Sistemática e taxonomia de Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) (CHARACIFORMES: CHARACIDAE)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Weiss, Fernanda Elisa
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/141848
Resumo: Characidae é a maior e a mais diversificada família de Characiformes, entretanto, a maioria de seus agrupamentos internos, tanto a nível genérico como supragenérico, não pode ser diagnosticada como grupos monofiléticos. A situação é ainda mais problemática no que se refere aos gêneros com grande número de espécies, definidos por caráteres não informativos sob o ponto de vista filogenético. Entre os gêneros mais numerosos de Characidae estão Hyphessobrycon Durbin e Astyanax Baird & Girard. Uma das espécies mais problemáticas sob o ponto de vista filogenético é Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) cuja distribuição conhecida engloba drenagens do Rio Grande do Sul e Uruguai, rios costeiros do Rio de Janeiro e bacia do rio Paraguai; no entanto, as diferentes populações da espécie apresentam a linha lateral completa ou interrompida, caráter usualmente empregado na distinção entre os gêneros Astyanax e Hyphessobrycon. Uma análise filogenética para testar possíveis relações entre Hyphessobrycon luetkenii com algumas espécies de Astyanax de drenagens costeiras do leste do Brasil, e as espécies de Deuterodon Eigenmann, que compartilham alguns caráteres relacionados ao padrão de cor da mancha umeral e formato da dentição, é aqui realizada. A hipótese das relações filogenéticas de 240 táxons foi construída com base em 365 caráteres, analisados no software TNT utilizando o método de “pesos implícitos”. As árvores obtidas com pesos implícitos com os valores de “k” de 21.9687 e 24.5965, foram mais estáveis do que as restantes, resultando numa árvore de consenso com 2702 passos (IC = 14; RI = 65). Hyphessobrycon luetkenii constitui um clado monofilético juntamente com Astyanax giton Eigenmann 1908, A. hastatus Myers 1928, A. intermedius Eigenmann 1908, A. jenynsii (Steindachner 1877), A. parahybae Eigenmann 1908, A. ribeirae Eigenmann 1911 e A. taeniatus (Jenyns 1842) denominado “clado A. ribeirae”, que foi recuperado como grupo irmão do gênero Deuterodon, monofilético. Hyphessobrycon luetkenii é transferido para o gênero Astyanax que se conforma melhor ao conhecimento atual de suas relações. A espécie é diagnosticada pela presença de linha lateral incompleta ou interrompida com 9-18 escamas perfuradas, dentes na série interna do pré-maxilar com seis a sete cúspides, nadadeira anal com iii-v, 20-24 raios e pela presença de uma mancha umeral verticalmente alongada e relativamente arredondada com uma extensão estreita ventralmente, conferindo um formato geral de vírgula. Sua distribuição é restringida para o sistema dos laguna dos Patos, e bacias dos rio Uruguai, Negro, Paraguai, Tramandaí e Mampituba.
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Uma das espécies mais problemáticas sob o ponto de vista filogenético é Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) cuja distribuição conhecida engloba drenagens do Rio Grande do Sul e Uruguai, rios costeiros do Rio de Janeiro e bacia do rio Paraguai; no entanto, as diferentes populações da espécie apresentam a linha lateral completa ou interrompida, caráter usualmente empregado na distinção entre os gêneros Astyanax e Hyphessobrycon. Uma análise filogenética para testar possíveis relações entre Hyphessobrycon luetkenii com algumas espécies de Astyanax de drenagens costeiras do leste do Brasil, e as espécies de Deuterodon Eigenmann, que compartilham alguns caráteres relacionados ao padrão de cor da mancha umeral e formato da dentição, é aqui realizada. A hipótese das relações filogenéticas de 240 táxons foi construída com base em 365 caráteres, analisados no software TNT utilizando o método de “pesos implícitos”. As árvores obtidas com pesos implícitos com os valores de “k” de 21.9687 e 24.5965, foram mais estáveis do que as restantes, resultando numa árvore de consenso com 2702 passos (IC = 14; RI = 65). Hyphessobrycon luetkenii constitui um clado monofilético juntamente com Astyanax giton Eigenmann 1908, A. hastatus Myers 1928, A. intermedius Eigenmann 1908, A. jenynsii (Steindachner 1877), A. parahybae Eigenmann 1908, A. ribeirae Eigenmann 1911 e A. taeniatus (Jenyns 1842) denominado “clado