Mrs. Dolloway de Virginia Woolf : uma escrita feminina?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/202522 |
Resumo: | A presente dissertação tem origem na articulação de uma obra literária, Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, com o conceito de escrita feminina. A escrita feminina é um conceito complexo, tem como berço o campo literário e nasce da escrita de autoria de mulheres; contudo, o conceito ganha novas perspectivas que transcendem a autoria e entra6m no âmbito formal. Dentre os aspectos formais que podem auxiliar no contorno de um conceito fugidio, como a escrita feminina, escolhemos o fluxo de consciência. Entendemos a escrita feminina como um conceito fugidio, pois, apesar de ter um nome, resiste à classificação. O fluxo de consciência como técnica literária quebra os códigos narrativos estabelecidos na literatura vigente; ele inaugura uma nova expressão da linguagem na literatura, muito próxima, cronológica e tecnicamente, do método psicanalítico freudiano: livre associação/atenção flutuante. Em Mrs. Dalloway temos uma dupla ruptura da narrativa: a primeira se dá pelo rigor da técnica do fluxo de consciência empregada na obra; a segunda porque Virginia Woolf inova quando possibilita a passagem do fluxo de consciência de um a outro personagem, dissolvendo assim as barreiras egóicas do sujeito e causando no leitor uma experiência de indeterminação. Nessa perspectiva, entendemos que Virginia Woolf recria, na escrita de Mrs. Dalloway, o processo primário e vai mais além. |
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Savi, EmylleWeinmann, Amadeu de Oliveira2019-12-17T04:00:46Z2019http://hdl.handle.net/10183/202522001102841A presente dissertação tem origem na articulação de uma obra literária, Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, com o conceito de escrita feminina. A escrita feminina é um conceito complexo, tem como berço o campo literário e nasce da escrita de autoria de mulheres; contudo, o conceito ganha novas perspectivas que transcendem a autoria e entra6m no âmbito formal. Dentre os aspectos formais que podem auxiliar no contorno de um conceito fugidio, como a escrita feminina, escolhemos o fluxo de consciência. Entendemos a escrita feminina como um conceito fugidio, pois, apesar de ter um nome, resiste à classificação. O fluxo de consciência como técnica literária quebra os códigos narrativos estabelecidos na literatura vigente; ele inaugura uma nova expressão da linguagem na literatura, muito próxima, cronológica e tecnicamente, do método psicanalítico freudiano: livre associação/atenção flutuante. Em Mrs. Dalloway temos uma dupla ruptura da narrativa: a primeira se dá pelo rigor da técnica do fluxo de consciência empregada na obra; a segunda porque Virginia Woolf inova quando possibilita a passagem do fluxo de consciência de um a outro personagem, dissolvendo assim as barreiras egóicas do sujeito e causando no leitor uma experiência de indeterminação. Nessa perspectiva, entendemos que Virginia Woolf recria, na escrita de Mrs. Dalloway, o processo primário e vai mais além.This dissertation begins in the articulation of a literary work, Mrs. Dalloway, by Virginia Woolf, with the concept of feminine writing. The feminine writing is a complex concept, it was born in literary field by women authorship writing, however, the concept received new perspectives that exceed authorship and enter in a formal scope. Among the formal aspects that can help establishing a contour of a fugitive concept such as the feminine writing, we had chosen the stream of consciousness. We understand feminine writing as a scape concept because, although it has a name, it resists to a classification. The stream of consciousness, as a literary technique, broke the literary established narrative codes; it inaugurates a new expression of language in literature, chronologically and technically close to Freudian psychoanalysis method: free association/floating attention. In Mrs. Dalloway we have a double break of narrative: the first one is due the stream of consciousness technique rigor placed in the book, the second one occurs because Virginia Woolf innovates when she enables the passage of stream of consciousness of one to another character, dissolving the subject ego borders witch results in a indeterminacy experience on the reader. In this perspective, we understand that Virginia Woolf recreates, in Mrs. Dalloway writing, the primary process and goes beyond.application/pdfporWoolf, Virginia, 1882-1941Escrita femininaFluxo de consciênciaPsicanalise e literaturaFemininoPsychoanalysisFeminine writingStream of consciousnessMrs. DallowayVirginia WoolfFeminineMrs. Dolloway de Virginia Woolf : uma escrita feminina?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e CulturaPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001102841.pdf.txt001102841.pdf.txtExtracted Texttext/plain292780http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202522/2/001102841.pdf.txt4bb6157a9791133bc48602c7a1535340MD52ORIGINAL001102841.pdfTexto completoapplication/pdf1005807http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202522/1/001102841.pdf9f81919b5a9e8ab5ffa9eb309764ca90MD5110183/2025222022-08-06 04:46:38.920783oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202522Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-08-06T07:46:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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