Estudo de associação entre epistaxe, pressão arterial e gravidade de hipertensão arterial sistêmica em pacientes atendidos em ambulatório de referência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1997 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/197964 |
Resumo: | A literatura tradicional considera que a hipertensão arterial sistêmica está associada com a epistaxe, baseada principalmente no relato de alta prevalência de hipertensão nos casos que se apresentam com epistaxe. Esse achado é indevidamente extrapolado e embasa a conduta de uso de anti-hipertensivos nesses pacientes. No entanto, a associação pode ter um sentido oposto, já que os pacientes com epistaxe tendem a ter níveis pressóricos mais altos secundariamente à perda aguda de volume sangüíneo e à própria situação de estresse que o sangramento nasal determina. Estudos de base populacional não demonstram a existência da associação, nem mesmo em idosos, considerados grupo de risco para a ocorrência de epistaxe e de hipertensão arterial O objetivo principal deste estudo foi avaliar se existe uma maior freqüência de epistaxe em pacientes ambulatoriais com hipertensão arterial grave, em relação àqueles com hipertensão arterial não grave. Através de um delineamento transversal, estudou-se uma amostra de 323 hipertensos que consultaram no Ambulatório de Hipertensão do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Realizaram-se associações da epistaxe espontânea na vida adulta, categorizada em presente ou ausente, com pressão arterial sistólica e diastólica de forma contínua, com pressões arteriais diastólica e sistólica categorizadas em graves e não graves por elevação de cifras pressóricas (diastólica > 105 mmHg e sistólica > 180 mmHg), com duração de hipertensão (> ou < 5 anos), com anormalidades eletrocardiográficas e com fundoscopia. Além disso, analisou-se a associação de epistaxe com anormalidades ao exame nasal. Secundariamente, estudou-se a distribuição de epistaxe entre pacientes idosos e a distribuição de um tipo específico de epistaxe, epistaxe grave, entre pacientes idosos e ©ntre aqueles comvariáveis indicadoras de gravidade de hipertensão e de danos em órgãosalvo (anormalidades eletrocardiográficas e fimdoscópicas). Por fim, realizou-se uma análise da associação de epistaxe na vida adulta comvariáveis selecionadas ou por significância nas associações brutas, ou por plausibilidade biológica de interferência na associação principal. Não houve qualquer associação entre epistaxe na vida adulta e pressões arteriais sistólica e diastólica analisadas de forma contínua ou categorizada. A prevalência da epistaxe também não aumentou nem em paralelo com os estratos de gravidade de hipertensão nem com a maior duração de doença hipertensiva. Observou-se associação com epistaxe somente quando critérios de gravidade de hipertensão (cifras pressóricas mais elevadas e duração de hipertensão) foram analisados agrapadamente (P = 0,049). Epistaxe se distribuiu mais freqüentemente entre os indivíduos com sobrecarga ventricular esquerda (P = 0,018). Não se encontrou qualquer associação entre epistaxe grave e pressão arterial, idade avançada, sobrecarga ventricular esquerda e anormalidades fundoscópicas. A análise das anormalidades à rinoscopia anterior revelou que presença de vasos dilatados na mucosa do septo nasal associou-se significativamente com epistaxe espontânea na vida adulta (P = 0,00004). Na análise do modelo de regressão logística, utilizando-se história de aos menos um episódio de epistaxe espontânea durante a vida adulta como variável dependente e incluindo seis variáveis explicativas selecionadas, nem pressão sistólica maior ou igual a 180 mmHg (P = 0,926) nem pressão diastólica maior ou igual a 105 mmHg (P = 0,730) tiveram associação significativa com epistaxe. No entanto presença de vasos dilatados no septo nasal foi significativamente associada com epistaxe (P = 0,0002). Duração superior a 5 anos da hipertensão (P = 0,084), sobrecarga ventricular esquerda (P = 0,069) e uso atual de anti-hipertensivos (P = 0,084) apresentaram uma forte tendência à associação com epistaxe. Ao contrário das outras duas variáveis, uso de anti-hipertensivos tendeu a uma associação negativa com epistaxe. Os resultados do presente estudo permitem a conclusão de que, ao menos em pacientes hipertensos ambulatoriais, gravidade de hipertensão, avaliada por cifras pressóricas mais elevadas, não determina maior ou menor ocorrência de epistaxe espontânea. Talvez a não significância de tal associação possa dever-se à proteção oferecida pelo tratamento anti-hipertensivo, que artificialmente diminui o contraste entre os grupos, suhclassificando os hipertensos graves. Outras alterações que são indicativas de gravidade de hipertensão e que não sofrem, ao menos agudamente, tal distorção pelo tratamento anti-hipertensivo (duração de doença hipertensiva e sobrecarga ventricular esquerda) tiveram tendência a associarem-se com epistaxe. |
