Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cecconello, Daiane Keller
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/211287
Resumo: Introdução/ objetivos: A leucemia linfóide aguda (LLA) é a neoplasia mais frequente na infância. Embora dados internacionais descrevam taxas de cura próximas a 90%, no Brasil essas taxas não ultrapassam 70%. Um dos principais fármacos utilizados no tratamento destes pacientes é a Asparaginase (ASNase). Atualmente três formas diferentes são disponíveis: E.coli derivada, Erwinia derivada e Peguilada. A atividade desta medicação pode ser influenciada por diferentes fatores como produção de anticorpos e/ou farmacocinética diferente entre as formulações. Assim, medir os níveis de atividade da ASNase permite ajustar a terapia dos pacientes de forma personalizada. Nosso objetivo foi implementar o teste laboratorial para medir a atividade da ASNase, comparando os resultados encontrados a fim de otimizar a terapia em todos os pacientes de um hospital regional do Brasil. Material e métodos: foram coletadas amostras de 43 crianças com LLA em tratamento conforme o protocolo BFM em um hospital universitário no sul do Brasil. 19 pacientes receberam ASNase derivada de E.coli, denominada Aginasa ou Leuginase e 26 receberam ASNase peguilada, sendo que 2 destes receberem ASNase derivada de E.coli inicialmente. Resultados: Foram analisadas 262 amostras de plasma de 19 pacientes que receberam ASNase E. coli que foram coletadas 24h e 48h após cada infusão. Em 14 das 74 amostras (18,9%), a atividade da Aginasa foi inferior a 0,1 UI / mL, enquanto as 56 amostras restantes apresentaram atividades ≥0,1 UI / mL. No caso da Leuginase, 183 de 188 amostras (97,3%) não atingiram 0,1 UI / mL, enquanto as 5 amostras restantes tiveram atividades ≥0,1 UI / mL. Dos 26 pacientes que receberam PEG ASNase, 84 amostras foram analisadas que foram coletadas 7 e 14 dias após a infusão. Apenas 1 das 84 amostras (1,19%), teve atividade inferior a 0,1 UI / mL, enquanto as 83 amostras restantes apresentaram atividades ≥0,1 UI / mL. Conclusões: Nosso estudo mostra uma clara diferença de níveis de atividade alcançados pela Aginasa e Leuginase quando usadas em doses comparáveis. Os níveis de atividade da Leuginase estão abaixo dos valores desejáveis na maior parte dos pacientes nas doses usadas. Já os resultados obtidos com Aginasa alcançaram níveis satisfatórios, semelhantes aos descritos na literatura internacional. Em relação aos pacientes que receberam PEG ASNase, a quase totalidade obteve atividade adequada. Isto foi observado mesmo naqueles pacientes que previamente não tinham alcançado atividade com a Leuginase. Esses resultados destacam a importância de verificar o nível de atividade da ASNase em pacientes em tratamento com LLA. Nossos resultados devem ser úteis para projetar melhores tratamentos e elucidar as mudanças no comportamento clínico dos pacientes, além de permitir eventuais ajustes de dose e regimes de tratamento.
id URGS_d598f4f70bf8542229d342bc19a445ae
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/211287
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Cecconello, Daiane KellerMichalowski, Mariana Bohns2020-07-02T03:36:39Z2020http://hdl.handle.net/10183/211287001114975Introdução/ objetivos: A leucemia linfóide aguda (LLA) é a neoplasia mais frequente na infância. Embora dados internacionais descrevam taxas de cura próximas a 90%, no Brasil essas taxas não ultrapassam 70%. Um dos principais fármacos utilizados no tratamento destes pacientes é a Asparaginase (ASNase). Atualmente três formas diferentes são disponíveis: E.coli derivada, Erwinia derivada e Peguilada. A atividade desta medicação pode ser influenciada por diferentes fatores como produção de anticorpos e/ou farmacocinética diferente entre as formulações. Assim, medir os níveis de atividade da ASNase permite ajustar a terapia dos pacientes de forma personalizada. Nosso objetivo foi implementar o teste laboratorial para medir a atividade da ASNase, comparando os resultados encontrados a fim de otimizar a terapia em todos os pacientes de um hospital regional do Brasil. Material e métodos: foram coletadas amostras de 43 crianças com LLA em tratamento conforme o protocolo BFM em um hospital universitário no sul do Brasil. 