O uso de preservativo com diferentes tipos de parceiros sexuais entre homens que fazem sexo com homens

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Jonatan da Rosa Pereira da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/219374
Resumo: Introdução: em todo o mundo, homens que fazem sexo com homens são desproporcionalmente afetados pela epidemia de HIV. No Brasil, estima-se que a prevalência de HIV entre essa população seja de 18,4%. O uso consistente de preservativo é uma estratégia central de prevenção à infecção pelo HIV entre homens que fazem sexo com homens. Objetivo: investigar o uso de preservativo com parceiros regulares, casuais e comerciais entre homens que fazem sexo com homens. Método: foram analisados dados de uma pesquisa transversal, que utilizou a técnica Respondent-Driven Sampling, conduzida em 2016, com homens de 18 anos ou mais, de 12 cidades do Brasil. O uso de preservativo foi mensurado em dois momentos: o uso de proteção nas relações sexuais ocorridas nos seis meses que antecederam à coleta de dados e o uso na última relação sexual. Os homens que tiveram relações com parceiros regulares e parceiros casuais foram divididos em subgrupos de acordo com o uso de proteção e parceiro sexual. Para determinar variáveis associadas ao uso inconsistente de preservativo, o subgrupo de uso consistente de preservativo foi comparado a outros três subgrupos: a) uso inconsistente com ambos os parceiros sexuais, b) uso inconsistente somente com parceiros casuais e c) uso inconsistente somente com parceiros regulares. O uso consistente de preservativo com parceiros comerciais foi analisado entre homens que reportaram relações com este tipo de parceiro. Todas as análises foram realizadas por meio da construção de modelos multivariáveis de Poisson com variância robusta. Pesos e o delineamento foram incorporados em todas as análises. Resultados: entre os 461 homens que fazem sexo com homens que tiveram parceiros comerciais, 74% (n=338) utilizaram preservativo consistentemente com este parceiro. Entre as variáveis analisadas, pertencer às classes econômicas mais baixas (D/E), identificar-se como bissexual, ter baixo conhecimento sobre HIV, perceber seu risco de se infectar pelo HIV como grande e praticar sexual anal insertivo e receptivo se associaram ao uso consistente de preservativo. Entre os 1779 homens que tiveram relações com parceiros regulares e casuais, 37,9% (n=763) utilizaram preservativo inconsistentemente com ambos os parceiros sexuais e 37,7% (n=658) inconsistentemente somente com parceiros regulares. O uso consistente de 11 preservativo com parceiros regulares e casuais foi reportado por 17,2% (n=267) dos participantes. Já o uso inconsistente apenas com parceiros casuais foi pouco prevalente (7,2%, n=91). As variáveis aceitar não utilizar preservativo quando sente confiança no parceiro sexual e não utilizar proteção na primeira relação sexual se associaram ao uso inconsistente de preservativo em todos os subgrupos analisados. Por outro lado, a prevalência de uso inconsistente de preservativo com ambos os parceiros sexuais foi menor entre homens não brancos. Além disso, o uso inconsistente de preservativo apenas com parceiros casuais e uso inconsistente apenas com parceiros regulares foi menor entre homens com 25 anos ou mais. Conclusões: mesmo em meio à expansão da epidemia de HIV entre homens que fazem sexo com homens, no Brasil, o uso consistente de preservativo enquanto uma estratégia de prevenção ainda enfrenta desafios. Esses resultados remetem à necessidade de políticas públicas para a promoção e o fortalecimento da utilização desta tecnologia de prevenção em conjunto com outras estratégias disponíveis.