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Lubianca Neto, José FaibesFuchs, Flávio Danni2019-08-14T02:31:13Z1997http://hdl.handle.net/10183/197964000223348A literatura tradicional considera que a hipertensão arterial sistêmica está associada com a epistaxe, baseada principalmente no relato de alta prevalência de hipertensão nos casos que se apresentam com epistaxe. Esse achado é indevidamente extrapolado e embasa a conduta de uso de anti-hipertensivos nesses pacientes. No entanto, a associação pode ter um sentido oposto, já que os pacientes com epistaxe tendem a ter níveis pressóricos mais altos secundariamente à perda aguda de volume sangüíneo e à própria situação de estresse que o sangramento nasal determina. Estudos de base populacional não demonstram a existência da associação, nem mesmo em idosos, considerados grupo de risco para a ocorrência de epistaxe e de hipertensão arterial O objetivo principal deste estudo foi avaliar se existe uma maior freqüência de epistaxe em pacientes ambulatoriais com hipertensão arterial grave, em relação àqueles com hipertensão arterial não grave. Através de um delineamento transversal, estudou-se uma amostra de 323 hipertensos que consultaram no Ambulatório de Hipertensão do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Realizaram-se associações da epistaxe espontânea na vida adulta, categorizada em presente ou ausente, com pressão arterial sistólica e diastólica de forma contínua, com pressões arteriais diastólica e sistólica categorizadas em graves e não graves por elevação de cifras pressóricas (diastólica > 105 mmHg e sistólica > 180 mmHg), com duração de hipertensão (> ou < 5 anos), com anormalidades eletrocardiográficas e com fundoscopia. Além disso, analisou-se a associação de epistaxe com anormalidades ao exame nasal. Secundariamente, estudou-se a distribuição de epistaxe entre pacientes idosos e a distribuição de um tipo específico de epistaxe, epistaxe grave, entre pacientes idosos e ©ntre aqueles comvariáveis indicadoras de gravidade de hipertensão e de danos em órgãosalvo (anormalidades eletrocardiográficas e fimdoscópicas). Por fim, realizou-se uma análise da associação de epistaxe na vida adulta comvariáveis selecionadas ou por significância nas associações brutas, ou por plausibilidade biológica de interferência na associação principal. Não houve qualquer associação entre epistaxe na vida adulta e pressões arteriais sistólica e diastólica analisadas de forma contínua ou categorizada. A prevalência da epistaxe também não aumentou nem em paralelo com os estratos de gravidade de hipertensão nem com a maior duração de doença hipertensiva. Observou-se associação com epistaxe somente quando critérios de gravidade de hipertensão (cifras pressóricas mais elevadas e duração de hipertensão) foram analisados agrapadamente (P = 0,049). Epistaxe se distribuiu mais freqüentemente entre os indivíduos com sobrecarga ventricular esquerda (P = 0,018). Não se encontrou qualquer associação entre epistaxe grave e pressão arterial, idade avançada, sobrecarga ventricular esquerda e anormalidades fundoscópicas. A análise das anormalidades à rinoscopia anterior revelou que presença de vasos dilatados na mucosa do septo nasal associou-se significativamente com epistaxe espontânea na vida adulta (P = 0,00004). Na análise do modelo de regressão logística, utilizando-se história de aos menos um episódio de epistaxe espontânea durante a vida adulta como variável dependente e incluindo seis variáveis explicativas selecionadas, nem pressão sistólica maior ou igual a 180 mmHg (P = 0,926) nem pressão diastólica maior ou igual a 105 mmHg (P = 0,730) tiveram associação significativa com epistaxe. No entanto presença de vasos dilatados no septo nasal foi significativamente associada com epistaxe (P = 0,0002). Duração superior a 5 anos da hipertensão (P = 0,084), sobrecarga ventricular esquerda (P = 0,069) e uso atual de anti-hipertensivos (P = 0,084) apresentaram uma forte tendência à associação com epistaxe. Ao contrário das outras duas variáveis, uso de anti-hipertensivos tendeu a uma associação negativa com epistaxe. Os resultados do presente estudo permitem a conclusão de que, ao menos em pacientes hipertensos ambulatoriais, gravidade de hipertensão, avaliada por cifras pressóricas mais elevadas, não determina maior ou menor ocorrência de epistaxe espontânea. Talvez a não significância de tal associação possa dever-se à proteção oferecida pelo tratamento anti-hipertensivo, que artificialmente diminui o contraste entre os grupos, suhclassificando os hipertensos graves. Outras alterações que são indicativas de gravidade de hipertensão e que não sofrem, ao menos agudamente, tal distorção pelo tratamento anti-hipertensivo (duração de doença hipertensiva e sobrecarga ventricular esquerda) tiveram tendência a associarem-se com epistaxe.Traditional literature considers systemic arterial hypertension to be associated with epistaxis, based chiefly on the reporting of high prevalence of hypertension in cases presented with epistaxis. This finding is imduly extrapolated and constitutes the basis to using anti-hypertensive