Níveis de leptina, grelina e insulina, consumo alimentar e água corporal total em mulheres com síndrome pré-menstrual : um estudo de caso-controle

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gallon, Carin Weirich
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/204141
Resumo: Introdução: o Ciclo Menstrual (CM) é caracterizado por flutuações nas taxas de secreção dos hormônios sexuais. Estas alterações hormonais podem induzir mudanças no consumo alimentar (CA). Mudanças hormonais e sintomas decorrentes do ciclo menstrual (CM) ocorrem em intensidades diferentes em cada mulher. Cerca de 70% das mulheres possuem algum sintoma físico e/ou emocional no período pré-menstrual. Quando os sintomas são intensos, costumam ocorrer com frequência a partir da ovulação e podem caracterizar a Síndrome Pré-Menstrual (SPM). Alguns fatores são descritos na etiopatogenia da SPM: hormonais, nutricionais, psicossociais e distúrbios afetivos. Uma queixa comum se refere à retenção hídrica, cuja causa ainda é controversa e as hipóteses variam desde alterações no metabolismo de eletrólitos e água, a ação mineralocorticoide da progesterona, alterações do estrogênio entre outros e em geral cursa com ganho de peso, dor articular e cefaleia. Objetivos: O estudo teve por objetivo avaliar alterações do consumo alimentar relacionado com os níveis séricos de leptina, grelina ativa e insulina nas fases folicular e lútea do ciclo menstrual em mulheres em idade reprodutiva, bem como , avaliar alterações da água corporal total (ACT) nas fases folicular (FF) e lutea (FL) do CM em mulheres com e sem Síndrome pré Menstrual (SPM). Métodos: Trata-se de um estudo de caso-controle onde foram avaliadas mulheres em idade fértil entre 20 e 45 anos, saudáveis, com CM regular (entre 24-35 dias) com e sem síndrome pré-menstrual (casos e controles respetivamente). Essas pacientes foram convidadas a partir de chamado para pesquisa clínica em meio de comunicação local e foram triadas para serem atendidas no centro de pesquisa clínica da UFRGS/ HCPA (CPC). Uma vez cientes e de acordo com a proposta da pesquisa, as voluntárias foram entrevistadas para a caracterização do grupo e para a coleta de informações sobre variáveis demográficas, história patológica pregressa, estilo de vida e história reprodutiva. Aplicou-se inicialmente o instrumento de Avaliação de Distúrbios Mentais para Atenção Primária (PRIME-MD), excluindo-se pacientes com diagnóstico de depressão. Outros critérios de exclusão foram uso de anticoncepção hormonal contínuo e Índice de Massa Corporal (IMC) ≥30kg/m2. O Registro Diário da Intensidade de Problemas (DRSP) foi preenchido por 2 meses para diagnóstico de SPM. Foram avaliados peso e estatura. O CA (calorias, triptofano, sódio e macronutrientes) foi calculado por meio de registros alimentares, três na FL e três na FF por dois meses. O cálculo dos nutrientes foi feito com o Software Nutwin®, versão 1.6, que usa por referência a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Coleta de sangue para análise dos níveis séricos de progesterona, leptina, grelina (ativa) e insulina foi realizada. Para avaliação dos fluídos corporais foi utilizada a Bioimpedância. A coleta de sangue, antropometria e a bioimpedância foram realizadas na FL e FF nos dois grupos. As análises estatísticas foram realizadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 18.0 e o nível de significância foi fixado em 5% para todas as análises. A aprovação ética foi obtida pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (número 2014-0273). Resultados: Das 69 mulheres analisadas, 35 apresentavam SPM e 34 não apresentavam SPM. Em mulheres com SPM, o consumo de calorias e de carboidratos foi maior na FL em relação a FF (p=0,004 e p=0,003, respectivamente), não sendo observadas estas mudanças em mulheres sem SPM (p>0,05). Houve interações entre os grupos (com e sem SPM) e as fases do ciclo menstrual (FL e FF) para o consumo de calorias (p=0,028) e de carboidratos (p=0,001), bem como para água corporal total (L) e água corporal total (p=0,024 e p=0,021, respectivamente). Houve uma relação marginal inversa entre os níveis de grelina e o consumo de calorias na FF (rS=-0,314, p=0,066) no grupo SPM e uma relação inversa entre os níveis de grelina e de leptina na FL (rS=-0,490, p=0,004) no grupo sem SPM. Conclusões: Os resultados deste estudo mostram maior ingestão de calorias e carboidratos durante o FL em mulheres com sintomas da SPM. Sabe-se que as mudanças de