Análise da diversidade genética e morfológica de Petunia axillaris (Lam.) Britton, Sterns e Poggenb (Solanaceae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Turchetto, Caroline
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/137793
Resumo: O Bioma Pampa é um dos seis grandes biomas brasileiros, estendendo-se também para a Argentina e o Uruguai. Em termos geomorfológicos, é uma região complexa, pois inclui diversas unidades geradas em contextos tectônicos e paleogeográficos distintos, sendo que é bem conhecida a continuidade geológica entre o Uruguai e RS. A conservação dos campos tem sido negligenciada; ameaçada pelo aumento das áreas com agricultura e silvicultura (pinus e eucalipto), e por uma aplicação leniente da legislação ambiental, como se tais formações naturais abertas não tivessem a mesma importância das florestas. O gênero Petunia Juss. (Solanaceae) tem uma longa história de cruzamentos artificiais, sendo os híbridos de P. axillaris e P. integrifolia mundialmente disseminados como plantas ornamentais conhecidos como petúnias de jardim. P. axillaris possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo em todo Bioma Pampa, geralmente em afloramentos rochosos em beira de estrada. Através de caracteres morfológicos da flor, a espécie é dividida em três subespécies: P. axillaris ssp. axillaris, P. axillaris ssp. parodii e P. axillaris ssp. subandina. Nesse trabalho foram realizadas análises moleculares, morfológicas e ecológicas, através do sequenciamento dos espaçadores plastidiais trnS-trnG e trnH-psbA, da medida dos caracteres florais e da utilização de dados climáticos. O trabalho foi realizado com populações naturais abrangendo a área de distribuição da espécie. Os limites geográficos das subespécies são amplamente equivalentes entre os critérios morfológicos e ecológicos; para as subespécies axillaris e parodii, os dados suportam os dois grupos, já em relação às subespécies axillaris e subandina, esta separação é fraca, porque apesar de serem ecologicamente distintas, essas populações não são morfologicamente distintas uma da outra. Os dados de cpDNA não suportam os diferentes grupos, visto que as subespécies compartilham haplótipos, o que sugere divergência recente e retenção de polimorfismo ancestral. Apesar da falta de resolução genealógica e de apresentar estruturação geográfica pouco definida, os dados de cpDNA fornecem informações relevantes em relação à biogeografia da espécie, a qual teria tomado uma vasta proporção geográfica durante os períodos frio e seco do Quaternário, período de expansão dos campos. Os padrões de variação em P. axillaris, principalmente em relação à morfológica, são congruentes com a continuidade geológica entre RS e Uruguai. Mais estudos, com outras espécies, serão 14 relevantes para determinar se existe um padrão geográfico de distribuição das espécies nessa região.
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P. axillaris possui ampla distribuição geográfica, ocorrendo em todo Bioma Pampa, geralmente em afloramentos rochosos em beira de estrada. Através de caracteres morfológicos da flor, a espécie é dividida em três subespécies: P. axillaris ssp. axillaris, P. axillaris ssp. parodii e P. axillaris ssp. subandina. Nesse trabalho foram realizadas análises moleculares, morfológicas e ecológicas, através do sequenciamento dos espaçadores plastidiais trnS-trnG e trnH-psbA, da medida dos caracteres florais e da utilização de dados climáticos. O trabalho foi realizado com populações naturais abrangendo a área de distribuição da espécie. Os limites geográficos das subespécies são amplamente equivalentes entre os critérios morfológicos e ecológicos; para as subespécies axillaris e parodii, os dados suportam os dois grupos, já em relação às subespécies axillaris e subandina, esta separação é fraca, porque apesar de serem ecologicamente distintas, essas populações não são morfologicamente distintas uma da outra. Os dados de cpDNA não suportam os diferentes grupos, visto que as subespécies compartilham haplótipos, o que sugere divergência recente e retenção de polimorfismo ancestral. Apesar da falta de resolução genealógica e de apresentar estruturação geográfica pouco definida, os dados de cpDNA fornecem informações relevantes em relação à biogeografia da espécie, a qual teria tomado uma vasta proporção geográfica durante os períodos frio e seco do Quaternário, período de expansão dos campos. Os padrões de variação em P. axillaris, principalmente em relação à morfológica, são congruentes com a continuidade geológica entre RS e Uruguai. Mais estudos, com outras espécies, serão 14 relevantes para determinar se existe um padrão geográfico de distribuição das espécies nessa região.The Pampa is one of the six major Brazilian Biome, covering also the Argentina and Uruguay Countries. Concerning to geomorphology, it is a complex region because includes several units generates in different tectonic and paleogeographic contexts and the geological continuity between Uruguay and Rio Grande do Sul (RS) State is very well known. This Biome is endangered because the increase of agriculture and forestry areas and its conservations has been neglected. There is lax enforcement of environmental legislation and has been given less importance than the rain forests. The genus Petunia Juss. (Solanaceae) has a long history of artificial breeding being the hybrids of the P. axillaris e P. integrifolia worldwide disseminated as ornamental plants and are known as P. X hybrida or garden petunia. P. axillaris has a wide geographic distribution, occurring throughout the Pampa Biome, usually in outcrops and in roadside. Based on morphological characters of the flowers, this species is separated in three subspecies: P. axillaris ssp. axillaris, P. axillaris ssp. parodii e P. axillaris ssp. subandina. In this work were carried out molecular, morphological and ecological analysis by sequencing of cpDNA trnS-trnG e trnH-psbA intergenic spacers, measurement of the floral traits and use of climate data. Natural populations were studied in the whole area of species distribution. The geographical limits of the subspecies are in agreement with morphological and ecological criteria and for ssp. axillaris e ssp. parodii, the data support the two groups. The separation between the ssp. axillaris e ssp. subandina is weak because although they are ecologically distinct, they are not morphologically different. The cpDNA data do not support the exclusivity of these groups since haplotypes were sharing among the three groups, suggesting recent divergence and ancestral polymorphism retention. Despite the lack of genealogical resolution and unclear geographical structure, the cpDNA data provide relevant information about the biogeographic history of this species, which would have occupied a large geographical area during the cold and dry in Quaternary when there was grassland expansion. The patterns of variation in P. axillaris, especially morphological variations, are consistent with the geological continuity between RS and Uruguay. Further studies including others species will be important to determine the existence of a geographic pattern of the species distribution in this region.application/pdfporPetunia axillarisSolanaceaeAnálise da diversidade genética e morfológica de Petunia axillaris (Lam.) Britton, Sterns e Poggenb (Solanaceae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Genética e Biologia MolecularPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000734895.pdf000734895.pdfTexto completoapplication/pdf2819838http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/137793/1/000734895.pdf5c20eb6a29e6ea8a6a136e10bdd10033MD51TEXT000734895.pdf.txt000734895.pdf.txtExtracted Texttext/plain191738http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/137793/2/000734895.pdf.txt267e747dacb2418143ac0a25516c541dMD52THUMBNAIL000734895.pdf.jpg000734895.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1695http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/137793/3/000734895.pdf.jpg2794ac48955f0625154821c678e9f685MD5310183/1377932020-02-23 04:14:55.556778oai:www.lume.ufrgs.br:10183/137793Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-02-23T07:14:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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