medicaments in those patients. However, such association may have an opposite direction, once patients with epistaxis have a trend to have btgbftr pressure leveis after acute loss ofblood vohune, and to the very situation of stress detennined by the nasal bleeding. Studies on a populational basis do not prove the existence of the association, not even in elderly people, considered as a risk group for the occurrence of epistaxis and systemic arterial hypertension. The main goal ofthis study was to evaluate whether there is a higher frequency of epistaxis in outpatients with severe hypertension, in relation to those with non-severe arterial hypertension. A sample of 323 hypertensive patients has been studied through a cross sectional study, who had consulted with the Hypertension Outpatient Ward of Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Associations were made of spontaneous epistaxis in adult life, divided into either present or absent, with continuous sistolic and diastolic blood pressures, with diastolic and sistolic blood pressures categorized as severe and non-severe by the raising of pressure figures (diastolic > 105 mmHg and sistolic > 180 mmHg), with hypertension duration (> or < 5 years), with electrocardiographic abnormalities and with ophthalmoscopy. Besides, the epistaxis association with the abnormalities by nasal examination has been analysed. Secondarily, the distribution ofepistaxis was studied among elderly patients and the distribution of a specific kind of epistaxis, the severe epistaxis, was studied among elderly patients and those with variables indicating a severe hypertension and damages to target organs (ECG and ophthahnoscopic abnormalities). Finally, an analysis was made of the association of aduh life epistaxis with selected variables, or by significance in gross associations, or by biological plausibility of interference in the main association. There has been no association between adult life q^istaxis and sistolic and diastolic blod pressuxe analysed in either a continuous or categorized way. Ilie prevalence of epistaxis has not increased, neither paraüely to hypertension severity strata, nor to the longer durations of the hypertensive disease. An association was observed with epistaxis only when the hypertension severity (higher pressure figures and hypertension duration) were analysed as a group (P = 0.049). Epistaxis was more frequently distributed among individuais with left ventricular overload (P = 0.018). No association has been found between severe epistaxis and blood pressure, old age, left ventricular overload and ophthahnoscopic abnormalities. The analysis of abnormalities by anterior rhinoscopy has revealed that the presence of dilated vessels in the nasal septum mucosa has significantly associated with spontaneous epistaxis in aduh life (P = 0.00004). In the analysis of the logistic regression model, by utilizing the history of at least one spontaneous epistaxis epysode during adult life, as a dependent variable and including six explanatory variables selected, neither the sistohc > 180 mmHg (P = 0.926), nor the diastolic pressure > 105 mmHg (P = 0.730) have had a significant association with epistaxis. However, the presence of dilated vessels in the nasal septum was significantly associated with epistaxis (P = 0.0002). A duration of more than 5 years of hypertension (P = 0.084), left ventricular overload (P = 0.069) and the present usage of anti-hypertensive medicaments (P = 0.084) have showed a strong trend to associate with epistaxis. Contrary to the other two variables, the usage of anti-hypertensive drags has tended toward a negative association with epistaxis. The results of this study have allowed the conclusion that, at least in hypertensive outpatients, the severity of hypertension, evaluated by higher pressure figures, does not determine the higher or lower occurrence of spontaneous epistaxis. Perhaps the nonsignificance of such association may be due to the protection as ofifered by the antihypertensive treatment, which artificially decreases the contrasting between the groups, sub-grouping the severe hypertensive patients. Other changes that indicate the severity of hypertension, and that do not undergo, at least acutely, such distortion by the antihypertensive treatment (duration of the hypertensive disease and left ventricular overloading) have had a trend to assodated with epistaxis.application/pdfporEpistaxePressão arterialHipertensãoAssistência ambulatorialEstudo de associação entre epistaxe, pressão arterial e gravidade de hipertensão arterial sistêmica em pacientes atendidos em ambulatório de referênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaCurso de Pós-Graduação em Clínica MédicaPorto Alegre, BR-RS1997mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000223348.pdf.txt000223348.pdf.txtExtracted Texttext/plain132187http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/197964/2/000223348.pdf.txt87de2bf345eb20e52939ca109aa5455cMD52ORIGINAL000223348.pdfTexto