Contribuições de Karen Horney nos enlaces entre psicanálise, gênero e feminismos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/236100 |
Resumo: | Karen Horney foi uma médica e psicanalista alemã pioneira na psicanálise. Nas décadas de 1920 e 1930, produziu muitas críticas consideradas feministas à psicanálise de sua época, embora ela própria não se intitulasse feminista. A partir de sua experiência clínica, de encontros com outros campos, como a sociologia, e de sua implicação enquanto analista mulher, teceu diversas propostas envolvendo os conceitos de diferença sexual e feminilidade, como o questionamento da inveja do pênis, a afirmação de que a cultura tem papel importante na constituição do que era considerado feminilidade e o apontamento de que a psicanálise estava profundamente atravessada por preconceitos sociais que atrapalhavam sua teorização e clínica. O objetivo da presente dissertação de mestrado foi investigar como as discussões sobre diferença sexual e feminilidade aparecem na obra de Karen Horney, com o intuito de resgatar suas contribuições e relacioná-las a questões importantes sobre essa temática hoje. Cabe ressaltar que aqui tratamos de diferença sexual e feminilidade especificamente, pois na obra da autora não há menção ao conceito de gênero, criado apenas posteriormente. Contudo, esses conceitos se enlaçam e são fundamentais para pensar as discussões sobre psicanálise e gênero hoje. Nossa leitura foi guiada pelos conceitos de destruição e devir como operadores metodológicos, a partir da obra de outra pioneira da psicanálise, Sabina Spielrein. Tais operadores orientaram a leitura no sentido de evidenciar os movimentos de crítica e criação de Horney, que pressupõem o abandono de algumas premissas da psicanálise. Assim, destruição e devir se mostraram como duas facetas de um mesmo processo de criação e transformação na obra da autora. A escrita foi dividida em três capítulos. O primeiro tem ênfase nas críticas de Horney sobre o referencial masculino na psicanálise e suas próprias proposições sobre feminilidade. O segundo tem enfoque no lugar da cultura na obra de Horney no que tange à diferença sexual e à feminilidade. O terceiro traz algumas elucubrações sobre pistas metodológicas que podem ser apreendidas da leitura de Horney e nos auxiliam a abordar os enlaces entre psicanálise, feminismos e gênero ainda hoje. Conclui-se que Horney foi uma autora que aportou contribuições relevantes à psicanálise, que ainda hoje podem ser ferramentas potentes, principalmente para pensar os entrecruzamentos desse campo com feminismos e estudos de gênero. Ressalta-se, ademais, que embora seja pouco estudada no Brasil, a autora contribui para discussões que crescem exponencialmente na psicanálise do país nesse âmbito. |
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Silva, Larissa Ramos daFerrari, Andrea Gabriela2022-03-23T04:35:35Z2021http://hdl.handle.net/10183/236100001138572Karen Horney foi uma médica e psicanalista alemã pioneira na psicanálise. Nas décadas de 1920 e 1930, produziu muitas críticas consideradas feministas à psicanálise de sua época, embora ela própria não se intitulasse feminista. A partir de sua experiência clínica, de encontros com outros campos, como a sociologia, e de sua implicação enquanto analista mulher, teceu diversas propostas envolvendo os conceitos de diferença sexual e feminilidade, como o questionamento da inveja do pênis, a afirmação de que a cultura tem papel importante na constituição do que era considerado feminilidade e o apontamento de que a psicanálise estava profundamente atravessada por preconceitos sociais que atrapalhavam sua teorização e clínica. O objetivo da presente dissertação de mestrado foi investigar como as discussões sobre diferença sexual e feminilidade aparecem na obra de Karen Horney, com o intuito de resgatar suas contribuições e relacioná-las a questões importantes sobre essa temática hoje. Cabe ressaltar que aqui tratamos de diferença sexual e feminilidade especificamente, pois na obra da autora não há menção ao conceito de gênero, criado apenas posteriormente. Contudo, esses conceitos se enlaçam e são fundamentais para pensar as discussões sobre psicanálise e gênero hoje. Nossa leitura foi guiada pelos conceitos de destruição e devir como operadores metodológicos, a partir da obra de outra pioneira da psicanálise, Sabina Spielrein. Tais operadores orientaram a leitura no sentido de evidenciar os movimentos de crítica e criação de Horney, que pressupõem o abandono de algumas premissas da psicanálise. Assim, destruição e devir se mostraram como duas facetas de um mesmo processo de criação e transformação na obra da autora. A escrita foi dividida em três capítulos. O primeiro tem ênfase nas críticas de Horney sobre o referencial masculino na psicanálise e suas próprias proposições sobre feminilidade. O segundo tem enfoque no lugar da cultura na obra de Horney no que tange à diferença sexual e à feminilidade. O terceiro traz algumas elucubrações sobre pistas metodológicas que podem ser apreendidas da leitura de Horney e nos auxiliam a abordar os enlaces entre psicanálise, feminismos e gênero ainda hoje. Conclui-se que Horney foi uma autora que aportou contribuições relevantes à psicanálise, que ainda hoje podem ser ferramentas potentes, principalmente para pensar os entrecruzamentos desse campo com feminismos e estudos de gênero. Ressalta-se, ademais, que embora seja pouco estudada no Brasil, a autora contribui para discussões que crescem exponencialmente na psicanálise do país nesse âmbito.Karen Horney was a German doctor and pioneer psychoanalyst. In the 1920s and 30s, she made critiques to Psychoanalysis which could be considered to be feminist, although she never called herself that. Through her clinical experience, dialogue with other