Aspectos permissivos e restritivos da relação da ditadura civil-militar com a inserção internacional do cinema brasileiro : a criação da Embrafilme e a atuação da censura de 1964 ao "Pra Frente, Brasil"
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/71931 |
Resumo: | No início da década de 60, um grupo de jovens cineastas dispostos a mudar os rumos do cinema brasileiro e da própria realidade social e política de seu público despontava de forma inédita no cenário internacional, conquistando a crítica dos festivais de cinema europeus. Durante a década de 70, o grupo que ficou conhecido como Cinema Novo sofreu transformações em decorrência da política cultural do regime instaurado com o golpe de 1964. Com uma proposta de desenvolvimento industrial para o cinema brasileiro, a ditadura civil-militar criou, em 1966, o Instituto Nacional de Cinema (INC) e, em 1969, a Empresa Brasileira de Filmes (EMBRAFILME). Esta tinha como finalidade a divulgação do cinema brasileiro no exterior. Paralelamente, a atividade da censura selecionava o que o público interno deveria ver. Da mesma forma, era a censura que liberava a exibição no exterior das películas brasileiras, através da chancela “Livre para Exportação.” Dispostos a seguir com sua proposta verdadeiramente nacional de cinema brasileiro, determinados diretores do Cinema Novo decidiram-se por buscar o diálogo com o Estado. Como resultado, suas obras alcançaram êxitos internacionais não concedidos à outra ordem de produção cinematográfica. Notou-se que as obras de maior repercussão no exterior não apresentavam nenhuma proximidade com a propaganda oficial do regime empreendida no âmbito interno, como, a princípio, suscita a existência da EMBRAFILME. Ademais, mesmo os filmes sem qualquer vínculo com o Estado em sua produção passavam pelo seu crivo por meio da censura. Dessa forma, surpreende que a imagem do Brasil enquanto produtor de cinema tenha sido construída por películas aparentemente tão distantes das evidentes intenções do regime. Partindo da criação da EMBRAFILME e da atuação da censura em relação a esse conjunto de filmes, este trabalho busca investigar a relação da ditadura imposta em 1964 com a inserção internacional do cinema brasileiro até a obra de Roberto Farias Pra frente, Brasil. |
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Ternes, Andressa SaraivaPadrós, Enrique Serra2013-05-25T01:46:12Z2012http://hdl.handle.net/10183/71931000878017No início da década de 60, um grupo de jovens cineastas dispostos a mudar os rumos do cinema brasileiro e da própria realidade social e política de seu público despontava de forma inédita no cenário internacional, conquistando a crítica dos festivais de cinema europeus. Durante a década de 70, o grupo que ficou conhecido como Cinema Novo sofreu transformações em decorrência da política cultural do regime instaurado com o golpe de 1964. Com uma proposta de desenvolvimento industrial para o cinema brasileiro, a ditadura civil-militar criou, em 1966, o Instituto Nacional de Cinema (INC) e, em 1969, a Empresa Brasileira de Filmes (EMBRAFILME). Esta tinha como finalidade a divulgação do cinema brasileiro no exterior. Paralelamente, a atividade da censura selecionava o que o público interno deveria ver. Da mesma forma, era a censura que liberava a exibição no exterior das películas brasileiras, através da chancela “Livre para Exportação.” Dispostos a seguir com sua proposta verdadeiramente nacional de cinema brasileiro, determinados diretores do Cinema Novo decidiram-se por buscar o diálogo com o Estado. Como resultado, suas obras alcançaram êxitos internacionais não concedidos à outra ordem de produção cinematográfica. Notou-se que as obras de maior repercussão no exterior não apresentavam nenhuma proximidade com a propaganda oficial do regime empreendida no âmbito interno, como, a princípio, suscita a existência da EMBRAFILME. Ademais, mesmo os filmes sem qualquer vínculo com o Estado em sua produção passavam pelo seu crivo por meio da censura. Dessa forma, surpreende que a imagem do Brasil enquanto produtor de cinema tenha sido construída por películas aparentemente tão distantes das evidentes intenções do regime. Partindo da criação da EMBRAFILME e da atuação da censura em relação a esse conjunto de filmes, este trabalho busca investigar a relação da ditadura imposta em 1964 com a inserção internacional do cinema brasileiro até a obra de Roberto Farias Pra frente, Brasil.At the dawn of the 60s, a group of young cineastes keen to change the way Brazilian cinema was made and also willing to change the social and political reality of their public was standing out in the international scene, gathering much attention even from European film festivals critics. During the 70s, the group known as Cinema Novo (New Cinema) had to adapt to the regime’s cultural politics established in the 