completoapplication/pdf9536982http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/197964/1/000223348.pdfe2718b4d0a5d99b3cdaf0ea424b13f14MD5110183/1979642023-10-20 03:37:04.311184oai:www.lume.ufrgs.br:10183/197964Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-10-20T06:37:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A literatura tradicional considera que a hipertensão arterial sistêmica está associada com a epistaxe, baseada principalmente no relato de alta prevalência de hipertensão nos casos que se apresentam com epistaxe. Esse achado é indevidamente extrapolado e embasa a conduta de uso de anti-hipertensivos nesses pacientes. No entanto, a associação pode ter um sentido oposto, já que os pacientes com epistaxe tendem a ter níveis pressóricos mais altos secundariamente à perda aguda de volume sangüíneo e à própria situação de estresse que o sangramento nasal determina. Estudos de base populacional não demonstram a existência da associação, nem mesmo em idosos, considerados grupo de risco para a ocorrência de epistaxe e de hipertensão arterial O objetivo principal deste estudo foi avaliar se existe uma maior freqüência de epistaxe em pacientes ambulatoriais com hipertensão arterial grave, em relação àqueles com hipertensão arterial não grave. Através de um delineamento transversal, estudou-se uma amostra de 323 hipertensos que consultaram no Ambulatório de Hipertensão do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Realizaram-se associações da epistaxe espontânea na vida adulta, categorizada em presente ou ausente, com pressão arterial sistólica e diastólica de forma contínua, com pressões arteriais diastólica e sistólica categorizadas em graves e não graves por elevação de cifras pressóricas (diastólica > 105 mmHg e sistólica > 180 mmHg), com duração de hipertensão (> ou < 5 anos), com anormalidades eletrocardiográficas e com fundoscopia. Além disso, analisou-se a associação de epistaxe com anormalidades ao exame nasal. Secundariamente, estudou-se a distribuição de epistaxe entre pacientes idosos e a distribuição de um tipo específico de epistaxe, epistaxe grave, entre pacientes idosos e ©ntre aqueles comvariáveis indicadoras de gravidade de hipertensão e de danos em órgãosalvo (anormalidades eletrocardiográficas e fimdoscópicas). Por fim, realizou-se uma análise da associação de epistaxe na vida adulta comvariáveis selecionadas ou por significância nas associações brutas, ou por plausibilidade biológica de interferência na associação principal. Não houve qualquer associação entre epistaxe na vida adulta e pressões arteriais sistólica e diastólica analisadas de forma contínua ou categorizada. A prevalência da epistaxe também não aumentou nem em paralelo com os estratos de gravidade de hipertensão nem com a maior duração de doença hipertensiva. Observou-se associação com epistaxe somente quando critérios de gravidade de hipertensão (cifras pressóricas mais elevadas e duração de hipertensão) foram analisados agrapadamente (P = 0,049). Epistaxe se distribuiu mais freqüentemente entre os indivíduos com sobrecarga ventricular esquerda (P = 0,018). Não se encontrou qualquer associação entre epistaxe grave e pressão arterial, idade avançada, sobrecarga ventricular esquerda e anormalidades fundoscópicas. A análise das anormalidades à rinoscopia anterior revelou que presença de vasos dilatados na mucosa do septo nasal associou-se significativamente com epistaxe espontânea na vida adulta (P = 0,00004). Na análise do modelo de regressão logística, utilizando-se história de aos menos um episódio de epistaxe espontânea durante a vida adulta como variável dependente e incluindo seis variáveis explicativas selecionadas, nem pressão sistólica maior ou igual a 180 mmHg (P = 0,926) nem pressão diastólica maior ou igual a 105 mmHg (P = 0,730) tiveram associação significativa com epistaxe. No entanto presença de vasos dilatados no septo nasal foi significativamente associada com epistaxe (P = 0,0002). Duração superior a 5 anos da hipertensão (P = 0,084), sobrecarga ventricular esquerda (P = 0,069) e uso atual de anti-hipertensivos (P = 0,084) apresentaram uma forte tendência à associação com epistaxe. Ao contrário das outras duas variáveis, uso de anti-hipertensivos tendeu a uma associação negativa com epistaxe. Os resultados do presente estudo permitem a conclusão de que, ao menos em pacientes hipertensos ambulatoriais, gravidade de hipertensão, avaliada por cifras pressóricas mais elevadas, não determina maior ou menor ocorrência de epistaxe espontânea. Talvez a não significância de tal associação possa dever-se à proteção oferecida pelo tratamento anti-hipertensivo, que artificialmente diminui o contraste entre os grupos, suhclassificando os hipertensos graves. Outras alterações que são indicativas de gravidade de hipertensão e que não sofrem, ao menos agudamente, tal distorção pelo tratamento anti-hipertensivo (duração de doença hipertensiva e sobrecarga ventricular esquerda) tiveram tendência a associarem-se com epistaxe. |
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