Efeito do estresse perioperatório na função do eixo imunopineal de pacientes submetidas à histerectomia abdominal

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Autor(a) principal: Dias, Mirella de Oliveira Tatsch
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/28345
Resumo: Introdução: a resposta neuro-endócrina metabólica perioperatória está associada ao estresse, fadiga, ansiedade e dor. No entanto, poucos estudos têm investigado a interação entre os sistemas neuro-imuno-endócrino com o estresse pré-operatório e a recuperação pós-cirúrgica. Um aspecto relevante nesta questão é o envolvimento do sistema neuroimuno- endócrino na relação entre estresse e dor pós-operatória. Objetivo: o presente estudo avaliou os níveis diurnos e noturnos da melatonina, do TNF e do cortisol em mulheres submetidas a histerectomia nos períodos pré e pós-operatórios com intuito de avaliar a regulação da síntese de melatonina pela glândula pineal por meio das vias da inflamação e neuroendócrina. Métodos e resultados: avaliou-se 12 pacientes submetidas a histerectomia abdominal. As amostras de sangue foram coletadas às 10h00 e 22h00, uma semana antes da hospitalização, no dia prévio à cirurgia, 1O e o 2O dias de pós-operatório e às 22h00 do dia da cirurgia. Na noite da cirurgia não houve níveis mensuráveis de melatonina noturna. Foram utilizados questionários para avaliar os níveis de estresse e dor e a relação da intensidade destes sintomas clínicos e o perfil bioquímico. Usando um modelo de Equação de Estimativa Generalizada [Generalized Estimating Equations (GEE)], evidenciou-se que os níveis séricos aumentados do TNF e do cortisol, bem como o estado de ansiedade elevado suprime a secreção da melatonina noturna. Para analisar a relação entre a secreção da melatonina ao longo do tempo e sua relação com cada um dos seguintes fatores: TNF, cortisol sérico matinal e estado de ansiedade, em primeiro lugar, estes fatores foram categorizados tendo como referencial os quartis. De acordo com cada ponto de corte as médias e os desvios padrões da melatonina noturna foram: TNF (alto > Q75=5.2 vs. baixo Q75 < 5.2 ng/mL) 57,35 + 40,85 vs 24,17 + 11,79 (P= 0.04); cortisol sérico matinal (alto > Q50=22.4 vs. baixo Q50 < 22.4 ng/mL) 33,29 + 6,29 vs 14,41 + 2,19 (P= 0.03) e ansiedade estado (alta > Q50=24 vs. baixa Q50 < 24 pontos no escore) 43,66 + 8,55 vs 31 + 6,46 (P= 0.03), respectivamente. Além disso, maiores níveis de dor pós-operatória na escala analógica visual (VAS), bem como maior ansiedade-traço se relacionaram com menores níveis de melatonina noturna perioperatória. Conclusão: os resultados deste trabalho reforçam a hipótese de que a glândula pineal desempenha um papel expressivo na reação ao estresse cirúrgico. A elevação dos níveis de TNF na fase pró-inflamatória, e do cortisol suprimem a produção da melatonina pela pineal, desligando o braço hormonal, o que permite a montagem da resposta de defesa. Considerando tais evidências, a reação que ocorre entre o TNF, o cortisol e a glândula pineal é essencial para permitir uma recuperação completa e eficiente no período pósoperatório.