1964 coup d’état. Having a proposal of industrial development to the Brazilian cinema, the military and civil dictatorship created, in 1966, the National Cinema Institute (INC) and, in 1969, the Brazilian Movie Company (EMBRAFILME). Latter, aimed to take Brazilian cinema abroad. At the same time, the censorship selected what people in Brazil should watch. In the same way, it was also the censorship that unleashed the movies abroad by the tag Livre para Exportação (Free to Export). Willing to go on with its truly national Brazilian cinema core, some New Cinema directors tried to dialogue with the government. As a result, their movies reached international achievements not conceded to other cinematographic works. It was noticed that the most successful works in the international market had nothing to do with the official propaganda of the regime widespread in Brazil, as evokes EMBRAFILME`s genesis. Furthermore, even the movies that had no bond with the State on the production had to be approved by censorship. In that sense, it stands out that the image of Brazil as a cinema producer has been built by movies away from the regimes intentions. Starting from the origination of EMBRAFILME and the action of censorship on these movies, this work aims to investigate the relationship of the 1964 imposed dictatorship with the international insertion of Brazilian cinema until the Roberto Farias’s work Pra frente, Brasil.application/pdfporEmbrafilmeCinema e históriaCinema brasileiroPra frente Brasil (Filme)História do BrasilDitadura civil-militarCensuraMilitary and civil dictatorshipCinemaCensorshipInternational insertionAspectos permissivos e restritivos da relação da ditadura civil-militar com a inserção internacional do cinema brasileiro : a criação da Embrafilme e a atuação da censura de 1964 ao "Pra Frente, Brasil"info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Relações InternacionaisPorto Alegre, BR-RS2012mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000878017.pdf000878017.pdfTexto completoapplication/pdf6121037http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71931/1/000878017.pdf04c96490d2eae912a4e6de1393280337MD51TEXT000878017.pdf.txt000878017.pdf.txtExtracted Texttext/plain552615http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71931/2/000878017.pdf.txt38999e2fb0fb55a07ad86d05cd1f8c01MD52THUMBNAIL000878017.pdf.jpg000878017.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1043http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/71931/3/000878017.pdf.jpg4c281147bb9a0559ad3dcc0e46c58725MD5310183/719312020-08-20 03:37:39.747912oai:www.lume.ufrgs.br:10183/71931Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-08-20T06:37:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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No início da década de 60, um grupo de jovens cineastas dispostos a mudar os rumos do cinema brasileiro e da própria realidade social e política de seu público despontava de forma inédita no cenário internacional, conquistando a crítica dos festivais de cinema europeus. Durante a década de 70, o grupo que ficou conhecido como Cinema Novo sofreu transformações em decorrência da política cultural do regime instaurado com o golpe de 1964. Com uma proposta de desenvolvimento industrial para o cinema brasileiro, a ditadura civil-militar criou, em 1966, o Instituto Nacional de Cinema (INC) e, em 1969, a Empresa Brasileira de Filmes (EMBRAFILME). Esta tinha como finalidade a divulgação do cinema brasileiro no exterior. Paralelamente, a atividade da censura selecionava o que o público interno deveria ver. Da mesma forma, era a censura que liberava a exibição no exterior das películas brasileiras, através da chancela “Livre para Exportação.” Dispostos a seguir com sua proposta verdadeiramente nacional de cinema brasileiro, determinados diretores do Cinema Novo decidiram-se por buscar o diálogo com o Estado. Como resultado, suas obras alcançaram êxitos internacionais não concedidos à outra ordem de produção cinematográfica. Notou-se que as obras de maior repercussão no exterior não apresentavam nenhuma proximidade com a propaganda oficial do regime empreendida no âmbito interno, como, a princípio, suscita a existência da EMBRAFILME. Ademais, mesmo os filmes sem qualquer vínculo com o Estado em sua produção passavam pelo seu crivo por meio da censura. Dessa forma, surpreende que a imagem do Brasil enquanto produtor de cinema tenha sido construída por películas aparentemente tão distantes das evidentes intenções do regime. Partindo da criação da EMBRAFILME e da atuação da censura em relação a esse conjunto de filmes, este trabalho busca investigar a relação da ditadura imposta em 1964 com a inserção internacional do cinema brasileiro até a obra de Roberto Farias Pra frente, Brasil. |
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