio oxidativo são cada vez mais estudados como possíveis responsáveis pela patofisiologia da esquizofrenia (SZ). O objetivo deste estudo foi investigar os níveis séricos de marcadores de estresse oxidativo e de inflamação em pacientes com início recente de doença (RO) e pacientes crônicos (CP) com SZ em remissão sintomática. Medimos dois grupos de possíveis biomarcadores séricos para estadiamento da doença: marcadores de estresse oxidativo e de defesa antioxidante (artigo 1) e marcadores inflamatórios (artigos 1 e 2). A fim de examinar os marcadores de estresse oxidativo e inflamatórios, foram selecionados vinte e dois pacientes RO (com até 10 anos de doença), trinta e nove CP (com no mínimo 10 anos de diagnóstico de SZ) e seus respectivos controles pareados. Analizamos TBARS, PCC, TRAP, IL-6, IL-10 e TNF-alfa. Encontramos aumento significativo dos níveis séricos de TBARS, IL-6 e PCC em ambos os grupos RO e CP com SZ comparados com os controles saudáveis. Não ocorreu diferença nos níveis séricos de TRAP e TNF-alfa em ambos os grupos RO e CP comparados aos seus controles. Níveis séricos de IL-10 aumentados foram encontrados no grupo CP, e ocorreu uma tendência ao aumento desta interleucina no grupo RO em comparação aos controles (artigo 1). Para caracterizar o papel das quimiocinas no curso da SZ, medimos os níveis séricos da CCL-11 (Eotaxin) e da CCL-24 (Eotaxina-2) em vinte e três pacientes RO (com até 5 anos de doença) e dezoito CP (com no mínimo 20 anos de diagnóstico de esquizofrenia) e seus respectivos controles pareados. Os níveis séricos da CCL- 24 estavam significativamente aumentados nos dois grupos de pacientes comparados com os controles. Os níveis séricos da CCL-11 não estavam diferentes nos pacientes RO, mas estavam significativamente aumentados nos CP em relação aos seus controles (artigo 2). Nossos resultados sugerem que a SZ está associada com a inflamação e que os marcadores biológicos têm níveis similares ao longo do curso da doença. Sendo assim, o conceito de estadiamento proposto para outros transtornos não é visto nesta coorte de pacientes com SZ, pelo menos para citocinas e marcadores de estresse oxidativo. Contudo, a CCL-11 parece indicar um caminho promissor na investigação de marcadores associados ao envelhecimento precoce para fins de estadiamento.
id URGS_c8547f34beee5fd57e372b5fdacdfed5
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/87162
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Uebel, Mariana Guedes PedriniGama, Clarissa Severino2014-02-13T01:50:20Z2013http://hdl.handle.net/10183/87162000910573Modelos de estadiamento para transtornos mentais graves têm sido propostos para personalizar e otimizar o tratamento. A lógica do estadiamento é baseada na avaliação de cada paciente para fornecer diferentes abordagens de acordo com a patofisiologia, sintomatologia e alterações estruturais da doença. Alterações do sistema inflamatório, regulado pelas citocinas, e desequilíbrio oxidativo são cada vez mais estudados como possíveis responsáveis pela patofisiologia da esquizofrenia (SZ). O objetivo deste estudo foi investigar os níveis séricos de marcadores de estresse oxidativo e de inflamação em pacientes com início recente de doença (RO) e pacientes crônicos (CP) com SZ em remissão sintomática. Medimos dois grupos de possíveis biomarcadores séricos para estadiamento da doença: marcadores de estresse oxidativo e de defesa antioxidante (artigo 1) e marcadores inflamatórios (artigos 1 e 2). A fim de examinar os marcadores de estresse oxidativo e inflamatórios, foram selecionados vinte e dois pacientes RO (com até 10 anos de doença), trinta e nove CP (com no mínimo 10 anos de diagnóstico de SZ) e seus respectivos controles pareados. Analizamos TBARS, PCC, TRAP, IL-6, IL-10 e TNF-alfa. Encontramos aumento significativo dos níveis séricos de TBARS, IL-6 e PCC em ambos os grupos RO e CP com SZ comparados com os controles saudáveis. Não ocorreu diferença nos níveis séricos de TRAP e TNF-alfa em ambos os grupos RO e CP comparados aos seus controles. Níveis séricos de IL-10 aumentados foram encontrados no grupo CP, e ocorreu uma tendência ao aumento desta interleucina no grupo RO em comparação aos controles (artigo 1). Para caracterizar o papel das quimiocinas no curso da SZ, medimos os níveis séricos da CCL-11 (Eotaxin) e da CCL-24 (Eotaxina-2) em vinte e