Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carlisbino, Thiago
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/251642
Resumo: Os mesossaurídeos são os amniotas mais antigos com adaptações para a vida em ambiente aquático. No Brasil, seus fósseis ocorrem em quantidade considerável nas rochas da Formação Irati (Kunguriano da Bacia do Paraná). Apesar de sua abundância, pouco de sua microestrutura óssea é conhecida. Nesta dissertação de mestrado, organizada em forma de artigo científico, são apresentadas a descrição da microestrutura vertebral de alguns fósseis de Mesosauridae provenientes de Goiás e Rio Grande do Sul. As vértebras são compostas por osso periosteal lamelar-zonal pouco vascularizado. Internamente, ocorre osso endocondral apresentando evidências de remodelamento ósseo (i.e. ósteons e cavidades de erosão). Os elementos vertebrais se desenvolvem em diâmetro por acréscimo de osso periosteal, enquanto que o crescimento em comprimento é promovido por ossificação endocondral. Cartilagem calcificada ocorre junto ao osso endocondral e em regiões articulares. O centro vertebral é anficélico e perfurado nos Mesosauridae e a cartilagem notocordal, na forma de tecido condroide, foi preservada em alguns espécimes. O tecido condroide apresenta lacunas de condrócitos de formato arredondado organizados individualmente ou formando grupos isógenos, similar ao encontrado em Sphenodon punctatus. Curvaturas no processo espinhoso de vértebras toracomolombares e caudais foram identificadas e associadas a processos patológicos e defeitos de desenvolvimento da musculatura epaxial. Determinadas vértebras caudais apresentam umsulco transversal na porção média do centro. No entanto, a hipótese de autotomia caudal nestes tetrápodes foi descartada devido à ausência de um plano claramente definidopara fratura no centro vertebral, como ocorre em lepidossauros e Captorhinus. Adicionalmente, é apresentado um contexto acerca do tecido ósseo e cartilaginoso dos vertebrados, juntamente com detalhes sobre trabalhos prévios de microestrutura óssea em mesossaurídeos.
id URGS_e300eeb504fdd35942dd2e3e71ee482c
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/251642
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Carlisbino, ThiagoSchultz, Cesar Leandro2022-11-22T04:46:25Z2019http://hdl.handle.net/10183/251642001088866Os mesossaurídeos são os amniotas mais antigos com adaptações para a vida em ambiente aquático. No Brasil, seus fósseis ocorrem em quantidade considerável nas rochas da Formação Irati (Kunguriano da Bacia do Paraná). Apesar de sua abundância, pouco de sua microestrutura óssea é conhecida. Nesta dissertação de mestrado, organizada em forma de artigo científico, são apresentadas a descrição da microestrutura vertebral de alguns fósseis de Mesosauridae provenientes de Goiás e Rio Grande do Sul. As vértebras são compostas por osso periosteal lamelar-zonal pouco vascularizado. Internamente, ocorre osso endocondral apresentando evidências de remodelamento ósseo (i.e. ósteons e cavidades de erosão). Os elementos vertebrais se desenvolvem em diâmetro por acréscimo de osso periosteal, enquanto que o crescimento em comprimento é promovido por ossificação endocondral. Cartilagem calcificada ocorre junto ao osso endocondral e em regiões articulares. O centro vertebral é anficélico e perfurado nos Mesosauridae e a cartilagem notocordal, na forma de tecido condroide, foi preservada em alguns espécimes. O tecido condroide apresenta lacunas de condrócitos de formato arredondado organizados individualmente ou formando grupos isógenos, similar ao encontrado em Sphenodon punctatus. Curvaturas no processo espinhoso de vértebras toracomolombares e caudais foram identificadas e associadas a processos patológicos e defeitos de desenvolvimento da musculatura epaxial. Determinadas vértebras caudais apresentam umsulco transversal na porção média do centro. No entanto, a hipótese de autotomia caudal nestes tetrápodes foi descartada devido à ausência de um plano claramente definidopara fratura no centro vertebral, como ocorre em lepidossauros e Captorhinus. Adicionalmente, é apresentado um contexto acerca do tecido ósseo e cartilaginoso dos vertebrados, juntamente com detalhes sobre trabalhos prévios de microestrutura óssea em mesossaurídeos.Mesosaurids are the oldest amniotes with adaptations to live in the aquatic environment. In Brazil, their fossils occur in considerable quantity in rocks of the Irati Formation (Kungurian of the Paraná Basin). Despite its abundance, little is known about their bone microstructure. In this Master‘s thesis, organized as a scientific paper, the description of the vertebral microstructure of Mesosauridae fossils from Goiás, Paraná and Rio Grande do Sul States is presented. The vertebrae are composed of lamellarzonal periosteal bone with scattered vascularity. Internally endochondral bone occurs presenting evidence of bone remodeling (i.e. osteons and erosion cavities). The vertebral elements develop in diameter by accretion of periosteal bone while growth in length is provided by endochondral ossification. Calcified cartilage occurs together with endochondral bone in articular regions. The vertebral centrum of Mesosauridae is anficelic and perforated