Ensaio, montagem e arqueologia crítica das imagens : um olhar à série História(s) do Cinema, de Jean Luc Godard
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/119180 |
Resumo: | Esta tese apresenta uma reflexão sobre o ensaísmo no cinema, a partir de um olhar à série História(s) do cinema, produzida pelo cineasta franco-suiço Jean-Luc Godard entre os anos de 1988 e 1998, e exibida pela emissora de TV francesa Canal+. A inquietação que origina a pesquisa é a necessidade de melhor compreender o que significa um exercício de pensamento audiovisual, tão atribuído às obras fílmicas de teor ensaístico e à própria série de Godard, e ao mesmo tempo tão pouco problematizado. Esta preocupação norteou a elaboração das duas questões centrais em torno das quais a investigação orbita e ao mesmo tempo busca responder: como se constitui um pensamento por e com imagens? E que saberes a respeito do mundo histórico são engendrados pela escritura ensaística no cinema, no caso de uma obra como Históría(s) do cinema? O trabalho aposta num cruzamento entre os campos da Comunicação e das Artes e se insere num nicho de estudos ainda em construção no seio da pesquisa em cinema, que floresceu especialmente nas últimas duas décadas, e vem se dedicando aos produtos audiovisuais que fogem às convenções de gênero mais marcadas (a exemplo do ensaio fílmico). A estrutura da tese é composta por três partes: 1) Cinema, uma forma que pensa; 2] Montagem, essa bela inquietação e 3) Nem arte, nem técnica: um mistério. A primeira é dedicada à apresentação do conceito de ensaio fílmico e à discussão sobre a sua conflituosa relação com o método, a partir de escritos recentes de autores como Josep Maria Català [2014a, 2014b, 2014c) e Antonio Weinrichter (2007, 2009), bem como de textos das teorias do cinema em que foi identificado um devir-ensaio, como em Hans Richter (1940) e Alexandre Astruc (1948). Na segunda parte, é discutida a noção de pensamento visual, partindo principalmente das contribuições teóricas de Didi-Huberman (2011, 2013a) ao estudo das imagens e de algumas experiências de saber visual mapeadas e trazidas à tona, que funcionam como uma espécie de prelúdio à análise de Histórias(s) do cinema. São elas o Atlas Mnmemosyne de Aby Warburg, o museu imaginário de André Malraux e o trabalho de curadoria de Henri Langlois junto à Cinemateca Francesa. Na terceira parte, a série História(s) do cinema é analisada à luz do conceitos de gesto, em Giorgio Agamben (2008, 2012) - desdobrado em duas categorias: gesto arqueológico e gesto apropriativo; e de visibilidade e legibilidade, em Didi-Huberman (2010, 2012b, 2013e), buscando identificar como se manifesta um exercício de pensamento audiovisual e como Godard pratica uma espécie de arqueologia crítica das imagens em sua obra. No entendimento a que se chegou com a pesquisa, o ensaio fílmico se baseia na exploração crítica do dispositivo e num pensamento por montagem, ambos traços constituintes de História(s) do cinema. |
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Almeida, Gabriela Machado Ramos deRossini, Miriam de Souza2015-07-15T02:08:09Z2015http://hdl.handle.net/10183/119180000970238Esta tese apresenta uma reflexão sobre o ensaísmo no cinema, a partir de um olhar à série História(s) do cinema, produzida pelo cineasta franco-suiço Jean-Luc Godard entre os anos de 1988 e 1998, e exibida pela emissora de TV francesa Canal+. A inquietação que origina a pesquisa é a necessidade de melhor compreender o que significa um exercício de pensamento audiovisual, tão atribuído às obras fílmicas de teor ensaístico e à própria série de Godard, e ao mesmo tempo tão pouco problematizado. Esta preocupação norteou a elaboração das duas questões centrais em torno das quais a investigação orbita e ao mesmo tempo busca responder: como se constitui um pensamento por e com imagens? E que saberes a respeito do mundo histórico são engendrados pela escritura ensaística no cinema, no caso de uma