três pacientes RO (com até 5 anos de doença) e dezoito CP (com no mínimo 20 anos de diagnóstico de esquizofrenia) e seus respectivos controles pareados. Os níveis séricos da CCL- 24 estavam significativamente aumentados nos dois grupos de pacientes comparados com os controles. Os níveis séricos da CCL-11 não estavam diferentes nos pacientes RO, mas estavam significativamente aumentados nos CP em relação aos seus controles (artigo 2). Nossos resultados sugerem que a SZ está associada com a inflamação e que os marcadores biológicos têm níveis similares ao longo do curso da doença. Sendo assim, o conceito de estadiamento proposto para outros transtornos não é visto nesta coorte de pacientes com SZ, pelo menos para citocinas e marcadores de estresse oxidativo. Contudo, a CCL-11 parece indicar um caminho promissor na investigação de marcadores associados ao envelhecimento precoce para fins de estadiamento.Staging models for severe mental disorders have been proposed to personalize and optimize the treatment. The logic of staging is based on accessing each patient to provide them different approaches according to the pathophysiological, symptomatomatic and structural changes of the disease. Alterations on the immune system, which is regulated by cytokines, and oxidative imbalance are increasingly being studied as potentially implicated in the pathophysiology of schizophrenia (SZ). The aim of this study was to investigate serum markers of oxidative stress and inflammation in recent onset (RO) and chronic patients (CP) with SZ in symptomatic remission. We measured two groups of potential biomarkers for staging the disease: oxidative stress and antioxidant defense serum markers (article 1) and inflammatory markers (articles 1 and 2). In order to examine serum markers of oxidative stress and inflammation, we selected twenty-two RO patients (within 10 years of disease), thirty-nine CP (minimum of 10 years after the diagnosis of SZ) and their matched controls. We analyzed TBARS, PCC, TRAP, IL-6, IL-10 and TNF-alpha. We found a significant increase in serum levels of TBARS, PCC and IL-6 in both RO and CP groups with SZ compared with healthy controls. There was no difference in TRAP and TNF-alpha serum levels in both RO and CP groups compared with their controls. IL-10 levels were increased in CP group, and an increase trend in RO group was found compared with controls (article 1). In order to characterize the role of chemokines in the course of SZ, we measured serum levels of CCL-11 (Eotaxin) and CCL-24 (Eotaxin-2) in twenty-three RO patients (within first 5 years of SZ diagnosis) and nineteen CP (minimum of 20 years after the diagnosis of SZ) and their matched controls. CCL-24 serum levels were significantly increased in both groups of patients with SZ compared with controls. CCL-11 serum levels were not different in RO, but were significantly increased in CP when compared with their controls (article 2). Our results suggest that SZ is associated with infflamation and that biological markers have similar levels throughout the course of the chronic disease. Thus, the proposed staging concept for other disorders is not seen in this cohort, at least for cytokines and oxidative stress markers. However, CCL-11 seems to indicate a promising path in the investigation of accelerated aging markers for staging.application/pdfporEstresse oxidativoInflamaçãoEsquizofreniaEstresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofreniainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: PsiquiatriaPorto Alegre, BR-RS2013doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000910573.pdf000910573.pdfTexto completoapplication/pdf11614676http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87162/1/000910573.pdf163ccf8f767de6748a810c9e9a78d2a4MD51TEXT000910573.pdf.txt000910573.pdf.txtExtracted Texttext/plain155725http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87162/2/000910573.pdf.txtbbf653f739c082d45cf2e1d883b7b810MD52THUMBNAIL000910573.pdf.jpg000910573.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1399http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87162/3/000910573.pdf.jpge4d7199e229f9eaacd9193a2e3d24a99MD5310183/871622018-10-18 07:49:34.374oai:www.lume.ufrgs.br:10183/87162Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-18T10:49:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
title Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
spellingShingle Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
Uebel, Mariana Guedes Pedrini
Estresse oxidativo
Inflamação
Esquizofrenia
title_short Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
title_full Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
title_fullStr Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
title_full_unstemmed Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
title_sort Estresse oxidativo e inflamação em diferentes estágios da esquizofrenia
author Uebel, Mariana Guedes Pedrini
author_facet Uebel, Mariana Guedes Pedrini
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Uebel, Mariana Guedes Pedrini
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Gama, Clarissa Severino
contributor_str_mv Gama, Clarissa Severino
dc.subject.por.fl_str_mv Estresse oxidativo
Inflamação
Esquizofrenia
topic Estresse oxidativo
Inflamação
Esquizofrenia
description Modelos de estadiamento para transtornos mentais graves têm sido propostos para personalizar e otimizar o tratamento. A lógica do estadiamento é baseada na avaliação de cada paciente para fornecer diferentes abordagens de acordo com a patofisiologia, sintomatologia e alterações estruturais da doença. Alterações do sistema inflamatório, regulado pelas citocinas, e desequilíbrio oxidativo são cada vez mais estudados como possíveis responsáveis pela patofisiologia da esquizofrenia (SZ). O objetivo deste estudo foi investigar os níveis séricos de marcadores de estresse oxidativo e de inflamação em pacientes com início recente de doença (RO) e pacientes crônicos (CP) com SZ em remissão sintomática. Medimos dois grupos de possíveis biomarcadores séricos para estadiamento da doença: marcadores de estresse oxidativo e de defesa antioxidante (artigo 1) e marcadores inflamatórios (artigos 1 e 2). A fim de examinar os marcadores de estresse oxidativo e inflamatórios, foram selecionados vinte e dois pacientes RO (com até 10 anos de doença), trinta e nove CP (com no mínimo 10 anos de diagnóstico de SZ) e seus respectivos controles pareados. Analizamos TBARS, PCC, TRAP, IL-6, IL-10 e TNF-alfa. Encontramos aumento significativo dos níveis séricos de TBARS, IL-6 e PCC em ambos os grupos RO e CP com SZ comparados com os controles saudáveis. Não ocorreu diferença nos níveis séricos de TRAP e TNF-alfa em ambos os grupos RO e CP comparados aos seus controles. Níveis séricos de IL-10 aumentados foram encontrados no grupo CP, e ocorreu uma tendência ao aumento desta interleucina no grupo RO em comparação aos controles (artigo 1). Para caracterizar o papel das quimiocinas no curso da SZ, medimos os níveis séricos da CCL-11 (Eotaxin) e da CCL-24 (Eotaxina-2) em vinte e três pacientes RO (com até 5 anos de doença) e dezoito CP (com no mínimo 20 anos de diagnóstico de esquizofrenia) e seus respectivos controles pareados. Os níveis séricos da CCL- 24 estavam significativamente aumentados nos dois grupos de pacientes comparados com os controles. Os níveis séricos da CCL-11 não estavam diferentes nos pacientes RO, mas estavam significativamente aumentados nos CP em relação aos seus controles (artigo 2). Nossos resultados sugerem que a SZ está associada com a inflamação e que os marcadores biológicos têm níveis similares ao longo do curso da doença. Sendo assim, o conceito de estadiamento proposto para outros transtornos não é visto nesta coorte de pacientes com SZ, pelo menos para citocinas e marcadores de estresse oxidativo. Contudo, a CCL-11 parece indicar um caminho promissor na investigação de marcadores associados ao envelhecimento precoce para fins de estadiamento.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-02-13T01:50:20Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/87162
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000910573
url http://hdl.handle.net/10183/87162
identifier_str_mv 000910573
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87162/1/000910573.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87162/2/000910573.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87162/3/000910573.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 163ccf8f767de6748a810c9e9a78d2a4
bbf653f739c082d45cf2e1d883b7b810
e4d7199e229f9eaacd9193a2e3d24a99
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085278140858368