A. ribeirae”, que foi recuperado como grupo irmão do gênero Deuterodon, monofilético. Hyphessobrycon luetkenii é transferido para o gênero Astyanax que se conforma melhor ao conhecimento atual de suas relações. A espécie é diagnosticada pela presença de linha lateral incompleta ou interrompida com 9-18 escamas perfuradas, dentes na série interna do pré-maxilar com seis a sete cúspides, nadadeira anal com iii-v, 20-24 raios e pela presença de uma mancha umeral verticalmente alongada e relativamente arredondada com uma extensão estreita ventralmente, conferindo um formato geral de vírgula. Sua distribuição é restringida para o sistema dos laguna dos Patos, e bacias dos rio Uruguai, Negro, Paraguai, Tramandaí e Mampituba.Characidae is the largest and most diverse family of Characiformes; however, most of the generic and supra-generic groups cannot be diagnosed as monophyletic. The situation is more problematic in a genera with a large number of species, defined by uninformative characters under a phylogenetic framework. Among the more species rich genera are Hyphessobrycon Durbin and Astyanax Baird & Girard. One of the most problematic species under a phylogenetic standpoint is Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) whose distribution encompasses drainages of Rio Grande do Sul and rio Uruguay, coastal rivers of Rio de Janeiro and rio Paraguay basin; however, different populations of this species have the lateral line complete or interrupted, characters usually used to distinguish the genera Astyanax from Hyphessobrycon. A phylogenetic analysis to test possible relationships of Hyphessobrycon luetkenii with some species of Astyanax from coastal drainages of eastern Brazil and species of Deuterodon Eigenmann,(that share some characters similarities related to the color patterns of the humeral spot and analogous teeth shape), is performed herein. The hypothesis of relationships of 240 taxa was built based on 365 characters, analyzed in the TNT software using the method of “implied weights”. The trees obtained under implied weights with “k” values of 21.9687 and 24.5965, which were more stable than the remaining ones, and summarized in a strict consensus tree with 2702 steps (CI = 14; RI = 65). Hyphessobrycon luetkenii constitutes a monophyletic clade along with Astyanax giton Eigenmann 1908, A. hastatus Myers 1928, A. intermedius Eigenmann 1908, A. jenynsii (Steindachner 1877), A. parahybae Eigenmann 1908, A. ribeirae Eigenmann 1911 and A. taeniatus (Jenyns 1842) herein denominated “A. ribeirae clade”, that was recovered as a sister group of the monophyletic genus Deuterodon. Hyphessobrycon luetkenii is transferred to the genus Astyanax, which better conforms to the current knowledge about its relationships. The species is diagnosed by the presence of an incomplete or interrupted lateral line with 9-18 perforated scales, teeth in the inner row of premaxilla with six to seven cusps, anal-fin with iii-v, 20-24 rays with and the presence of a humeral spot vertically elongate and relatively rounded with a narrow extension ventrally, presenting a general shape of a comma, whose distribution is restricted to laguna dos Patos, rio Uruguay, rio Negro, rio Paraguay, rio Tramandaí and rio Mampituba drainages.application/pdfporHyphessobrycon luetkeniiTaxonomiaSistemática e taxonomia de Hyphessobrycon luetkenii (Boulenger, 1887) (CHARACIFORMES: CHARACIDAE)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Biologia AnimalPorto Alegre, BR-RS2013doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000990347.pdf000990347.pdfTexto completoapplication/pdf4621822http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/141848/1/000990347.pdf1a9993dff65c211fb3d463b74952316eMD51TEXT000990347.pdf.txt000990347.pdf.txtExtracted Texttext/plain459399http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/141848/2/000990347.pdf.txt8dc7a54a9b79e87c309074fee86659c5MD52THUMBNAIL000990347.pdf.jpg000990347.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1249http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/141848/3/000990347.pdf.jpge27c52d497c826c13a81d5ae8b0d3b96MD5310183/1418482018-10-25 10:14:59.097oai:www.lume.ufrgs.br:10183/141848Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-25T13:14:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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