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As amostras de sangue foram coletadas às 10h00 e 22h00, uma semana antes da hospitalização, no dia prévio à cirurgia, 1O e o 2O dias de pós-operatório e às 22h00 do dia da cirurgia. Na noite da cirurgia não houve níveis mensuráveis de melatonina noturna. Foram utilizados questionários para avaliar os níveis de estresse e dor e a relação da intensidade destes sintomas clínicos e o perfil bioquímico. Usando um modelo de Equação de Estimativa Generalizada [Generalized Estimating Equations (GEE)], evidenciou-se que os níveis séricos aumentados do TNF e do cortisol, bem como o estado de ansiedade elevado suprime a secreção da melatonina noturna. Para analisar a relação entre a secreção da melatonina ao longo do tempo e sua relação com cada um dos seguintes fatores: TNF, cortisol sérico matinal e estado de ansiedade, em primeiro lugar, estes fatores foram categorizados tendo como referencial os quartis. De acordo com cada ponto de corte as médias e os desvios padrões da melatonina noturna foram: TNF (alto > Q75=5.2 vs. baixo Q75 < 5.2 ng/mL) 57,35 + 40,85 vs 24,17 + 11,79 (P= 0.04); cortisol sérico matinal (alto > Q50=22.4 vs. baixo Q50 < 22.4 ng/mL) 33,29 + 6,29 vs 14,41 + 2,19 (P= 0.03) e ansiedade estado (alta > Q50=24 vs. baixa Q50 < 24 pontos no escore) 43,66 + 8,55 vs 31 + 6,46 (P= 0.03), respectivamente. Além disso, maiores níveis de dor pós-operatória na escala analógica visual (VAS), bem como maior ansiedade-traço se relacionaram com menores níveis de melatonina noturna perioperatória. Conclusão: os resultados deste trabalho reforçam a hipótese de que a glândula pineal desempenha um papel expressivo na reação ao estresse cirúrgico. A elevação dos níveis de TNF na fase pró-inflamatória, e do cortisol suprimem a produção da melatonina pela pineal, desligando o braço hormonal, o que permite a montagem da resposta de defesa. Considerando tais evidências, a reação que ocorre entre o TNF, o cortisol e a glândula pineal é essencial para permitir uma recuperação completa e eficiente no período pósoperatório.Background: Neuro-endocrine metabolic response in the perioperative period is associated with distress, fatigue, anxiety, and acute postoperative pain. However, few researches have investigated the interaction between the neuroendocrine-immune system, preoperative stress, and post-surgical recovery. A relevant aspect in this equation is the involvement of the neuroendocrine-immune interaction in the relationship between preoperative stress and post-surgical pain. Objective: The present study followed the daytime and nighttime levels of melatonin, TNF an cortisol, in women that had undergone a histerechtomy from the pre-surgical to postsurgical periods out to study the regulation of melatonin synthesis by the pineal gland by airway inflammation and neuroendocrine. Methods and results: We evaluated 12 women who underwent an abdominal hysterectomy. Blood was collected, at 10h00 and 22h00, one week and one day before surgery; at the first and second days after surgery and at 22h00 on the day of surgery. On the night of surgery there was no melatonin surge. In addition questionnaires for evaluating stress and pain levels showed a correlation between personal information and biochemical profiles. Generalized Estimating Equations (GEE) revealed that high TNF and serum cortisol, as well high state-anxiety decrease the nocturnal melatonin surge. To analyze the relationship between the melatonin surge on time and its relationship with each one of the following factors, firstly, they were classified according to cutoff points using quartiles. The mean and standard deviation of nocturnal melatonin was TNF (high > Q75=5.2 vs. low Q75 < 5.2 ng/mL) 57.35+ 40.85 vs 24.17+ 11.79, (P=0.04); morning serum cortisol (high > Q50=22.4 vs. low Q50 < 22.4 ng/mL) 33.29+ 6.69 vs. 14.41+ 2.19, (P=0.03) and state-anxiety (high > Q50=24 vs. low Q50 < 24 points], 43.66+ 8.55 vs. 31+ 6.46, (P=0.03); respectively. Also, the increase of postoperative pain on visual analogue scale (VAS), as well as higher trait-anxiety was linked with lower nocturnal melatonin surge in perioperative period. Conclusion: the results support the hypothesis that the pineal gland plays a role in the progressive reaction to surgical stress. In the proinflammatory phase, TNF shutdown melatonin production and allows for the mounting of the defense response. Also, it is observed that the cortisol is a determinant in the regulation of nocturnal melatonin surge, together with the release of high amounts of TNF in the circulation, at the start of a defense response, suppressing the melatonin surge. Taking into account these evidences, it is possible to suppose that this orchestrated reaction between TNF, cortisol, and the pineal gland should be essential in allowing for a full and efficient postoperative recovery.application/pdfporMelatoninaMediadores da inflamaçãoGlândula pinealSistema imunitárioEstresse fisiológicoGlândula pinealDorMelatoninPainAnxietyTNFCortisolSurgeryEfeito do estresse perioperatório na função do eixo imunopineal de pacientes submetidas à histerectomia abdominalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000769617.pdf.txt000769617.pdf.txtExtracted Texttext/plain128835http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/28345/2/000769617.pdf.txt042d27d1182d4049652922e3a42fd27bMD52ORIGINAL000769617.pdf000769617.pdfTexto completoapplication/pdf1822750http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/28345/1/000769617.pdf0873141ac71ed9a69d0c28410a28fcb3MD51THUMBNAIL000769617.pdf.jpg000769617.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1108http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/28345/3/000769617.pdf.jpgf7203c6f4dcffe30b559fb4d29504d91MD5310183/283452023-08-27 03:43:45.321264oai:www.lume.ufrgs.br:10183/28345Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-08-27T06:43:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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