apetite durante a SPM estão relacionadas aos níveis de triptofano, um aminoácido envolvido na síntese da serotonina, que regula o humor e o apetite e sua síntese aumenta após a ingestão de carboidratos. A avaliação dos níveis de grelina e leptina nos grupos de mulheres com e sem SPM e durante as fases do ciclo menstrual mostrou que seus mecanismos de ação não seguem os padrões fisiológicos adequados para a regulação da homeostase energética em mulheres com SPM, o que pode estar relacionado à tanto a fisiologia reprodutiva feminina - que é uma interação complexa entre a sinalização neuroendócrina e endócrina que afeta o hipotálamo, a hipófise e os ovários - e a inflamação presente em mulheres com SPM e na obesidade. Houve tembém alterações da osmorregulação na FL neste grupo de mulheres. Mais estudos são necessários para elucidar os possíveis mecanismos associados aos hormônios reguladores do apetite, retenção de líquidos, intensidade dos sintomas e processos inflamatórios potencialmente envolvidos.
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Uma queixa comum se refere à retenção hídrica, cuja causa ainda é controversa e as hipóteses variam desde alterações no metabolismo de eletrólitos e água, a ação mineralocorticoide da progesterona, alterações do estrogênio entre outros e em geral cursa com ganho de peso, dor articular e cefaleia. Objetivos: O estudo teve por objetivo avaliar alterações do consumo alimentar relacionado com os níveis séricos de leptina, grelina ativa e insulina nas fases folicular e lútea do ciclo menstrual em mulheres em idade reprodutiva, bem como , avaliar alterações da água corporal total (ACT) nas fases folicular (FF) e lutea (FL) do CM em mulheres com e sem Síndrome pré Menstrual (SPM). Métodos: Trata-se de um estudo de caso-controle onde foram avaliadas mulheres em idade fértil entre 20 e 45 anos, saudáveis, com CM regular (entre 24-35 dias) com e sem síndrome pré-menstrual (casos e controles respetivamente). Essas pacientes foram convidadas a partir de chamado para pesquisa clínica em meio de comunicação local e foram triadas para serem atendidas no centro de pesquisa clínica da UFRGS/ HCPA (CPC). Uma vez cientes e de acordo com a proposta da pesquisa, as voluntárias foram entrevistadas para a caracterização do grupo e para a coleta de informações sobre variáveis demográficas, história patológica pregressa, estilo de vida e história reprodutiva. Aplicou-se inicialmente o instrumento de Avaliação de Distúrbios Mentais para Atenção Primária (PRIME-MD), excluindo-se pacientes com diagnóstico de depressão. Outros critérios de exclusão foram uso de anticoncepção hormonal contínuo e Índice de Massa Corporal (IMC) ≥30kg/m2. O Registro Diário da Intensidade de Problemas (DRSP) foi preenchido por 2 meses para diagnóstico de SPM. Foram avaliados peso e estatura. O CA (calorias, triptofano, sódio e macronutrientes) foi calculado por meio de registros alimentares, três na FL e três na FF por dois meses. O cálculo dos nutrientes foi feito com o Software Nutwin®, versão 1.6, que usa por referência a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Coleta de sangue para análise dos níveis séricos de progesterona, leptina, grelina (ativa) e insulina foi realizada. Para avaliação dos fluídos corporais foi utilizada a Bioimpedância. A coleta de sangue, antropometria e a bioimpedância foram realizadas na FL e FF nos dois grupos. As análises estatísticas foram realizadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 18.0 e o nível de significância foi fixado em 5% para todas as análises. A aprovação ética foi obtida pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (número 2014-0273). Resultados: Das 69 mulheres analisadas, 35 apresentavam SPM e 34 não apresentavam SPM. Em mulheres com SPM, o consumo de calorias e de carboidratos foi maior na FL em relação a FF (p=0,004 e p=0,003, respectivamente), não sendo observadas estas mudanças em mulheres sem SPM (p>0,05). Houve interações entre os grupos (com e sem SPM) e as fases do ciclo menstrual (FL e FF) para o consumo de calorias (p=0,028) e de carboidratos (p=0,001), bem como para água corporal total (L) e água corporal total (p=0,024 e p=0,021, respectivamente). Houve uma relação marginal inversa entre os níveis de grelina e o consumo de calorias na FF (rS=-0,314, p=0,066) no grupo SPM e uma relação inversa entre os níveis de grelina e de leptina na FL (rS=-0,490, p=0,004) no grupo sem SPM. Conclusões: Os resultados deste estudo mostram