Teia trófica da ictiofauna de açudes da Bacia do Rio Jacuí (Brasil) influenciados por espécies exóticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bazan, Ricardo Manuel Ricce
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/202777
Resumo: Uma das razões para a perda de diversidade no mundo é a introdução de espécies não-nativas. Na bacia do rio Jacuí, são comuns as espécies não nativas Micropterus salmoides e Oreochromis niloticus introduzidas neste sistema para fins de aquicultura e pesca esportiva, que são apreciados por suas técnicas fáceis de criação. O objetivo deste trabalho é identificar o impacto produzido pela introdução dessas espécies nos açudes da bacia do rio Jacuí. O estudo foi conduzido em quatro açudes, dos quais dois têm espécies nativas da bacia e dois possuem espécies não nativas, foram realizadas amostragens trimestrais para o cálculo da biomassa e diversidade da fauna de peixes. Os açudes foram analisados com modelos de balanço de massas elaborados no software Ecopath Em todos os açudes o índice de onivoria e conectividade indicam que os ecossistemas são ambientes imaturos, a biomassa por área é semelhante ao encontrado em outros estudos de ambientes lênticos aquáticos e a eficiência da transferência de energia, entre 2,96% e 7,43%, está dentro do esperado teoricamente ao igual que o índice de Pedigree. Os açudes com apenas espécies nativas apresentam maior diversidade, eficiência de transferência de energia, complexidade trófica e quantificação geral de fluxos energéticos que açudes com espécies não nativas. Simulações de introdução de espécies não nativas nos açudes, mostram que a espécie M. salmoides com uma biomassa de entrada de 17,5% da biomassa total de peixes do sistema, causa a perda de espécies e a simplificação da teia trófica, tornando-se uma espécie chave para o sistema, sendo as espécies mais afetadas, as que têm uma índice de onivoria menor, deve notar-se que Geophagus brasiliensis é a espécie resiste mais tempo no sistema, após o impacto gerado. Para a espécie O. niloticus, uma biomassa de entrada de 60% da biomassa total de peixes, tem impactos sobre todas as espécies com que ela compete, que são peixes com níveis tróficos entre 2 e 3, diminuindo sua abundancia, mas, sem afetar a Hoplias aff. malabaricus que é o predador destas espécies. Prever o impacto das espécies invasoras com um modelo dinâmico, apresenta muitas incertezas pois o resultado das interações entre as espécies nativas e invasoras depende do número de interações negativas simultâneas entre elas, os quais são difíceis de medir, de modo que o dano de espécies não nativo pode ser avaliado com maior precisão após da introdução real.
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Os açudes foram analisados com modelos de balanço de massas elaborados no software Ecopath Em todos os açudes o índice de onivoria e conectividade indicam que os ecossistemas são ambientes imaturos, a biomassa por área é semelhante ao encontrado em outros estudos de ambientes lênticos aquáticos e a eficiência da transferência de energia, entre 2,96% e 7,43%, está dentro do esperado teoricamente ao igual que o índice de Pedigree. Os açudes com apenas espécies nativas apresentam maior diversidade, eficiência de transferência de energia, complexidade trófica e quantificação geral de fluxos energéticos que açudes com espécies não nativas. Simulações de introdução de espécies não nativas nos açudes, mostram que a espécie M. salmoides com uma biomassa de entrada de 17,5% da biomassa total de peixes do sistema, causa a perda de espécies e a simplificação da teia trófica, tornando-se uma espécie chave para o sistema, sendo as espécies mais afetadas, as que têm uma índice de onivoria menor, deve notar-se que Geophagus brasiliensis é a espécie resiste mais tempo no sistema, após o impacto gerado. Para a espécie O. niloticus, uma biomassa de entrada de 60% da biomassa total de peixes, tem impactos sobre todas as espécies com que ela compete, que são peixes com níveis tróficos entre 2 e 3, diminuindo sua abundancia, mas, sem afetar a Hoplias aff. malabaricus que é o predador destas espécies. Prever o impacto das espécies invasoras com um modelo dinâmico, apresenta muitas incertezas pois o resultado das interações entre as espécies nativas e invasoras depende do número de interações negativas simultâneas entre elas, os quais são difíceis de medir, de modo que o dano de espécies não nativo pode ser avaliado com maior precisão após da introdução real.One of the reasons for the loss of diversity in the world is the introduction of non-native species. In the Jacuí river basin, the non-native species Micropterus salmoides and Oreochromis niloticus are introduced in this system for aquaculture and sport fishing purposes, which are appreciated for their easy culture techniques. The objective of this work is to identify the impact produced by the introduction of these species in the reservoirs of the Jacuí river basin. The study was conducted in four reservoirs, two of which have native species of the basin and two have non - native species, quarterly samplings were used to calculate the biomass and diversity of the fish fauna. The reservoirs were analyzed with mass balance models elaborated in Ecopath software In all reservoirs the omnivory and connectivity index indicates that ecosystems are immature, the biomass per area is similar to that found in other studies of aquatic lentic environments, and the efficiency of energy transfer between 2,96% and 7,43%, is theoretically expected to be the same as the Pedigree index. The reservoirs with only native species show greater diversity, energy transfer efficiency, trophic complexity and general quantification of energy flows than reservoirs with non-native species. Simulation of insertion of these non-native species in the reservoirs, shows that the species M. salmoides with a biomass input of 17,5% of the total fish biomass of the system causes the loss of species and the simplification of the trophic web, becoming a key species for the system, being the species most affected, those that have a lower omnivory index, it should be noted that Geophagus brasiliensis is the species withstands more time in the system, after the impact generated. For the species O. niloticus, input biomass of 60% of the total biomass of fish, has impacts on all the species with which it competes, which are fish with trophic levels between 2 and 3, decreasing its abundance, but without affecting Hoplias aff. malabaricus that is the predator of these species. Predicting the impact of invasive species with a dynamic model presents many uncertainties as the result of interactions between native and invasive species depends on the number of simultaneous negative interactions between them, which are difficult to measure so that damage from non-native species can be evaluated more accurately after actual introduction.application/pdfporTeia tróficaEspécies invasorasEspécies exóticasEcossistemaTrophic webNon-native speciesEcosystemTeia trófica da ictiofauna de açudes da Bacia do Rio Jacuí (Brasil) influenciados por espécies exóticasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Biologia AnimalPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001101841.pdf.txt001101841.pdf.txtExtracted Texttext/plain120077http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202777/2/001101841.pdf.txtc4b491d848fe445d14fd91e861c4bd75MD52ORIGINAL001101841.pdfTexto completoapplication/pdf3078118http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202777/1/001101841.pdfc8f16822850248ca7c579b291848d434MD5110183/2027772019-12-19 05:01:35.198231oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202777Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-12-19T07:01:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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