Sinopse taxonômica e análise morfo-anatômica foliar das espécies de Drimys J.R.Forst.& G.Forst.(Winteraceae)do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hertzog, Anelise
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/235051
Resumo: Drimys J.R. Forst & G. Forst é o único gênero de Winteraceae que possui distribuição exclusivamente nas Américas do Sul e Central. Possui, no total, sete espécies, sendo somente três ocorrentes no Brasil: D. angustifolia Miers, D. brasiliensis Miers e D. roraimensis (A.C.Sm.) Ehrend. & Gottsb. A primeira de ocorrência, aparentemente, mais restrita ao sul do Brasil e a última mais restrita na divisa com a Venezuela. Assim, no Rio Grande do Sul, há a presença de duas das três espécies brasileiras que ocorrem nas regiões mais altas, frias e úmidas, sendo particularmente abundantes nos Campos de Cima da Serra, no nordeste do estado. A diferenciação destas espécies ainda enfrenta muitas controvérsias, visto que a bibliografia publicada até o presente as separa apenas pela largura da lâmina foliar. Além disso, os estudos anatômicos na família são muito gerais e não enfocam com profundidade as características de cada espécie, ou então, são específicos demais, trabalhando apenas com uma ou duas estruturas de uma única espécie e, dificilmente, colocando-a em comparação com as demais espécies do gênero. Assim, este estudo tem por objetivos realizar uma sinopse taxonômica do gênero no estado do Rio Grande do Sul, com a elaboração de uma chave dicotômica mais efetiva na separação das espécies e comparar morfológica e anatomicamente as folhas das duas espécies ocorrentes no estado a fim de buscar caracteres que venham a auxiliar na taxonomia do grupo. Foram feitas revisões de herbários nacionais e internacionais e coletas em diversos municípios do Rio Grande do Sul. Todo o material coletado foi depositado no Herbário ICN. Para verificar a consistência das medidas morfométricas foliares, foi feito um teste ANOVA. Para os estudos anatômicos, folhas das duas espécies de três populações (São Francisco de Paula, Cambará do Sul, São José dos Ausentes) foram coletadas e processadas através de rotinas padronizadas para análises anatômicas. As folhas de D. angustifolia são oblanceoladas com até 23 mm de largura, de ápice acuminado, base estreito-cuneada, flores protogínicas com até 26,7mm de diâmetro na fase masculina e, em geral, de 1-4 sementes por frutículo. Já D. brasiliensis possui folhas de até 42 mm de largura, ápice agudo, base cuneada e flores protogínicas com até 36,4 mm de diâmetro na fase masculina, e de 3-10 sementes por frutículo. Apesar de alguma sobreposição, as análises estatísticas demonstraram que as diferenças entre esses tamanhos são significativas. Anatomicamente, as folhas são dorsiventrais, hipoestomáticas, com estômatos paracíticos ou anomocíticos. A nervura principal é composta por um feixe de maior calibre e 1-2 feixes menores que podem se unir formando um único feixe na nervura central. Existem dois tipos de células esclerenquimáticas muito conspícuas nas folhas observadas. A primeira são fibras longas, finas e com paredes espessadas. Essas fibras formam uma calota esclerenquimática sobre o xilema, podendo ainda estar associadas ao floema, mas em menor quantidade e somente nos feixes de maior calibre. O segundo tipo são esclereídes de aparência circular a ovalada em seções transversais. Essas células encontram-se, geralmente, na camada subepidérmica, e estão associadas ao parênquima esponjoso, agrupadas paralelamente à superfície foliar. Podem ser classificadas como esclereídes polimórficos poliramificados. Dentre as características anatômicas observadas, a que, sem dúvida, merece maior atenção é a presença dos esclereídes. Essas células estão presentes em abundância nas duas espécies estudadas, mas, quando em comparação a estudos anteriores, parece haver uma separação em dois grandes grupos no gênero, um com abundância de esclereídes e outro com ausência ou pouca presença dessas células. Assim esse caráter pode ser possivelmente sinapomórfico para um dos grupos e ser importante taxonomicamente para a melhor separação entre as espécies no gênero.
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Além disso, os estudos anatômicos na família são muito gerais e não enfocam com profundidade as características de cada espécie, ou então, são específicos demais, trabalhando apenas com uma ou duas estruturas de uma única espécie e, dificilmente, colocando-a em comparação com as demais espécies do gênero. Assim, este estudo tem por objetivos realizar uma sinopse taxonômica do gênero no estado do Rio Grande do Sul, com a elaboração de uma chave dicotômica mais efetiva na separação das espécies e comparar morfológica e anatomicamente as folhas das duas espécies ocorrentes no estado a fim de buscar caracteres que venham a auxiliar na taxonomia do grupo. Foram feitas revisões de herbários nacionais e internacionais e coletas em diversos municípios do Rio Grande do Sul. Todo o material coletado foi depositado no Herbário ICN. Para verificar a consistência das medidas morfométricas foliares, foi feito um teste ANOVA. Para os estudos anatômicos, folhas das duas espécies de três populações (São Francisco de Paula, Cambará do Sul, São José dos Ausentes) foram coletadas e processadas através de rotinas padronizadas para análises anatômicas. As folhas de D. angustifolia são oblanceoladas com até 23 mm de largura, de ápice acuminado, base estreito-cuneada, flores protogínicas com até 26,7mm de diâmetro na fase masculina e, em geral, de 1-4 sementes por frutículo. Já D. brasiliensis possui folhas de até 42 mm de largura, ápice agudo, base cuneada e flores protogínicas com até 36,4 mm de diâmetro na fase masculina, e de 3-10 sementes por frutículo. Apesar de alguma sobreposição, as análises estatísticas demonstraram que as diferenças entre esses tamanhos são significativas. Anatomicamente, as folhas são dorsiventrais, hipoestomáticas, com estômatos paracíticos ou anomocíticos. A nervura principal é composta por um feixe de maior calibre e 1-2 feixes menores que podem se unir formando um único feixe na nervura central. Existem dois tipos de células esclerenquimáticas muito conspícuas nas folhas observadas. A primeira são fibras longas, finas e com paredes espessadas. Essas fibras formam uma calota esclerenquimática sobre o xilema, podendo ainda estar associadas ao floema, mas em menor quantidade e somente nos feixes de maior calibre. O segundo tipo são esclereídes de aparência circular a ovalada em seções transversais. Essas células encontram-se, geralmente, na camada subepidérmica, e estão associadas ao parênquima esponjoso, agrupadas paralelamente à superfície foliar. Podem ser classificadas como esclereídes polimórficos poliramificados. Dentre as características anatômicas observadas, a que, sem dúvida, merece maior atenção é a presença dos esclereídes. Essas células estão presentes em abundância nas duas espécies estudadas, mas, quando em comparação a estudos anteriores, parece haver uma separação em dois grandes grupos no gênero, um com abundância de esclereídes e outro com ausência ou pouca presença dessas células. 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