fields, such as Sociology, and her implication as a female analyst, she built propositions regarding the concepts of sexual difference and femininity, like the questioning of the penis envy, the role of culture in the constitution of what was considered to be femininity and pointing out that Psychoanalysis was deeply permeated by social prejudices that got in the way of its theory and clinic. The aim of this research was to investigate the discussions upon sexual difference and femininity in Karen Horney’s work, in order to recover her contributions and relate them to important discussions on this theme today. It is important to highlight that we work with sexual difference and femininity specifically because in the author’s work there is no mention of the concept of gender, created posteriorly. However, these concepts are entwined and are essential to the discussions on Psychoanalysis and gender until now. Our reading was guided by the concepts of destruction and coming into being as methodological tools, through the work of another psychoanalytic pioneer, Sabina Spielrein. These tools oriented our reading in the sense of pointing out the movements of critique and creation on Horney’s work, which presupposes the abandonment of some psychoanalytical premises. Therefore, destruction and coming into being are two facets of the same creation and transformation process in the author’s work. The writing was divided into three chapters. The first one emphasises Horney’s critiques of the male reference in Psychoanalysis and her own propositions on femininity. The second one focuses on the place of culture in Horney’s work regarding sexual difference and femininity. The third one brings out some considerations on methodological indications which could be deduced from our reading of Horney and can help us to approach the interlacements between Psychoanalysis, Feminisms and gender until today. We conclude that Horney made relevant contributions to Psychoanalysis that can still be powerful tools, specially for reflections in the intersections between this field and Feminist and Gender Studies. We also highlight that, even though she is little studied in Brazil, the author contributes to discussions that are growing exponentially in this scope in the country.application/pdfporHorney, Karen, 1885-1952Diferenças sexuaisFeminilidadePsicanáliseCulturaFeminismoGêneroPsychoanalysisFeminismsContribuições de Karen Horney nos enlaces entre psicanálise, gênero e feminismosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e CulturaPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001138572.pdf.txt001138572.pdf.txtExtracted Texttext/plain228681http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/236100/2/001138572.pdf.txt31d975f4e2e45d791308ab4f85e17b07MD52ORIGINAL001138572.pdfTexto completoapplication/pdf555808http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/236100/1/001138572.pdfb80884b97b2928188a0b85c92a5c578bMD5110183/2361002024-08-11 06:48:40.990629oai:www.lume.ufrgs.br:10183/236100Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-11T09:48:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Karen Horney foi uma médica e psicanalista alemã pioneira na psicanálise. Nas décadas de 1920 e 1930, produziu muitas críticas consideradas feministas à psicanálise de sua época, embora ela própria não se intitulasse feminista. A partir de sua experiência clínica, de encontros com outros campos, como a sociologia, e de sua implicação enquanto analista mulher, teceu diversas propostas envolvendo os conceitos de diferença sexual e feminilidade, como o questionamento da inveja do pênis, a afirmação de que a cultura tem papel importante na constituição do que era considerado feminilidade e o apontamento de que a psicanálise estava profundamente atravessada por preconceitos sociais que atrapalhavam sua teorização e clínica. O objetivo da presente dissertação de mestrado foi investigar como as discussões sobre diferença sexual e feminilidade aparecem na obra de Karen Horney, com o intuito de resgatar suas contribuições e relacioná-las a questões importantes sobre essa temática hoje. Cabe ressaltar que aqui tratamos de diferença sexual e feminilidade especificamente, pois na obra da autora não há menção ao conceito de gênero, criado apenas posteriormente. Contudo, esses conceitos se enlaçam e são fundamentais para pensar as discussões sobre psicanálise e gênero hoje. Nossa leitura foi guiada pelos conceitos de destruição e devir como operadores metodológicos, a partir da obra de outra pioneira da psicanálise, Sabina Spielrein. Tais operadores orientaram a leitura no sentido de evidenciar os movimentos de crítica e criação de Horney, que pressupõem o abandono de algumas premissas da psicanálise. Assim, destruição e devir se mostraram como duas facetas de um mesmo processo de criação e transformação na obra da autora. A escrita foi dividida em três capítulos. O primeiro tem ênfase nas críticas de Horney sobre o referencial masculino na psicanálise e suas próprias proposições sobre feminilidade. O segundo tem enfoque no lugar da cultura na obra de Horney no que tange à diferença sexual e à feminilidade. O terceiro traz algumas elucubrações sobre pistas metodológicas que podem ser apreendidas da leitura de Horney e nos auxiliam a abordar os enlaces entre psicanálise, feminismos e gênero ainda hoje. Conclui-se que Horney foi uma autora que aportou contribuições relevantes à psicanálise, que ainda hoje podem ser ferramentas potentes, principalmente para pensar os entrecruzamentos desse campo com feminismos e estudos de gênero. Ressalta-se, ademais, que embora seja pouco estudada no Brasil, a autora contribui para discussões que crescem exponencialmente na psicanálise do país nesse âmbito. |
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