Trajetórias narrativas em um assentamento do MST : os (des)compassos na concepção de natureza

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miranda, Guilherme Franco
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/199203
Resumo: A presente dissertação de mestrado tem o objetivo de compreender as diferentes percepções dos sujeitos sobre a ideia de natureza, a partir da perspectiva do Movimento dos Sem Terra, em um assentamento do RS. Ao longo do processo histórico, o meio rural está associado a concepção de natural, ou seja, é tido como espaço no qual o homem está em contato direto com a natureza. No contexto brasileiro, esse processo esteve intimamente ligado à proposta pedagógica promovida pelo Estado junto às comunidades rurais. Os movimentos sociais – em particular, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – vêm articulando desempenhando um papel fundamental na articulação entre o Estado e a sociedade civil, através da luta por direitos. Além disso, os conceitos de natural/natureza e homem/sociedade caminham concomitante, à medida que ocorrem diversas mudanças históricas no transcorrer da humanidade. Esses conceitos foram criados pela evolução do homem, enquanto sociedade, alterando o espaço vivenciado, o natural e natureza através do trabalho. Como metodologia desta pesquisa, a história oral fez uma articulação entre o particular e o geral, entre aquilo que se constitui como específico de uma narrativa e o momento histórico em que ela acontece. As falas são produzidas por sujeitos em um contexto socio-histórico, que fazem uso da memória e da palavra, e isso implica o trabalho com o que é dito e com o não-dito, com o que é silenciado. Além disso, o método dialético entendo que as relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O grupo participante foi a juventude estudante e trabalhadora do MST que residem num assentamento localidade no estado do Rio Grande do Sul. Todos os participantes da pesquisa trabalham em um cooperativa do Movimento localizada no próprio assentamento. Os diálogos foram articulados com atividade denominada “jogo de palavras” e entrevistas para conhecer a trajetória desde a formação do assentamento a cadeia produtiva da cooperativa, no qual os entrevistados, no âmbito coletivo, indagaram suas concepções sobre os termos natural, natureza, trabalho e movimento social. Os apontamentos demonstram que o conceito de natureza (ainda) está atrelado tanto na questão de um espaço estático e uma dissociação na relação ser humano e natureza. Como também, surgem novos conceitos, por exemplo, os termos ambiente e recursos naturais, que são propícias as formas e relações trabalho para materialidade. Isto significa que a relação MST e natureza nos permite compreender as relações sociais e suas relações com o ambiente de subsistência, em conformidade com a sua produtividade material, pois os seres humanos produzem ideias, ou seja, categorias, expressões abstratas destas mesmas relações sociais.
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Além disso, os conceitos de natural/natureza e homem/sociedade caminham concomitante, à medida que ocorrem diversas mudanças históricas no transcorrer da humanidade. Esses conceitos foram criados pela evolução do homem, enquanto sociedade, alterando o espaço vivenciado, o natural e natureza através do trabalho. Como metodologia desta pesquisa, a história oral fez uma articulação entre o particular e o geral, entre aquilo que se constitui como específico de uma narrativa e o momento histórico em que ela acontece. As falas são produzidas por sujeitos em um contexto socio-histórico, que fazem uso da memória e da palavra, e isso implica o trabalho com o que é dito e com o não-dito, com o que é silenciado. Além disso, o método dialético entendo que as relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O grupo participante foi a juventude estudante e trabalhadora do MST que residem num assentamento localidade no estado do Rio Grande do Sul. Todos os participantes da pesquisa trabalham em um cooperativa do Movimento localizada no próprio assentamento. Os diálogos foram articulados com atividade denominada “jogo de palavras” e entrevistas para conhecer a trajetória desde a formação do assentamento a cadeia produtiva da cooperativa, no qual os entrevistados, no âmbito coletivo, indagaram suas concepções sobre os termos natural, natureza, trabalho e movimento social. Os apontamentos demonstram que o conceito de natureza (ainda) está atrelado tanto na questão de um espaço estático e uma dissociação na relação ser humano e natureza. Como também, surgem novos conceitos, por exemplo, os termos ambiente e recursos naturais, que são propícias as formas e relações trabalho para materialidade. Isto significa que a relação MST e natureza nos permite compreender as relações sociais e suas relações com o ambiente de subsistência, em conformidade com a sua produtividade material, pois os seres humanos produzem ideias, ou seja, categorias, expressões abstratas destas mesmas relações sociais.This dissertation aims to understand the different perceptions of the subjects on the idea of nature, from the perspective of the Landless Movement, in a settlement of RS. Throughout the historical process, the rural environment is associated with the concept of natural, that is, it is considered as a space in which man is in direct contact with nature. In the Brazilian context, this process was closely linked to the pedagogical proposal promoted by the State in rural communities. Social movements - in particular the Landless Rural Workers Movement - have articulated playing a fundamental role in the articulation between the State and civil society, through the struggle for rights. In addition, the concepts of natural/nature and man/society go hand in hand, as there are several historical changes in the course of humanity. These concepts were created by the evolution of man as a society, changing the lived space, the natural and nature through work. As a methodology of this research, oral history has articulated between the particular and the general, between what is constituted as specific of a narrative and the historical moment in which it happens. Speeches are produced by subjects in a socio-historical context, who make use of memory and word, and this implies working with what is said and with the unspoken, with what is silenced. Moreover, the dialectical method understands that social relations are entirely interconnected with the productive forces. Acquiring new productive forces, men modify their mode of production, the way of earning a living, modify all social relations. The participating group was the student and working youth of the MST who reside in a settlement in the state of Rio Grande do Sul. All the participants of the research work in a cooperative of the Movement located in the same settlement. The dialogues were articulated with an activity called "game of words" and interviews to know the trajectory from the formation of the settlement to the production chain of the cooperative, in which the interviewees, in the collective scope, investigated their conceptions about the terms natural, social movement. The notes show that the concept of nature (still) is tied both in the question of a static space and a dissociation in the relationship between human being and nature. As well, new concepts emerge, for example, the terms environment and natural resources, which are conducive to forms and relationships work for materiality. This means that the relation between MST and nature allows us to understand social relations and their relations with the subsistence environment, in accordance with their material productivity, since human beings produce ideas, that is, categories, abstract expressions of these same social relations.application/pdfporCiências da naturezaEducação ambientalEducação do campoMovimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST)Assentamento rural : Rio Grande do SulMSTNatureNaturalWorkSocial MovementsTrajetórias narrativas em um assentamento do MST : os (des)compassos na concepção de naturezainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e SaúdePorto Alegre, BR-RS2019mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001100568.pdf.txt001100568.pdf.txtExtracted Texttext/plain353581http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/199203/2/001100568.pdf.txt3521868665de69d2903e76a9957a6e2cMD52ORIGINAL001100568.pdfTexto completoapplication/pdf1540602http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/199203/1/001100568.pdfaf8554b0c7296220937282eaa006b56aMD5110183/1992032019-09-14 03:53:31.654275oai:www.lume.ufrgs.br:10183/199203Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-09-14T06:53:31Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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