Desigualdade de renda no espaço intra-urbano : análise da evolução na cidade de Porto Alegre no período 1991-2000
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/38949 |
Resumo: | Esta dissertação analisou a divisão social do espaço residencial intra-urbano a partir da sua relação com a desigualdade de renda. Utilizou-se como caso de estudo a cidade de Porto Alegre no período 1991-2000. A segmentação do espaço residencial urbano envolve a distribuição desigual dos poderes e direitos sobre a localização das moradias nas cidades, o que gera consequências significativas e duradouras nas características do tecido urbano, na formação de preços dos imóveis e no encontro entre grupos socialmente distintos. Duas hipóteses foram consideradas no presente estudo: a primeira hipótese associa a concentração de renda no espaço urbano à polarização socioespacial das áreas residenciais, nesta leitura os espaços residenciais estariam sofrendo um processo de homogeneização de renda combinado à redução dos espaços de classe média, esta hipótese aponta para a emergência de uma cidade dualizada entre ricos e pobres; a segunda hipótese associa a concentração de renda no espaço urbano ao aumento da seletividade e à fragmentação espacial das áreas residências dos estratos mais ricos, simultaneamente estaria ocorrendo o aumento da heterogeneidade dos espaços residenciais de classe média e dos pobres. Utilizou-se a variável renda do responsável por domicílio extraída do banco de dados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000. O nível de desagregação da variável utilizada foi o setor censitário. As medidas de desigualdade de renda e de seletividade residencial utilizadas foram: índice de Gini, curva de Lorenz, renda relativa, curva de segregação, índice de dissimilaridade, índice de correlação espacial e análise de cartogramas. Os resultados encontrados apontam para a convergência das duas hipóteses. Por um lado, o espaço residencial dos mais ricos se tornou muito mais homogêneo, mas por outro lado, essas áreas estão relativamente mais concentradas no tecido urbano, demonstrando que a valorização territorial na década de 90 ocorreu principalmente nas adjacências de áreas que já eram ocupadas pelos mais ricos no início do período. Verificou-se também um relativo aumento da heterogeneidade do espaço da classe média e dos pobres, combinado à redução no percentual de domicílios nos espaços de classe média. Os resultados apontam para o aumento de domicílios nos espaços dos estratos superiores e inferiores de renda, o que sinaliza para uma polarização socioespacial. Conclui-se que a cidade de Porto Alegre se tornou mais desigual espacial e economicamente no período analisado. |
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Silva, Elvis Vitoriano daMello, Oberon da Silva2012-04-10T01:21:19Z2011http://hdl.handle.net/10183/38949000824259Esta dissertação analisou a divisão social do espaço residencial intra-urbano a partir da sua relação com a desigualdade de renda. Utilizou-se como caso de estudo a cidade de Porto Alegre no período 1991-2000. A segmentação do espaço residencial urbano envolve a distribuição desigual dos poderes e direitos sobre a localização das moradias nas cidades, o que gera consequências significativas e duradouras nas características do tecido urbano, na formação de preços dos imóveis e no encontro entre grupos socialmente distintos. Duas hipóteses foram consideradas no presente estudo: a primeira hipótese associa a concentração de renda no espaço urbano à polarização socioespacial das áreas residenciais, nesta leitura os espaços residenciais estariam sofrendo um processo de homogeneização de renda combinado à redução dos espaços de classe média, esta hipótese aponta para a emergência de uma cidade dualizada entre ricos e pobres; a segunda hipótese associa a concentração de renda no espaço urbano ao aumento da seletividade e à fragmentação espacial das áreas residências dos estratos mais ricos, simultaneamente estaria ocorrendo o aumento da heterogeneidade dos espaços residenciais de classe média e dos pobres. Utilizou-se a variável renda do responsável por domicílio extraída do banco de dados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000. O nível de desagregação da variável utilizada foi o setor censitário. As medidas de desigualdade de renda e de seletividade residencial utilizadas foram: índice de Gini, curva de Lorenz, renda relativa, curva de segregação, índice de dissimilaridade, índice de correlação espacial e análise de cartogramas. Os resultados encontrados apontam para a convergência das duas hipóteses. Por um lado, o espaço residencial dos mais ricos se tornou muito mais homogêneo, mas por outro lado, essas áreas estão relativamente mais concentradas no tecido urbano, demonstrando que a valorização territorial na década de 90 ocorreu principalmente nas adjacências de áreas que já eram ocupadas pelos mais ricos no início do período. Verificou-se também um relativo aumento da heterogeneidade do espaço da classe média e dos pobres, combinado à redução no percentual de domicílios nos espaços de classe média. Os resultados apontam para o aumento de domicílios nos espaços dos estratos superiores e inferiores de renda, o que sinaliza para uma polarização socioespacial. Conclui-se que a cidade de Porto Alegre se tornou mais desigual espacial e economicamente no período analisado.This study examined the social division of intra-urban residential space from its relationship with income inequality. It was used as a case study the city of Porto Alegre in the period 1991-2000. The segmentation of urban residential space involves the unequal distribution of powers and rights on the location of housing units, which generates significant consequences on the spatial configuration, the