Prevalência da mutação germinativa TP53 p.R337H em indivíduos com tumores do espectro da Síndrome de Li-Fraumeni

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Giacomazzi, Juliana
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/115624
Resumo: Introdução: Estudos prévios têm indicado que uma mutação germinativa específica no gene TP53, p.R337H está associada a efeito fundador no Brasil e é muito frequente entre certos tipos tumorais. Objetivos e Metodologia: O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência da mutação germinativa TP53 p.R337H em indivíduos com tumores do espectro da Síndrome de Li-Fraumeni (SLF) e/ou Li- Fraumeni-Like (LFL) divididos em diferentes grupos: (1) mulheres com câncer de mama (CM) subdivididas em 2 subgrupos: (a) com critérios para síndromes de predisposição hereditária ao câncer, exceto para SLF/LFL; (b) não selecionadas para história familiar (HF), diagnosticadas antes dos 45 e após 55 anos de idade em diferentes regiões do país; (2) mulheres com tumores phyllodes da mama, diagnosticadas em diferentes idades e não selecionadas para HF da doença nas regiões Sul e Sudeste; (3) crianças com tumores do espectro da SLF/LFL, não selecionadas para HF e atendidas em um Serviço de Oncologia Pediátrica do Sul do país. Adicionalmente, foi investigada a presença do haplótipo fundador brasileiro nos portadores da mutação TP53 p.R337H. No grupo 3 foi ainda avaliada a prevalência de critérios para SLF/LFL e a presença de outras mutações germinativas no gene TP53. Resultados: No subgrupo 1A foram incluídas 59 mulheres das quais 2 eram portadoras da mutação TP53 p.R337H, ambas com HF exclusivamente para a Síndrome de Prediposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário no momento do recrutamento. No subrupo 1B foram incluídas 815 mulheres (403 com CM N45 anos e 412 casos com CM O 55 anos) provenientes de 25 diferentes Estados do Brasil. A mutação foi encontrada em 8,6% (70/815) dos casos, sendo observada diferença significativa na frequência de acordo com o centro de recrutamento. Em todos centros, a mutação foi mais frequente em mulheres com CM antes dos 45 anos. Análise do tecido tumoral de 15 portadoras evidenciou perda de heterozigosidade (LOH) em apenas 2 casos. Os tumores de mama de mulheres portadoras apresentavam mais frequentemente alguma expressão de HER2 (1+, 2+ ou 3+). No grupo 2, foram incluídas 148 mulheres com tumores phyllodes da mama e 8 (5,4%) apresentaram a mutação, sendo mais frequente entre os tumores malignos (3/13; 23%) quando comparada aos benignos (5/128; 3.4%). No grupo 3 foram incluídas 292 crianças diagnosticadas com tumores do espectro da SLF/LFL, das quais 25,3% tinham critérios para SLF/LFL. O sequenciamento completo e pesquisa de rearranjos gênicos de TP53 em 48 das crianças com câncer e critérios estritos para LFL evidenciou apenas um caso com uma mutação clássica – p.G245S. A mutação TP53 p.R337H foi identificada somente entre os casos com carcinoma adrenocortical (9/11; 81,8%) e de plexo coróide (2/2; 100%), correspondendo a 3,8% da amostra total. Um dos casos de carcinoma adrenocortical apresentou a mutação TP53 p.R337H em homozigose. Todos tumores de portadores analisados (n=8) apresentaram LOH. Conclusão: Conclui-se que a mutação germinativa TP53 p.R337H ocorre em mulheres brasileiras com CM em diferentes faixas etárias, independente da HF de câncer. Em mulheres com fenótipo de CM hereditário sem critérios para SLF/LFL a mesma também foi observada. A freqüência da mutação foi variável de acordo com o centro de recrutamento, sendo identificada em todas as regiões brasileiras. Os tumores de mama de pacientes portadoras da mutação têm um perfil peculiar, com baixa frequência de LOH e presença de alguma expressão de HER2. A mutação p.R337H ocorre em tumores phyllodes da mama benignos e especialmente malignos, confirmando a hipótese prévia de associação de mutações germinativas em TP53 com estes tumores. Entre crianças com tumores do espectro SLF/LFL de um centro de referência no Sul do Brasil, um percentual significativo tem indicação para teste de mutações em TP53, no entanto, na maioria destes casos não se identifica mutação germinativa no gene. A mutação TP53 p.R337H ocorre em elevada frequência na linhagem germinativa de crianças com carcinomas adrenocortical e de plexo coróide, como descrito em outras regiões brasileiras. Por fim, o haplótipo fundador foi identificado em todos portadores da mutação analisados, incluindo 3 casos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. A mutação TP53 p.R337H está associada a efeito fundador no Brasil e tem importante contribuição na gênese de tumores de mama, bem como de carcinomas adrenocortical e de plexo coróide no Sul do país.
