Validade dos critérios diagnósticos do transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade em adultos e seus efeitos na prevalência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vitola, Eduardo Schneider
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/202539
Resumo: Os critérios diagnósticos para o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não foram testados em adultos nos ensaios de campo realizados para embasar sua formulação e publicação no DSM-IV, ainda assim, a soma dos resultados de diversos estudos biológicos e fenotípicos demonstrou que esses critérios transmitiam um construto válido do TDAH em adultos. Por sua vez, os critérios diagnósticos do DSM-5 para aplicação nessa população, apesar das importantes modificações pelas quais passaram, foram muito pouco avaliados até o presente. No primeiro estudo desta tese, testamos a validade de construto dos critérios diagnósticos do TDAH do DSM-5 e estimamos a prevalência de indivíduos com todos os critérios na população adulta. A validade da categoria principal do TDAH foi testada por meio da comparação de elementos avaliados em indivíduos sem TDAH da mesma amostra, e em indivíduos com TDAH de outras amostras. Os elementos testados foram: a) padrão de características clínicas e de comorbidades; b) estrutura fatorial dos sintomas; c) padrão da associação de cada sintoma com prejuízo clínico; d) acurácia do ponto de corte de cinco sintomas para estabelecer o diagnóstico. A categoria principal do DSM-5 demonstrou ser válida, apresentando perfil de comorbidades claramente distinto em relação ao perfil dos indivíduos sem TDAH. Essa categoria também apresentou prevalência e estrutura fatorial semelhantes às encontradas para o TDAH em outras amostras. Os sintomas da categoria principal do TDAH se associaram a prejuízo, e essa associação não foi explicada somente pela presença das comorbidades. No segundo estudo, avaliamos a validade convergente dos “Outros TDAH Especificados” (OS-ADHD) com a categoria principal do TDAH. Três apresentações de OS-ADHD foram observadas na população da coorte: a) uma apresentação em indivíduos que não endossaram a idade de início na infância; b) outra em indivíduos com sintomas subliminares; e c) uma terceira naqueles que não endossaram o critério de pervasividade. Apenas o “OS-ADHD sem o critério idade de início” mostrou-se convergente com a categoria principal do TDAH, pois ambos apresentavam semelhantes perfis clínicos, padrões de comorbidades, invariância de suas estruturas fatoriais, relação de sintomas com as comorbidades, assim como médias do escore de risco poligênico. A prevalência do TDAH encontrada foi de 2,1% quando todos os critérios estavam presentes, de 4,2% para o “Outro TDAH Especificado” sem o critério de idade de início, e de 6,3% para o total das formas válidas. Quando consideramos apenas os casos graves, observamos, respectivamente, prevalências de 1,1%, 1,8% e 2,9%.
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A validade da categoria principal do TDAH foi testada por meio da comparação de elementos avaliados em indivíduos sem TDAH da mesma amostra, e em indivíduos com TDAH de outras amostras. Os elementos testados foram: a) padrão de características clínicas e de comorbidades; b) estrutura fatorial dos sintomas; c) padrão da associação de cada sintoma com prejuízo clínico; d) acurácia do ponto de corte de cinco sintomas para estabelecer o diagnóstico. A categoria principal do DSM-5 demonstrou ser válida, apresentando perfil de comorbidades claramente distinto em relação ao perfil dos indivíduos sem TDAH. Essa categoria também apresentou prevalência e estrutura fatorial semelhantes às encontradas para o TDAH em outras amostras. Os sintomas da categoria principal do TDAH se associaram a prejuízo, e essa associação não foi explicada somente pela presença das comorbidades. No segundo estudo, avaliamos a validade convergente dos “Outros TDAH Especificados” (OS-ADHD) com a categoria principal do TDAH. Três apresentações de OS-ADHD foram observadas na população da coorte: a) uma apresentação em indivíduos que não endossaram a idade de início na infância; b) outra em indivíduos com sintomas subliminares; e c) uma terceira naqueles que não endossaram o critério de pervasividade. Apenas o “OS-ADHD sem o critério idade de início” mostrou-se convergente com a categoria principal do TDAH, pois ambos apresentavam semelhantes perfis clínicos, padrões de comorbidades, invariância de suas estruturas fatoriais, relação de sintomas com as comorbidades, assim como médias do escore de risco poligênico. A prevalência do TDAH encontrada foi de 2,1% quando todos os critérios estavam presentes, de 4,2% para o “Outro TDAH Especificado” sem o critério de idade de início, e de 6,3% para o total das formas válidas. Quando consideramos apenas os casos graves, observamos, respectivamente, prevalências de 1,1%, 1,8% e 2,9%.The diagnostic criteria for attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) in adults were not tested in field trials for DSM-IV. In spite of this, several biological and phenotypic studies demonstrated that DSM-IV criteria conveyed a valid construct of ADHD for this population. On the other hand, despite presenting important modifications in terms of diagnostic criteria for adults, the DSM-5 criteria remain poorly tested. In the first study of this thesis, we tested the construct validity of the DSM-5 ADHD diagnostic criteria and estimated the resulting prevalence of individuals with full criteria in the adult population. The validity of full criteria ADHD was tested by comparing the features measured in non-ADHD individuals from the same sample, and by comparing these features with results from other samples of adults with ADHD. We tested a) the pattern of clinical characteristics and comorbidities; b) factorial structure; c) the pattern of associations of each symptom to impairment; and d) accuracy of the five symptoms cut-off to diagnose ADHD. Full criteria ADHD demonstrated to be valid, first, because it had a different pattern of comorbidities when compared to the pattern of the non-ADHD subjects. Second, full criteria ADHD had the same factor structure and prevalence rates of the disorder found in other samples. Finally, ADHD symptoms were predictive of impairment independently from the presence of comorbidities. In the second study, we evaluated the convergent validity of Other Specified ADHD presentations (OS-ADHD) with their full criteria validated counterpart. Three persisting and impairing OS-ADHD presentations were observed in the cohort: a) one presentation of individuals not endorsing the age-of-onset in childhood; b) a second presentation of individuals with subthreshold symptoms; and c) a third presentation of those not endorsing the pervasiveness criterion. Only the “OS-ADHD without the age-of-onset criterion” proved to be convergent with the full criteria presentation since both presented similar environmental risk factors, factorial symptoms structure, pattern of comorbidities, as well as similar ADHD polygenic risk scores. The prevalence found was 2.1% for the full criteria ADHD; 4.2% for Other ADHD without positive age-of-onset criterion, and 6.3% when taking together all valid ADHD presentations. When considering only severe cases, the prevalences obtained were 1.1%, 1.8% and 2.9%, respectively.application/pdfporTranstorno do déficit de atenção com hiperatividadeAdultoPrevalênciaManual diagnóstico e estatístico de transtornos mentaisHerança multifatorialDiagnósticoAdultsADHDValidityDSM-5Polygenic risk scorePopulationValidade dos critérios diagnósticos do transtorno de déficit de atenção e/ou hiperatividade em adultos e seus efeitos na prevalênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do ComportamentoPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001100952.pdf.txt001100952.pdf.txtExtracted Texttext/plain157202http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202539/2/001100952.pdf.txt6842d3b39c74625bf1e2b6a1d89104c0MD52ORIGINAL001100952.pdfTexto parcialapplication/pdf1130769http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202539/1/001100952.pdfe723acf5d31877b3328cbb7eb0874c12MD5110183/2025392024-08-24 06:42:30.422322oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202539Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-24T09:42:30Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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