19 pacientes receberam ASNase derivada de E.coli, denominada Aginasa ou Leuginase e 26 receberam ASNase peguilada, sendo que 2 destes receberem ASNase derivada de E.coli inicialmente. Resultados: Foram analisadas 262 amostras de plasma de 19 pacientes que receberam ASNase E. coli que foram coletadas 24h e 48h após cada infusão. Em 14 das 74 amostras (18,9%), a atividade da Aginasa foi inferior a 0,1 UI / mL, enquanto as 56 amostras restantes apresentaram atividades ≥0,1 UI / mL. No caso da Leuginase, 183 de 188 amostras (97,3%) não atingiram 0,1 UI / mL, enquanto as 5 amostras restantes tiveram atividades ≥0,1 UI / mL. Dos 26 pacientes que receberam PEG ASNase, 84 amostras foram analisadas que foram coletadas 7 e 14 dias após a infusão. Apenas 1 das 84 amostras (1,19%), teve atividade inferior a 0,1 UI / mL, enquanto as 83 amostras restantes apresentaram atividades ≥0,1 UI / mL. Conclusões: Nosso estudo mostra uma clara diferença de níveis de atividade alcançados pela Aginasa e Leuginase quando usadas em doses comparáveis. Os níveis de atividade da Leuginase estão abaixo dos valores desejáveis na maior parte dos pacientes nas doses usadas. Já os resultados obtidos com Aginasa alcançaram níveis satisfatórios, semelhantes aos descritos na literatura internacional. Em relação aos pacientes que receberam PEG ASNase, a quase totalidade obteve atividade adequada. Isto foi observado mesmo naqueles pacientes que previamente não tinham alcançado atividade com a Leuginase. Esses resultados destacam a importância de verificar o nível de atividade da ASNase em pacientes em tratamento com LLA. Nossos resultados devem ser úteis para projetar melhores tratamentos e elucidar as mudanças no comportamento clínico dos pacientes, além de permitir eventuais ajustes de dose e regimes de tratamento.Backgroung / objectives: Acute lymphoid leukemia (ALL) is the most common neoplasm in childhood. Although there are international protocols that reach cure rates of 90%, in Brazil these rates are close to 70%. One of the main drugs used is asparaginase (ASNase). Currently three different forms are available: E.coli derived, Erwinia derived and Pegylated. The activity of this medication can be influenced by different factors such as antibody production and pharmacokinetics between formulations. Thus, measuring ASNase activity levels allows patients to adjust their therapy in a personalized way. Our goal was to implement the laboratory test to measure ASNase activity, comparing the results found in order to optimize therapy in all patients at a regional hospital in Brazil. Material and methods: samples were collected from 43 children with ALL who were undergoing treatment to the BFM protocol at a university hospital in southern Brazil. 19 patients received ASNase derived from E. coli, referred to as Aginasa or Leuginase and 26 received pegylated ASNase, 2 of which received E.coli derived ASNase initially. Results: 262 plasma samples from 19 patients who received ASNase E coli were analyzed and were collected 24h and 48h after each infusion. In 14 of the 74 samples (18,9%), the activity of Aginasa was less than 0.1 IU / mL, while the remaining 56 samples showed activities ≥0.1 IU / mL. In the case of Leuginase, 183 of 188 samples (97,3%) did not reach 0.1 IU / mL, while the remaining 5 samples showed activities ≥0.1 IU / mL. Of the 26 patients who received PEG ASNase, 84 samples were analyzed, which were collected before, 7 and 14 days after the infusion. Only 1 of the 84 samples (1,19%) showed activity below 0.1 IU / mL, while the remaining 83 samples showed activity ≥ 0.1 IU / mL. Conclusions: our study shows a clear difference in the levels of activity achieved by Aginasa and Leuginase when used in comparable doses. Leuginase activity levels are below desirable values in most patients at the doses used. The results obtained with Aginasa reached satisfactory levels like those described in the international literature. In relation to patients who received PEG ASNase, almost all of them obtained adequate activity. This was observed even in those who had not obtained adequate activity with Leuginase. These results highlight the importance of verifying the level of ASNase activity in patients undergoing ALL. Our results should be useful for designing better treatments and elucidating changes in patients' clinical behavior, in addition to allowing possible dose adjustments and treatment regimens.application/pdfporAsparaginaseLeucemia linfóideAtivação enzimáticaTratamento farmacológicoInativação metabólicaHipersensibilidadeAcute lymphoid leukemiaMonitoringEnzymatic activityClinical hypersentivitySilent inactivationAnálise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide agudainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001114975.pdf.txt001114975.pdf.txtExtracted Texttext/plain77296http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211287/2/001114975.pdf.txt18cafb7ba25f20017514c36916e13fd3MD52ORIGINAL001114975.pdfTexto completoapplication/pdf4675679http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211287/1/001114975.pdf83c90eca37f84554b56c6f38f9179b94MD5110183/2112872023-02-15 04:24:14.75442oai:www.lume.ufrgs.br:10183/211287Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-02-15T06:24:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
title Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
spellingShingle Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