obra como Históría(s) do cinema? O trabalho aposta num cruzamento entre os campos da Comunicação e das Artes e se insere num nicho de estudos ainda em construção no seio da pesquisa em cinema, que floresceu especialmente nas últimas duas décadas, e vem se dedicando aos produtos audiovisuais que fogem às convenções de gênero mais marcadas (a exemplo do ensaio fílmico). A estrutura da tese é composta por três partes: 1) Cinema, uma forma que pensa; 2] Montagem, essa bela inquietação e 3) Nem arte, nem técnica: um mistério. A primeira é dedicada à apresentação do conceito de ensaio fílmico e à discussão sobre a sua conflituosa relação com o método, a partir de escritos recentes de autores como Josep Maria Català [2014a, 2014b, 2014c) e Antonio Weinrichter (2007, 2009), bem como de textos das teorias do cinema em que foi identificado um devir-ensaio, como em Hans Richter (1940) e Alexandre Astruc (1948). Na segunda parte, é discutida a noção de pensamento visual, partindo principalmente das contribuições teóricas de Didi-Huberman (2011, 2013a) ao estudo das imagens e de algumas experiências de saber visual mapeadas e trazidas à tona, que funcionam como uma espécie de prelúdio à análise de Histórias(s) do cinema. São elas o Atlas Mnmemosyne de Aby Warburg, o museu imaginário de André Malraux e o trabalho de curadoria de Henri Langlois junto à Cinemateca Francesa. Na terceira parte, a série História(s) do cinema é analisada à luz do conceitos de gesto, em Giorgio Agamben (2008, 2012) - desdobrado em duas categorias: gesto arqueológico e gesto apropriativo; e de visibilidade e legibilidade, em Didi-Huberman (2010, 2012b, 2013e), buscando identificar como se manifesta um exercício de pensamento audiovisual e como Godard pratica uma espécie de arqueologia crítica das imagens em sua obra. No entendimento a que se chegou com a pesquisa, o ensaio fílmico se baseia na exploração crítica do dispositivo e num pensamento por montagem, ambos traços constituintes de História(s) do cinema.This thesis presents a reflection about essayism within cinema, from an observation of Histoire(s) du cinéma, a tv series produced by french-swiss filmmaker Jean-Luc Godard between 1988 and 1998, and exhibited by french TV channel Canal+. This research has its origins in the inquietude to better understand what means an exercise of audiovisual thought, often attributed to essayistic film works and to Godard's series, and, at the same time, so little discussed. This concern guides the elaboration of two main central questions that surround the investigation and that we intend to answer: how a thought with and through images is constituted? And which sorts of knowledges of historical world are engendered by essayistic filmmaking in a work such as Histoire(s) du cinémal The thesis invests in a confluence of two fields, Communication and Arts, and is situated in a niche of studies still under construction in the territory of film research, which flourished specially in the last two decades and has been devoted to audiovisual products that scape the most evident gender labels (such as film essay). The work is structured in three parts: 1) Cinema, a form that thinks; 2) Montage, this beautiful care and 3] Neither an art nor a technique: a mystery. The first part is dedicated to the presentation of the concept of film essay and to the debate about its conflicted relationship with method, from recent writings by authors such as Josep Maria Català [2014a, 2014b, 2014c) and Antonio Weinrichter (2007, 2009), and also some texts of film theory in which an essay-becoming is identified, as in Hans Richter [1940] and Alexandre Astruc (1948). En Ia segunda parte, se discute Ia noción de pensamiento visual, sobre todo a partir de los aportes teóricos de Didi-Huberman (2011, 2013a) para el estúdio de Ias imágenes y algunas experiencias de saber visual que fueron mapeadas e expuestas, y que funcionan como una especie de prelúdio a el análisis de