and notochordal cartilage in the form of chondroid tissue has been preserved in some specimens. Chondroid tissue has rounded-shaped chondrocyte lacunae organized individually or in isogenous groups similar to that found in Sphenodon punctatus. Curvatures in the spinal process of thoracomolumbar and caudal vertebrae were identified and associated with pathological processes and defects in development of the epaxial musculature. Certain caudal vertebrae have a transverse sulcus in the middle portion of the centra. However, the hypothesis of caudal autotomy in these tetrapods was discarded due to the absence of a true fracture plane in the vertebral centrum like that occurring in lepidosaurs and Captorhinus. Additionally, a context about vertebrate bone and cartilaginous tissue is presented together with details on previous work on bone microstructure in mesosaurids.application/pdfporPaleovertebradosVertebrados fosseisPermianoMesossaurosParaná, Bacia sedimentar doDesenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paranáinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001088866.pdf.txt001088866.pdf.txtExtracted Texttext/plain109759http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/251642/2/001088866.pdf.txtce90a1aff6a9744dd8583446cb4dd7c2MD52ORIGINAL001088866.pdfTexto completoapplication/pdf7640123http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/251642/1/001088866.pdf12682a80fb6dd4e2081129d2cc1b3740MD5110183/2516422022-11-23 05:45:34.061511oai:www.lume.ufrgs.br:10183/251642Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-11-23T07:45:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
title Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
spellingShingle Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
Carlisbino, Thiago
Paleovertebrados
Vertebrados fosseis
Permiano
Mesossauros
Paraná, Bacia sedimentar do
title_short Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
title_full Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
title_fullStr Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
title_full_unstemmed Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
title_sort Desenvolvimento e microestrutura vertebral em Mesosauridae do Permiano da Bacia do Paraná
author Carlisbino, Thiago
author_facet Carlisbino, Thiago
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Carlisbino, Thiago
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Schultz, Cesar Leandro
contributor_str_mv Schultz, Cesar Leandro
dc.subject.por.fl_str_mv Paleovertebrados
Vertebrados fosseis
Permiano
Mesossauros
Paraná, Bacia sedimentar do
topic Paleovertebrados
Vertebrados fosseis
Permiano
Mesossauros
Paraná, Bacia sedimentar do
description Os mesossaurídeos são os amniotas mais antigos com adaptações para a vida em ambiente aquático. No Brasil, seus fósseis ocorrem em quantidade considerável nas rochas da Formação Irati (Kunguriano da Bacia do Paraná). Apesar de sua abundância, pouco de sua microestrutura óssea é conhecida. Nesta dissertação de mestrado, organizada em forma de artigo científico, são apresentadas a descrição da microestrutura vertebral de alguns fósseis de Mesosauridae provenientes de Goiás e Rio Grande do Sul. As vértebras são compostas por osso periosteal lamelar-zonal pouco vascularizado. Internamente, ocorre osso endocondral apresentando evidências de remodelamento ósseo (i.e. ósteons e cavidades de erosão). Os elementos vertebrais se desenvolvem em diâmetro por acréscimo de osso periosteal, enquanto que o crescimento em comprimento é promovido por ossificação endocondral. Cartilagem calcificada ocorre junto ao osso endocondral e em regiões articulares. O centro vertebral é anficélico e perfurado nos Mesosauridae e a cartilagem notocordal, na forma de tecido condroide, foi preservada em alguns espécimes. O tecido condroide apresenta lacunas de condrócitos de formato arredondado organizados individualmente ou formando grupos isógenos, similar ao encontrado em Sphenodon punctatus. Curvaturas no processo espinhoso de vértebras toracomolombares e caudais foram identificadas e associadas a processos patológicos e defeitos de desenvolvimento da musculatura epaxial. Determinadas vértebras caudais apresentam umsulco transversal na porção média do centro. No entanto, a hipótese de autotomia caudal nestes tetrápodes foi descartada devido à ausência de um plano claramente definidopara fratura no centro vertebral, como ocorre em lepidossauros e Captorhinus. Adicionalmente, é apresentado um contexto acerca do tecido ósseo e cartilaginoso dos vertebrados, juntamente com detalhes sobre trabalhos prévios de microestrutura óssea em mesossaurídeos.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-11-22T04:46:25Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/251642
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001088866
url http://hdl.handle.net/10183/251642
identifier_str_mv 001088866
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/251642/2/001088866.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/251642/1/001088866.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv ce90a1aff6a9744dd8583446cb4dd7c2
12682a80fb6dd4e2081129d2cc1b3740
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1816737062608437248