Brooklyn : comunicação e insurgência na cidade de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sandri, Sinara
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/211538
Resumo: Esta tese tem como objetivo compreender os processos comunicativos que ocorrem em práticas que fazem um uso imprevisto dos espaços urbanos enfocando especificamente a experiência do Brooklyn, na região central da cidade de Porto Alegre. A partir de uma abordagem teórica e empírica, foi feito um estudo de caso onde foram analisadas três atividades desenvolvidas no vão inferior do viaduto Imperatriz Leopoldina, no período de 2018 e 2019, visando entender as dinâmicas de interação e fruição, bem como os conflitos que surgiram em torno das vivências criadas por estes grupos. A fundamentação teórica reuniu autores como Foucault (2008), Bourdieu (2007), além de pensadores do campo do urbanismo como Rolnik (2013, 2015) e Vainer (2000) para abordar o espaço como portador de uma codificação geográfica e política. Em diálogo com o pensamento comunicacional, tivemos a obra de Ferrara (2015, 2018) como referência e analisamos a ideia de comunicação como ferramenta adaptativa ao ambiente urbano na obra de Park (1925, 1928, 1999, 2000) e no Interacionismo Simbólico. Por último, mobilizamos uma série de estudos que dizem respeito à materialidade dos processos comunicativos em Gumbrecht (2010) e de comunalização em Harvey (2013, 2014), Dardot e Laval (2017) para identificar os elementos de insurgência urbana pontuados por Holston (2013) e Tonnuci (2017) que configuraram uma oportunidade de comunicação a partir do compartilhamento de uma situação de precariedade como descrito por Butler (2019). Dessa forma, consideramos ter constituído um entendimento sobre o espaço como parte de uma estratégia que incide sobre corpos individuais e sobre o conjunto da população, produzindo um campo de relações onde são formatadas condutas ou mecanismos de condução de conduta. Ao identificar a conexão entre comunicação e adaptação ao ambiente como um fator de empobrecimento do cenário comunicativo urbano e de restrição das vivências ali produzidas, pretendemos ter recuperado o entendimento de que a imprevisibilidade que caracteriza o uso da cidade é uma oportunidade de comunicação. Este raciocínio leva ao reconhecimento de que os usos que escapam do planejamento espacial prévio não são um fator de degradação, mas possibilidades de produção de espacialidades e interação que articulam dimensões globais e locais e produzem novas formas de cooperação e solidariedade, podendo ser aproveitadas e potencializadas em distintas estratégias de comunicação.
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Em diálogo com o pensamento comunicacional, tivemos a obra de Ferrara (2015, 2018) como referência e analisamos a ideia de comunicação como ferramenta adaptativa ao ambiente urbano na obra de Park (1925, 1928, 1999, 2000) e no Interacionismo Simbólico. Por último, mobilizamos uma série de estudos que dizem respeito à materialidade dos processos comunicativos em Gumbrecht (2010) e de comunalização em Harvey (2013, 2014), Dardot e Laval (2017) para identificar os elementos de insurgência urbana pontuados por Holston (2013) e Tonnuci (2017) que configuraram uma oportunidade de comunicação a partir do compartilhamento de uma situação de precariedade como descrito por Butler (2019). Dessa forma, consideramos ter constituído um entendimento sobre o espaço como parte de uma estratégia que incide sobre corpos individuais e sobre o conjunto da população, produzindo um campo de relações onde são formatadas condutas ou mecanismos de condução de conduta. Ao identificar a conexão entre comunicação e adaptação ao ambiente como um fator de empobrecimento do cenário comunicativo urbano e de restrição das vivências ali produzidas, pretendemos ter recuperado o entendimento de que a imprevisibilidade que caracteriza o uso da cidade é uma oportunidade de comunicação. Este raciocínio leva ao reconhecimento de que os usos que escapam do planejamento espacial prévio não são um fator de degradação, mas possibilidades de produção de espacialidades e interação que articulam dimensões globais e locais e produzem novas formas de cooperação e solidariedade, podendo ser aproveitadas e potencializadas em distintas estratégias de comunicação.This thesis aims to understand the communicative processes involved in practices that make an unexpected use of urban spaces, specifically the Brooklyn experience, in the central area of Porto Alegre city. Based in a theoretical and empirical approach, we did a case study about three activities that took place in the lower span of the Imperatriz Leopoldina viaduct, during 2018 and 2019, in order to understand the dynamics of interaction and fruition, as well as the conflicts that emerged around the experiences created by these groups. The theoretical approach has authors such as Foucault (2008), Bourdieu (2007), as well as thinkers in the field of urbanism such as Rolnik (2013, 2015) and Vainer (2000) to address space as a carrier of geographic codification and politics. In dialogue with communicational thinking, we had the work of Ferrara (2015, 2018) and we analyzed the idea of communication as an adaptive tool to the urban environment in Park's work (1925, 1928, 1999, 2000) and in Symbolic Interactionism. Finally, we mobilized a series of studies that concern the materiality of communicative processes in Gumbrecht (2010) and communalization in Harvey (2013, 2014), Dardot and Laval (2017) to identify the elements of urban insurgency punctuated by Holston (2013) and Tonnuci (2017) who configured a communication opportunity based on the sharing of a precarious situation as described by Butler (2019). In this way, we consider to have constituted an understanding about space as part of a strategy that affects individual bodies and the population as a whole, forming a field of relationships where conducts are formed. By identifying the connection between communication and adaptation to the environment as a factor in impoverishing the urban communicative scenario and restricting urban experiences, we intend to have recovered the understanding that the unpredictability that characterizes the use of the city is an opportunity for communication. This reasoning leads to the recognition that uses that escape previous spatial planning are not a factor of degradation, but possibilities for the production of spatialities and interaction that articulate global and local dimensions and produce new forms of cooperation and solidarity, which can be used and enhanced in different communication strategies.application/pdfporProcessos comunicacionaisEspaço urbanoPorto Alegre (RS)Communicationn, InsurgencyCity, CommunalizatioInsurgencyBrooklynInteractionismBrooklyn : comunicação e insurgência na cidade de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPrograma de Pós-Graduação em ComunicaçãoPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001115415.pdf.txt001115415.pdf.txtExtracted Texttext/plain458888http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211538/2/001115415.pdf.txt05db6a6fd05927ce5916698a881c9e83MD52ORIGINAL001115415.pdfTexto completoapplication/pdf3212045http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211538/1/001115415.pdff4060b0463d854de59243f641739f818MD5110183/2115382022-02-22 05:12:07.939859oai:www.lume.ufrgs.br:10183/211538Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-02-22T08:12:07Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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