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spelling Giacomazzi, JulianaProlla, Patrícia Ashton2015-04-28T01:58:23Z2012http://hdl.handle.net/10183/115624000861881Introdução: Estudos prévios têm indicado que uma mutação germinativa específica no gene TP53, p.R337H está associada a efeito fundador no Brasil e é muito frequente entre certos tipos tumorais. Objetivos e Metodologia: O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência da mutação germinativa TP53 p.R337H em indivíduos com tumores do espectro da Síndrome de Li-Fraumeni (SLF) e/ou Li- Fraumeni-Like (LFL) divididos em diferentes grupos: (1) mulheres com câncer de mama (CM) subdivididas em 2 subgrupos: (a) com critérios para síndromes de predisposição hereditária ao câncer, exceto para SLF/LFL; (b) não selecionadas para história familiar (HF), diagnosticadas antes dos 45 e após 55 anos de idade em diferentes regiões do país; (2) mulheres com tumores phyllodes da mama, diagnosticadas em diferentes idades e não selecionadas para HF da doença nas regiões Sul e Sudeste; (3) crianças com tumores do espectro da SLF/LFL, não selecionadas para HF e atendidas em um Serviço de Oncologia Pediátrica do Sul do país. Adicionalmente, foi investigada a presença do haplótipo fundador brasileiro nos portadores da mutação TP53 p.R337H. No grupo 3 foi ainda avaliada a prevalência de critérios para SLF/LFL e a presença de outras mutações germinativas no gene TP53. Resultados: No subgrupo 1A foram incluídas 59 mulheres das quais 2 eram portadoras da mutação TP53 p.R337H, ambas com HF exclusivamente para a Síndrome de Prediposição Hereditária ao Câncer de Mama e Ovário no momento do recrutamento. No subrupo 1B foram incluídas 815 mulheres (403 com CM N45 anos e 412 casos com CM O 55 anos) provenientes de 25 diferentes Estados do Brasil. A mutação foi encontrada em 8,6% (70/815) dos casos, sendo observada diferença significativa na frequência de acordo com o centro de recrutamento. Em todos centros, a mutação foi mais frequente em mulheres com CM antes dos 45 anos. Análise do tecido tumoral de 15 portadoras evidenciou perda de heterozigosidade (LOH) em apenas 2 casos. Os tumores de mama de mulheres portadoras apresentavam mais frequentemente alguma expressão de HER2 (1+, 2+ ou 3+). No grupo 2, foram incluídas 148 mulheres com tumores phyllodes da mama e 8 (5,4%) apresentaram a mutação, sendo mais frequente entre os tumores malignos (3/13; 23%) quando comparada aos benignos (5/128; 3.4%). No grupo 3 foram incluídas 292 crianças diagnosticadas com tumores do espectro da SLF/LFL, das quais 25,3% tinham critérios para SLF/LFL. O sequenciamento completo e pesquisa de rearranjos gênicos de TP53 em 48 das crianças com câncer e critérios estritos para LFL evidenciou apenas um caso com uma mutação clássica – p.G245S. A mutação TP53 p.R337H foi identificada somente entre os casos com carcinoma adrenocortical (9/11; 81,8%) e de plexo coróide (2/2; 100%), correspondendo a 3,8% da amostra total. Um dos casos de carcinoma adrenocortical apresentou a mutação TP53 p.R337H em homozigose. Todos tumores de portadores analisados (n=8) apresentaram LOH. Conclusão: Conclui-se que a mutação germinativa TP53 p.R337H ocorre em mulheres brasileiras com CM em diferentes faixas etárias, independente da HF de câncer. Em mulheres com fenótipo de CM hereditário sem critérios para SLF/LFL a mesma também foi observada. A freqüência da mutação foi variável de acordo com o centro de recrutamento, sendo identificada em todas as regiões brasileiras. Os tumores de mama de pacientes portadoras da mutação têm um perfil peculiar, com baixa frequência de LOH e presença de alguma expressão de HER2. A mutação p.R337H ocorre em tumores phyllodes da mama benignos e especialmente malignos, confirmando a hipótese prévia de associação de mutações germinativas em TP53 com estes tumores. Entre crianças com tumores do espectro SLF/LFL de um centro de referência no Sul do Brasil, um percentual significativo tem indicação para teste de mutações em TP53, no entanto, na maioria destes casos não se identifica mutação germinativa no gene. A mutação TP53 p.R337H ocorre em elevada frequência na linhagem germinativa de crianças com carcinomas adrenocortical e de plexo coróide, como descrito em outras regiões brasileiras. Por fim, o haplótipo fundador foi identificado em todos portadores da mutação analisados, incluindo 3 casos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. A mutação TP53 p.R337H está associada a efeito fundador no Brasil e tem importante contribuição na gênese de tumores de mama, bem como de carcinomas adrenocortical e de plexo coróide no Sul do país.Introduction: Previous studies have reported that a specific germline mutation in TP53, p.R337H, is associated with a founder effect and is common among certain tumor types. Objectives and Methodology: Assess the prevalence of TP53 p.R337H germline mutation in subjects with tumors of the Li-Fraumeni/ Li-Fraumeni- Like (LFS/LFL) spectrum divided into different groups: (1) women diagnosed with breast cancer (BC) subdivided