pricing of real estate and in the encounter between different social groups. Two hypotheses were considered in this study: in the first hypothesis income inequality is associated with polarization of the residential areas, residential spaces in this reading would be undergoing a process of homogenization of income combined with the reduction of spaces for the middle class, this hypothesis points to the emergence of a dualized city between rich and poor; the second hypothesis associates the concentration of income in urban areas to increase the selectivity and the spatial fragmentation of the residential areas of the richest people, while there would be an increased heterogeneity of spaces middle class and poor people. We used the variable income per head of household extracted from the database of the population censuses of 1991 and 2000. The level of disaggregation of the variable used was the census sector. The measures of income inequality and residential selectivity were used: the Gini index, Lorenz curve, relative income, curve segregation, dissimilarity index, index of spatial correlation and analysis of maps. The results point to the convergence of two hypotheses. On the one hand, the richest of residential space has become much more homogeneous, but on the other hand, these areas are relatively more concentrated in the city, demonstrating that the recovery in the 90 territorial mainly occurred in the vicinity of areas that were already occupied by the rich at the beginning of the period. There was also a relative increase of the heterogeneity of the middle class and poor people, combined with the reduction in the percentage of households in the spaces of the middle class and increase in space from the upper and lower income, which points to a socio-spatial polarization. It is concluded that the city of Porto Alegre has become increasingly unequal spatial and economically in this period.application/pdfporEspaço urbano : FragmentaçãoConfiguração espacialDesigualdade de rendaResidências : LocaisDesigualdade socialEvolução urbana : Porto Alegre (RS)Income inequalityResidential selectivitySpatial configurationDesigualdade de renda no espaço intra-urbano : análise da evolução na cidade de Porto Alegre no período 1991-2000info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de ArquiteturaPrograma de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e RegionalPorto Alegre, BR-RS2011mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000824259.pdf.txt000824259.pdf.txtExtracted Texttext/plain425096http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/38949/2/000824259.pdf.txtbf30ca8fe34b94e36be51276c88fa4f2MD52ORIGINAL000824259.pdf000824259.pdfTexto completoapplication/pdf1957302http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/38949/1/000824259.pdf482d6e0c76dafafedc1a26a904c31578MD51THUMBNAIL000824259.pdf.jpg000824259.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1119http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/38949/3/000824259.pdf.jpge97fe4de044eed66fc2cddc85a2d7430MD5310183/389492018-10-10 08:11:41.985oai:www.lume.ufrgs.br:10183/38949Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-10T11:11:41Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Esta dissertação analisou a divisão social do espaço residencial intra-urbano a partir da sua relação com a desigualdade de renda. Utilizou-se como caso de estudo a cidade de Porto Alegre no período 1991-2000. A segmentação do espaço residencial urbano envolve a distribuição desigual dos poderes e direitos sobre a localização das moradias nas cidades, o que gera consequências significativas e duradouras nas características do tecido urbano, na formação de preços dos imóveis e no encontro entre grupos socialmente distintos. Duas hipóteses foram consideradas no presente estudo: a primeira hipótese associa a concentração de renda no espaço urbano à polarização socioespacial das áreas residenciais, nesta leitura os espaços residenciais estariam sofrendo um processo de homogeneização de renda combinado à redução dos espaços de classe média, esta hipótese aponta para a emergência de uma cidade dualizada entre ricos e pobres; a segunda hipótese associa a concentração de renda no espaço urbano ao aumento da seletividade e à fragmentação espacial das áreas residências dos estratos mais ricos, simultaneamente estaria ocorrendo o aumento da heterogeneidade dos espaços residenciais de classe média e dos pobres. Utilizou-se a variável renda do responsável por domicílio extraída do banco de dados dos Censos Demográficos de 1991 e 2000. O nível de desagregação da variável utilizada foi o setor censitário. As medidas de desigualdade de renda e de seletividade residencial utilizadas foram: índice de Gini, curva de Lorenz, renda relativa, curva de segregação, índice de dissimilaridade, índice de correlação espacial e análise de cartogramas. Os resultados encontrados apontam para a convergência das duas hipóteses. Por um lado, o espaço residencial dos mais ricos se tornou muito mais homogêneo, mas por outro lado, essas áreas estão relativamente mais concentradas no tecido urbano, demonstrando que a valorização territorial na década de 90 ocorreu principalmente nas adjacências de áreas que já eram ocupadas pelos mais ricos no início do período. Verificou-se também um relativo aumento da heterogeneidade do espaço da classe média e dos pobres, combinado à redução no percentual de domicílios nos espaços de classe média. Os resultados apontam para o aumento de domicílios nos espaços dos estratos superiores e inferiores de renda, o que sinaliza para uma polarização socioespacial. Conclui-se que a cidade de Porto Alegre se tornou mais desigual espacial e economicamente no período analisado. |
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