maior ingestão de calorias e carboidratos durante o FL em mulheres com sintomas da SPM. Sabe-se que as mudanças de apetite durante a SPM estão relacionadas aos níveis de triptofano, um aminoácido envolvido na síntese da serotonina, que regula o humor e o apetite e sua síntese aumenta após a ingestão de carboidratos. A avaliação dos níveis de grelina e leptina nos grupos de mulheres com e sem SPM e durante as fases do ciclo menstrual mostrou que seus mecanismos de ação não seguem os padrões fisiológicos adequados para a regulação da homeostase energética em mulheres com SPM, o que pode estar relacionado à tanto a fisiologia reprodutiva feminina - que é uma interação complexa entre a sinalização neuroendócrina e endócrina que afeta o hipotálamo, a hipófise e os ovários - e a inflamação presente em mulheres com SPM e na obesidade. Houve tembém alterações da osmorregulação na FL neste grupo de mulheres. Mais estudos são necessários para elucidar os possíveis mecanismos associados aos hormônios reguladores do apetite, retenção de líquidos, intensidade dos sintomas e processos inflamatórios potencialmente envolvidos.Introduction: The Menstrual Cycle (MC) is characterized by fluctuations in sex hormone secretion rates. These hormonal changes can induce changes in food intake (FI). Hormonal changes and menstrual cycle (MC) symptoms occur at different intensities in each woman. About 70% of women have some physical and / or emotional symptoms in the premenstrual period. When symptoms are severe, they often occur from ovulation and may characterize Premenstrual Syndrome (PMS). Some factors are described in the etiopathogenesis of PMS: hormonal, nutritional, psychosocial and affective disorders. A common complaint refers to water retention, the cause of which is still controversial, and hypotheses range from changes in electrolyte and water metabolism, progesterone mineralocorticoid action, estrogen changes, among others, and generally courses with weight gain, joint pain, and pain headache. Objectives: The aim of this study was to evaluate changes in dietary intake related to serum leptin, active ghrelin and insulin levels in the follicular and luteal phases of the menstrual cycle in women of reproductive age, as well as to evaluate changes in total body water (TBW) in women. Follicular (FP) and luteal (LP) phases of MC in women with and without premenstrual syndrome (PMS). Methods: This is a case-control study in which healthy women of fertile age between 20 and 45 years, with regular MC (24-35 days) with and without premenstrual syndrome (cases and controls, respectively) were evaluated. . These patients were invited from a call for clinical research in local media and were screened to be seen at the UFRGS / HCPA Clinical Research Center (CRC). Once aware and according to the research proposal, the volunteers were interviewed to characterize the group and to collect information on demographic variables, past pathological history, lifestyle and reproductive history. Initially, the Mental Disorders Assessment for Primary Care (PRIME-MD) instrument was applied, excluding patients diagnosed with depression. Other exclusion criteria were the use of continuous hormonal contraception and Body Mass Index (BMI) ≥30kg / m2. The Daily Problem Intensity Record (DRSP) was completed for 2 months for diagnosis of PMS. Weight and height were evaluated. The FI (calories, tryptophan, sodium and macronutrients) was calculated through dietary records, three in LP and three in FP for two months. Nutrients were calculated using Nutwin® Software, version 1.6, which uses the Brazilian Food Composition Table by reference. Blood collection for analysis of serum progesterone, leptin, ghrelin (active) and insulin levels was performed. To evaluate body fluids, Bioimpedance was used. Blood collection, anthropometry and bioimpedance were performed in LF and FF in both groups. Statistical analyzes were performed using Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) version 18.0 and the significance level was set at 5% for all analyzes. Ethical approval was obtained by the Research Ethics Committee of the Porto Alegre Hospital de Clínicas (number 2014-0273). Results: Of the 69 women analyzed, 35 had PMS and 34 had no PMS. In women with PMS, calorie and carbohydrate consumption was higher in LP than in FP (p = 0.004 and p = 0.003, respectively), and these changes were not observed in women without PMS (p> 0.05). There were interactions between the