into 2 subgroups: (a) with criteria for hereditary predisposition syndromes, except for LFS/LFL (b) unselected for family history (FH) diagnosed at or before 45 years and at or after 55 years recruited in different regions of the country; (2) women with phyllodes breast tumors, diagnosed at different ages and not selected for FH of the disease from the South and Southeast of Brazil; (3) children with tumors of the LFS/LFL spectrum and not selected for FH of the disease from a Pediatric Oncology Service in South Brazil. In addition, presence of the founder Brazilian haplotype in mutation carriers identified in groups 1, 2 and 3 was assessed. Finally, in group 3, prevalence of LFS/LFL criteria and presence of other germline TP53 mutations were investigated. Results: In subgroup 1A, 59 women were included and two of these were mutation carriers, both had a FH consistent only with Hereditary Breast and Ovarian Cancer Syndrome at recruitment. In subgroup 1B, 815 women (403 cases diagnosed N 45 years and 412 cases, O 55 years) were included from 25 different Brazilian States. The TP53 p.R377H mutation was found in 8.6% (70/815), and significant differences in mutation frequency were observed according to recruitment center. In all centers the mutation was more frequent in women diagnosed with BC at or before 45 years. Analysis of tumor tissue of 15 carriers showed loss of heterozygosity (LOH) in only 2 cases. Breast tumors of carriers showed, more frequently, some expression of HER2. In group 2 were included 148 women with breast phyllodes tumors and 8 (5.4%) were p.R337H carriers, which was most common among malignant phyllodes tumors (3/13, 23%) when compared to benign (5/128, 3.4%). In the group 3, 292 children with tumors of the LFS/LFL spectrum were included, and 25.3% of these had criteria for LFS/LFL. TP53 gene sequencing and rearrangement testing in 48 children with the more strict criteria for the syndrome identified a classic germline mutation, p.G245S, in only one proband. The TP53 p.R337H mutation was identified only among patients with adrenocortical carcinoma (9/11, 81.8%) and choroid plexus carcinoma (2/2, 100%), corresponding to 3.8% of the total sample. One of the patients with adrenocortical carcinoma was homozygous mutant. All tumors of TP53 p.R37H carriers analyzed (n=8) showed LOH. Conclusion: We conclude that the TP53 p.R337H germline mutation occurs in Brazilian women with BC in different age groups, regardless of BC FH. In women with hereditary BC without criteria for LFS/LFL criteria, it was also observed. The mutation frequency varied according to the recruiting center and carriers were identified in all Brazilian regions. Breast tumors of carriers have a peculiar profile, with low frequency of LOH and the presence of HER2 expression. The mutation was present, also, in benign and especially malignant phyllodes tumors, confirming the previous hypothesis of an association between germline mutations in the TP53 gene and these specific tumors. Among children with tumors of the LFS/LFL spectrum from a Oncopediatrics referral center in South Brazil, a significant percentage fulfills criteria for TP53 mutation testing, however, in most of these cases, no germline mutations were identified. The TP53 p.R337H mutation occurs in high frequency in the germline of children with adrenocortical and choroid plexus carcinomas, as described in other Brazilian regions. Finally the founder haplotype was identified in all mutation carriers analyzed, including 3 cases from the Northern, Northeastern and Midwestern Brazilian regions. The TP53 p.R337H mutation is associated with a founder effect in Brazil and has an important contribution in the genesis of breast tumors in the country, as well as adrenocortical and choroid plexus carcinomas in the Southern region of the country.application/pdfporSíndrome de Li-FraumeniNeoplasias da mamaProteína supressora de tumor p53TP53 geneTP53 p.R337H mutationLi-Fraumeni syndromeBreast neoplasmChildhood cancerPhyllodes tumorPrevalência da mutação germinativa TP53 p.R337H em indivíduos com tumores do espectro da Síndrome de Li-Fraumeniinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2012doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000861881.pdf000861881.pdfTexto completoapplication/pdf2467582http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/115624/1/000861881.pdf9865d302c939f44c1bd34c9e7b29c5a6MD51TEXT000861881.pdf.txt000861881.pdf.txtExtracted Texttext/plain289553http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/115624/2/000861881.pdf.txt74f1ad743617c99409e77975403dc3aeMD52THUMBNAIL000861881.pdf.jpg000861881.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1178http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/115624/3/000861881.pdf.jpg8581bd235ec28fa323c16ebfb29e635cMD5310183/1156242018-10-22 07:26:25.917oai:www.lume.ufrgs.br:10183/115624Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-22T10:26:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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