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Os homens que tiveram relações com parceiros regulares e parceiros casuais foram divididos em subgrupos de acordo com o uso de proteção e parceiro sexual. Para determinar variáveis associadas ao uso inconsistente de preservativo, o subgrupo de uso consistente de preservativo foi comparado a outros três subgrupos: a) uso inconsistente com ambos os parceiros sexuais, b) uso inconsistente somente com parceiros casuais e c) uso inconsistente somente com parceiros regulares. O uso consistente de preservativo com parceiros comerciais foi analisado entre homens que reportaram relações com este tipo de parceiro. Todas as análises foram realizadas por meio da construção de modelos multivariáveis de Poisson com variância robusta. Pesos e o delineamento foram incorporados em todas as análises. Resultados: entre os 461 homens que fazem sexo com homens que tiveram parceiros comerciais, 74% (n=338) utilizaram preservativo consistentemente com este parceiro. Entre as variáveis analisadas, pertencer às classes econômicas mais baixas (D/E), identificar-se como bissexual, ter baixo conhecimento sobre HIV, perceber seu risco de se infectar pelo HIV como grande e praticar sexual anal insertivo e receptivo se associaram ao uso consistente de preservativo. Entre os 1779 homens que tiveram relações com parceiros regulares e casuais, 37,9% (n=763) utilizaram preservativo inconsistentemente com ambos os parceiros sexuais e 37,7% (n=658) inconsistentemente somente com parceiros regulares. O uso consistente de 11 preservativo com parceiros regulares e casuais foi reportado por 17,2% (n=267) dos participantes. Já o uso inconsistente apenas com parceiros casuais foi pouco prevalente (7,2%, n=91). As variáveis aceitar não utilizar preservativo quando sente confiança no parceiro sexual e não utilizar proteção na primeira relação sexual se associaram ao uso inconsistente de preservativo em todos os subgrupos analisados. Por outro lado, a prevalência de uso inconsistente de preservativo com ambos os parceiros sexuais foi menor entre homens não brancos. Além disso, o uso inconsistente de preservativo apenas com parceiros casuais e uso inconsistente apenas com parceiros regulares foi menor entre homens com 25 anos ou mais. Conclusões: mesmo em meio à expansão da epidemia de HIV entre homens que fazem sexo com homens, no Brasil, o uso consistente de preservativo enquanto uma estratégia de prevenção ainda enfrenta desafios. Esses resultados remetem à necessidade de políticas públicas para a promoção e o fortalecimento da utilização desta tecnologia de prevenção em conjunto com outras estratégias disponíveis.Introduction: men who have sex with men are disproportionally afect by HIV worldwive. In Brazil, HIV prevalence among this population is estimated at 18,4%. Condom use is a key strategy for HIV prevention among this population group. Objective: to investigate condom use with regular, casual and commercial partners among men who have sex with men. Methods: data came from a cross sectional Respondent-Driven study, conducted in 2016, with men aged 18 years old or more from twelve brazilian cities. Condom use was measured in two moments: condom use in the sexual relations in the six months before data colection and in the last sexual intercourse. Men who had regular and casual sexual partners were divided in four subgroups according condom use and type of sexual partner. In order to determinate associated factors with inconsistent condom use, men who have sex with men reporting consistent condom use with regular and casual partners were compared with three subgroups: a) inconsistent condom use with both sexual partners, b) inconsistent condom use only with casual partners and c) inconsistent condom use only with regular partners. Consistent condom use with commercial partners was analyzed among men who had sexual relations with this type of sexual partner. Multivariable Poisson regression models with robust estimation of standart erros were used to estimated associations between condom use and independent variables. Weights and sample design were considered in all analyses. Results: among the 461 men who had commercial sexual partners, 74% (n=338) were consistent condom use. Being of lower socioeconomic strata, bissexual identification, low HIV knowledge, self-perceived risk for HIV infection and practice insetive and receptive anal sex were associated with consistent condom use. Among 1779 men who had regular and casual partners, 37,9% (n=736) were inconsistent condom use with both sexual partners and 37,7% (n=658) were inconsistent condom use only with regular partner. Consistent condom use with casual and regular parterns was reported by 17,2% (n=267) of men who have sex with men. Inconsistent condom use only with casual partner was less prevalent (7,2%, n=91). For all subgroups, trust on sexual partner to have sex without a condom and non condom use in the first sexual intercourse were associated with higher prevalence of 13 inconsistent condom use. On the other hand, prevalence of inconsistent condom use with both sexual parters was lower among non white men who have sex with men. Also, inconsistent condom use with only casual and inconsistent condom use only with regular partners was less prevalent among MSM 25 years old or more. Conclusions: although HIV epidemic is expanding among brazilian men who have sex with men, condom use appears not being effectively used among this group. It is essential to promote public policy to strengthen condom use and other prevention technologies among this population.application/pdfporMinorias sexuais e de gêneroPreservativosParceiros sexuaisHIVHomossexualidade masculinaMen who have sex wih menCondomCondom useSexual partnerHIVO uso de preservativo com diferentes tipos de parceiros sexuais entre homens que fazem sexo com homensinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001123776.pdf.txt001123776.pdf.txtExtracted Texttext/plain221260http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/219374/2/001123776.pdf.txtb7968973914742a912c8654fb54a2522MD52ORIGINAL001123776.pdfTexto completoapplication/pdf2238196http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/219374/1/001123776.pdf015551ddc7748013eb8870ef485583c3MD5110183/2193742023-08-12 03:47:28.190363oai:www.lume.ufrgs.br:10183/219374Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-08-12T06:47:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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