Historia(s) dei cine. Ellos son el Atlas Mnmemosyne Aby Warburg, el museo imaginario de André Malraux y el trabajo curatorial Henri Langlois en Ia Cinemateca Francesa. En Ia tercera parte, se examina Ia serie Historia(s) dei cine a Ia luz de los conceptos de gesto, de Giorgio Agamben (2008, 2012) - dividido en dos categorias: gesto arqueológico y gesto de apropiación - y visibilidad y legibilidad en Didi -Huberman (2010, 2012b, 2013e), con el fin de identificar cómo se manifiesta un ejercicio de pensamiento visual y cómo Godard practica una especie de arqueologia crítica de Ias imágenes de su obra. En el entendimiento al que se llegó con Ia investigación, el ensayo fílmico se basa en Ia exploración crítica dei dispositivo y en un pensamiento por montaje, características constituyentes de Historia(s) dei cine.En esta tesis se presenta una reflexión sobre el cine ensayo, a partir de una mirada a Ia serie Historía(s) dei cine, producida por el cineasta franco-suizo Jean- Luc Godard, entre los anos 1988 y 1998, y exhibida en Ia emisora de televisión francesa Canal+. La inquietud que provoca Ia investigación es Ia necesidad de mejor comprender Io que significa un ejercicio de pensamiento visual, ya que se Io atribuye a Ias obras cinematográficas ensayísticas y a Ia propia serie de Godard, y que permanece poco cuestionado. Esta preocupación ha guiado el desarrollo de los dos temas centrales en torno al los cuales gira Ia investigación y que, al mismo tiempo, intentamos responder: ^cómo se constituye un pensamiento con y por imágenes? Y que conocimientos sobre el mundo histórico se engendran por Ia escritura ensayísticas en el cine, como en una obra como Historia (s) dei cinel El trabajo promueve un cruce entre los campos de Ia Comunicación y Ias Artes y es parte de un nicho de investigación aún en construcción en los estúdios de cine, que floreció especialmente en Ias dos últimas décadas y se ha dedicado a los productos audiovisuales evaden Ias etiquetas de gênero más obvias [como el ensayo fílmico). La tesis se compone de tres partes: 1) Cine, de una forma que piensa; 2) Montaje, mi bella inquietud y 3) Ni el arte ni Ia técnica: un mistério. La primera está dedicada a presentar el concepto de ensayo fílmico y Ia discusión sobre su relación conflictiva con el método, a partir de los últimos escritos de autores como Josep Maria Català (2014a, 2014b, 2014c) y Antonio Weinrichter (2007, 2009), así como textos de Ias teorias cinematográficas en que se identificaron un devenir-ensayo, como en Hans Richter (1940) y Alexandre Astruc (1948).application/pdfporHistória(s) do Cinema (Filme documentário). Crítica e interpretaçãoGodard, Jean-Luc 1930-. Crítica e interpretaçãoMontagem cinematográficaCinemaFilm essayMontageAudiovisual thoughtHistoire(s) du cinémaCineEnsayo fílmicoMontajePensamiento audiovisualHistória(s) del cineEnsaio, montagem e arqueologia crítica das imagens : um olhar à série História(s) do Cinema, de Jean Luc Godardinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPrograma de Pós-Graduação em Comunicação e InformaçãoPorto Alegre, BR-RS2015doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000970238.pdf000970238.pdfTexto completoapplication/pdf7853860http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/119180/1/000970238.pdf64bb3c121bc24b2a772b68d28ff8e66aMD51TEXT000970238.pdf.txt000970238.pdf.txtExtracted Texttext/plain501236http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/119180/2/000970238.pdf.txt89eb8ea6970e59bfeeff7e350571f8c3MD52THUMBNAIL000970238.pdf.jpg000970238.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1218http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/119180/3/000970238.pdf.jpgd4e077d7cc652a8a112d3037a8674740MD5310183/1191802018-10-22 09:25:24.905oai:www.lume.ufrgs.br:10183/119180Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-22T12:25:24Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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