groups (with and without PMS) and the MC phases (LP and FP) for calorie (p = 0.028) and carbohydrate (p = 0.001) consumption, as well as for TBW (L) and TBW (p = 0.024 and p = 0.021, respectively). There was an inverse marginal relationship between ghrelin levels and calorie intake in FP (rS = -0.314, p = 0.066) in the SPM group and an inverse relationship between ghrelin and leptin levels in LF (rS = -0.490, p = 0.004) in the group without PMS. Conclusions: The results of this study show higher calorie and carbohydrate intake during LP in women with PMS. Appetite changes during PMS are known to be related to tryptophan levels, an amino acid involved in the synthesis of serotonin, which regulates mood and appetite, and its synthesis increases after carbohydrate ingestion. The evaluation of ghrelin and leptin levels in the groups of women with and without PMS and during the menstrual cycle phases showed that their mechanisms of action do not follow the appropriate physiological standards for the regulation of energy homeostasis in women with PMS, which could be related to both female reproductive physiology – which is a complex interaction between neuroendocrine and endocrine signaling affecting the hypothalamus, pituitary gland and ovaries - and the inflammation present in women with PMS and obesity. There were also changes in osmoregulation in LP in this group of women. Further studies are needed to elucidate the possible mechanisms associated with appetite regulating hormones, fluid retention, symptom intensity and potentially involved inflammatory processes.application/pdfporIngestão de alimentosLeptinaGrelinaInsulinaSíndrome pré-menstrualEdemaMulheresAgua corporalFase folicularFase lutealFood intakeLeptinGhrelinInsulinPremenstrual syndromeEdemaNíveis de leptina, grelina e insulina, consumo alimentar e água corporal total em mulheres com síndrome pré-menstrual : um estudo de caso-controleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e ObstetríciaPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001108784.pdf.txt001108784.pdf.txtExtracted Texttext/plain225849http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204141/2/001108784.pdf.txt8c28a5b7c0d03e79d8b9a6ff557a3744MD52ORIGINAL001108784.pdfTexto completoapplication/pdf3777178http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204141/1/001108784.pdf454cf519fd8c705b188809e6b46dde0dMD5110183/2041412023-04-02 03:25:22.140676oai:www.lume.ufrgs.br:10183/204141Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-04-02T06:25:22Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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Uma vez cientes e de acordo com a proposta da pesquisa, as voluntárias foram entrevistadas para a caracterização do grupo e para a coleta de informações sobre variáveis demográficas, história patológica pregressa, estilo de vida e história reprodutiva. Aplicou-se inicialmente o instrumento de Avaliação de Distúrbios Mentais para Atenção Primária (PRIME-MD), excluindo-se pacientes com diagnóstico de depressão. Outros critérios de exclusão foram uso de anticoncepção hormonal contínuo e Índice de Massa Corporal (IMC) ≥30kg/m2. O Registro Diário da Intensidade de Problemas (DRSP) foi preenchido por 2 meses para diagnóstico de SPM. Foram avaliados peso e estatura. O CA (calorias, triptofano, sódio e macronutrientes) foi calculado por meio de registros alimentares, três na FL e três na FF por dois meses. O cálculo dos nutrientes foi feito com o Software Nutwin®, versão 1.6, que usa por referência a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. Coleta de sangue para análise dos níveis séricos de progesterona, leptina, grelina (ativa) e insulina foi realizada. Para avaliação dos fluídos corporais foi utilizada a Bioimpedância. A coleta de sangue, antropometria e a bioimpedância foram realizadas na FL e FF nos dois grupos. As análises estatísticas foram realizadas no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 18.0 e o nível de significância foi fixado em 5% para todas as análises. A aprovação ética foi obtida pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (número 2014-0273). Resultados: Das 69 mulheres analisadas, 35 apresentavam SPM e 34 não apresentavam SPM. Em mulheres com SPM, o consumo de calorias e de carboidratos foi maior na FL em relação a FF (p=0,004 e p=0,003, respectivamente), não sendo observadas estas mudanças em mulheres sem SPM (p>0,05). 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