Avaliação das práticas em saúde mental voltadas às adolescências em um centro de atenção psicossocial infanto-juvenil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pavani, Fabiane Machado
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/201739
Resumo: No contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira, a inclusão da atenção à infância e adolescência vem sendo operacionalizada prioritariamente pela implantação dos Centros de Atenção Psicossocial infanto-juvenil (CAPSi), sendo considerados dispositivos de saúde mental de referência para o atendimento no território. No entanto, quando pensamos em saúde mental infanto-juvenil, consideramos de imediato as crianças, esquecendo, muitas vezes, dos adolescentes. A adolescência e sua complexidade vêm se constituindo como um desafio ao campo da saúde mental, e é na busca por melhorias na qualidade, no acesso, nas práticas e continuidade da atenção a esse grupo que entendemos a avaliação como um importante instrumento, considerando os efeitos e as repercussões que os CAPSi produzem na perspectiva psicossocial. Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivo avaliar as práticas em saúde mental voltadas às adolescências realizadas por profissionais em um CAPSi de uma capital. Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, que utilizou a Avaliação de Quarta Geração (AQG) como percurso teórico-metodológico, e as práticas em saúde na perspectiva da Atenção Psicossocial como parâmetro avaliativo. A AQG propõe um processo participativo mediante a inclusão de grupos de interesse, que, neste estudo, foram considerados os profissionais da equipe do serviço e ocorreu nas seguintes etapas: contato com o campo; organização da avaliação; identificação do grupo de interesse; desenvolvimento e ampliação das construções conjuntas; preparação e execução da negociação. Para a coleta de dados, foram utilizadas 15 entrevistas através da aplicação do Círculo-Hermenêutico Dialético (CHD) e a observação participante, que foi realizada em dois momentos: na fase de organização da avaliação enquanto etnografia prévia e na fase do desenvolvimento e ampliação das construções conjuntas, na busca pelo aprofundamento e sofisticação das questões que emergiram no CHD. A análise foi realizada concomitante à coleta pelo Método Comparativo Constante. As questões que emergiram no processo avaliativo foram agrupadas em: categorias de organização e processo de trabalho no CAPSi e categorias de redes e políticas. As categorias de organização e de processo de trabalho no CAPSi compreendem as práticas voltadas aos adolescentes e os aspectos que as influenciam relacionadas às características do serviço, às relações, às concepções teórico-técnicas, à implicação étnica e política, à organização e ao funcionamento da equipe. Essas categorias tratam de constituir o cuidado em saúde mental no cotidiano do CAPSi produzido pelos profissionais, em que esses passam a ter autonomia para interferir, de forma mais imediata, no uso, na implementação, na adequação e na modificação das práticas, a partir dos resultados da pesquisa, podendo produzir transformações no serviço. Já as categorias de redes vivas e políticas correspondem às práticas relativas aos fluxos e às construções, estabelecidas ou não, entre o CAPSi e os outros serviços que trabalham com essa população. São categorias que revelam os contextos vivenciados, bem como desafios diários na integração extra-CAPSi de uma capital. Constatou-se que o CAPSi é referência para os adolescentes, e que ocupa um lugar de importância no SUS. Tem-se desenvolvido práticas que auxiliam e potencializam o cuidado em saúde mental nessa fase da vida, em que as demandas dos adolescentes estão sendo atendidas, em geral, a partir de um constante processo de aprendizagem e dedicação na direção da Atenção Psicossocial.
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