O uso de mídias digitais na primeira infância : tecnointerferência, variáveis associadas ao uso e proposta de intervenção

• Autor(a) principal: Almeida, Maíra Lopes
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/236113
• topic: Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs); Dispositivos móveis; Mídias sociais; Relações familiares; Bebê; Desenvolvimento infantil; Educação em saúde; Intervenção psicológica; Saúde mental; Digital media; Early childhood; Family

O uso de mídias digitais na primeira infância tem se tornado frequente e acontecido cada vez mais cedo. Pesquisas anteriores mostraram que esse uso está associado a desfechos adversos no desenvolvimento infantil. Apesar de muitos estudos terem dedicado-se ao fenômeno, em geral, avaliaram apenas o tempo de tela da criança e a partir de análises estatísticas lineares. Ainda, embora intervenções sobre o tema sejam frequentes na literatura científica internacional, no contexto brasileiro não foi encontrado nenhum estudo de intervenção sobre esse uso. De acordo com essas lacunas, essa tese objetivou investigar o uso de mídias digitais na primeira infância, seus impactos e variáveis associadas, e propor uma intervenção educativa referente a esse uso. Para isso, foram realizados três estudos. O primeiro estudo visou pesquisar quais os impactos da tecnointerferência, que são, as interrupções causadas pela tecnologia, para as relações familiares. A partir de uma revisão de escopo, os resultados mostraram que essas interrupções provocaram efeitos adversos para as relações conjugais e de interação mãe-bebê. No segundo estudo, buscou-se explorar a dinâmica e as associações não lineares entre o uso de mídias digitais na primeira infância com os sintomas de transtornos mentais comuns, orientação sobre tempo de tela por profissionais de saúde e variáveis sociodemográficas a partir de uma perspectiva desenvolvimental. Os dados foram analisados por meio de análise de rede, estratificada em três grupos de acordo com a faixa etária da criança, e mostraram padrões e variações desse uso dos 0 aos 36 meses da criança. Conforme os resultados dos estudos anteriores, o último estudo apresenta o estudo-piloto de uma intervenção educativa sobre o uso de mídias digitais na primeira infância. Os participantes foram 16 profissionais da saúde e educação. Os dados foram analisados pelo teste de Wilcoxon e mostraram altas pontuações reportadas na satisfação com a participação (M = 52,6; DP = 2,50) de um total de 55 pontos e diferença estatisticamente significativas no conteúdo aprendido antes e depois da intervenção (p = 0,007) com um efeito de tamanho elevado (r = 0,67). Por fim, acredita-se que essa tese contribui para a área ao apresentar dois estudos inéditos, com dados que podem colaborar para a prática profissional e para o planejamento de intervenções, e também ao propor uma intervenção baseada em evidências científicas.