Cecconello, Daiane Keller
Asparaginase
Leucemia linfóide
Ativação enzimática
Tratamento farmacológico
Inativação metabólica
Hipersensibilidade
Acute lymphoid leukemia
Monitoring
Enzymatic activity
Clinical hypersentivity
Silent inactivation
title_short Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
title_full Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
title_fullStr Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
title_full_unstemmed Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
title_sort Análise comparativa da atividade da asparaginase em crianças em tratamento para leucemia linfóide aguda
author Cecconello, Daiane Keller
author_facet Cecconello, Daiane Keller
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cecconello, Daiane Keller
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Michalowski, Mariana Bohns
contributor_str_mv Michalowski, Mariana Bohns
dc.subject.por.fl_str_mv Asparaginase
Leucemia linfóide
Ativação enzimática
Tratamento farmacológico
Inativação metabólica
Hipersensibilidade
topic Asparaginase
Leucemia linfóide
Ativação enzimática
Tratamento farmacológico
Inativação metabólica
Hipersensibilidade
Acute lymphoid leukemia
Monitoring
Enzymatic activity
Clinical hypersentivity
Silent inactivation
dc.subject.eng.fl_str_mv Acute lymphoid leukemia
Monitoring
Enzymatic activity
Clinical hypersentivity
Silent inactivation
description Introdução/ objetivos: A leucemia linfóide aguda (LLA) é a neoplasia mais frequente na infância. Embora dados internacionais descrevam taxas de cura próximas a 90%, no Brasil essas taxas não ultrapassam 70%. Um dos principais fármacos utilizados no tratamento destes pacientes é a Asparaginase (ASNase). Atualmente três formas diferentes são disponíveis: E.coli derivada, Erwinia derivada e Peguilada. A atividade desta medicação pode ser influenciada por diferentes fatores como produção de anticorpos e/ou farmacocinética diferente entre as formulações. Assim, medir os níveis de atividade da ASNase permite ajustar a terapia dos pacientes de forma personalizada. Nosso objetivo foi implementar o teste laboratorial para medir a atividade da ASNase, comparando os resultados encontrados a fim de otimizar a terapia em todos os pacientes de um hospital regional do Brasil. Material e métodos: foram coletadas amostras de 43 crianças com LLA em tratamento conforme o protocolo BFM em um hospital universitário no sul do Brasil. 19 pacientes receberam ASNase derivada de E.coli, denominada Aginasa ou Leuginase e 26 receberam ASNase peguilada, sendo que 2 destes receberem ASNase derivada de E.coli inicialmente. Resultados: Foram analisadas 262 amostras de plasma de 19 pacientes que receberam ASNase E. coli que foram coletadas 24h e 48h após cada infusão. Em 14 das 74 amostras (18,9%), a atividade da Aginasa foi inferior a 0,1 UI / mL, enquanto as 56 amostras restantes apresentaram atividades ≥0,1 UI / mL. No caso da Leuginase, 183 de 188 amostras (97,3%) não atingiram 0,1 UI / mL, enquanto as 5 amostras restantes tiveram atividades ≥0,1 UI / mL. Dos 26 pacientes que receberam PEG ASNase, 84 amostras foram analisadas que foram coletadas 7 e 14 dias após a infusão. Apenas 1 das 84 amostras (1,19%), teve atividade inferior a 0,1 UI / mL, enquanto as 83 amostras restantes apresentaram atividades ≥0,1 UI / mL. Conclusões: Nosso estudo mostra uma clara diferença de níveis de atividade alcançados pela Aginasa e Leuginase quando usadas em doses comparáveis. Os níveis de atividade da Leuginase estão abaixo dos valores desejáveis na maior parte dos pacientes nas doses usadas. Já os resultados obtidos com Aginasa alcançaram níveis satisfatórios, semelhantes aos descritos na literatura internacional. Em relação aos pacientes que receberam PEG ASNase, a quase totalidade obteve atividade adequada. Isto foi observado mesmo naqueles pacientes que previamente não tinham alcançado atividade com a Leuginase. Esses resultados destacam a importância de verificar o nível de atividade da ASNase em pacientes em tratamento com LLA. Nossos resultados devem ser úteis para projetar melhores tratamentos e elucidar as mudanças no comportamento clínico dos pacientes, além de permitir eventuais ajustes de dose e regimes de tratamento.
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-07-02T03:36:39Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/211287
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001114975
url http://hdl.handle.net/10183/211287
identifier_str_mv 001114975
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211287/2/001114975.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211287/1/001114975.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 18cafb7ba25f20017514c36916e13fd3
83c90eca37f84554b56c6f38f9179b94
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1816737017732530176