Fazendo a memória performar : uma reflexão sobre a fotografia em variações em azul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Ruth Moreira de
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/13562
Resumo: O texto se propõe a uma reflexão acerca do pensamento conceitual sobre a fotografia na obra artística aqui apresentada, intitulada Variações em Azul. Tal pensamento defende a fotografia não como registro de acontecimentos passados, “isto foi” (Roland Barthes), mas como um mecanismo capaz de fazer a memória performar as diversas possibilidades de “isto poderia ter sido” ou de “impossível ter sido”. Esta obra apresenta a fotografia como um processo contínuo de reconstrução, de fazer o novo, de ressignificar as imagens caducas, de tornar-se novamente ação. Para a concepção aqui apresentada, a fotografia não tem por função lembrar o que foi, mas produzir um novo acontecimento. Desta forma, fazendo a memória performar continuamente, a fotografia nesta poietika produz acontecimentos impossíveis: que só têm existência pela fotografia e na fotografia. Traçando relações entre a música, o cinema e a fotografia, o texto constrói os argumentos que embasam esta idéia conceitual, quais sejam: “original” não é uma matriz que reproduz unidades idênticas, mas “origem” acrescida de “novidade”, tal como propõe Walter Benjamin para a “imagem dialética”. A fotografia não aponta para o passado, mas para um “presente do futuro”, tal como coloca Ernst Bloch acerca da imagem de esperança. A fotografia é capaz de abarcar mais que um único instante, o “instante decisivo” (Cartier Bresson), ela tende para uma simultaneidade. Ela é capaz de propor um movimento, sendo este entendido não como o deslocamento de um ponto a outro (A-B), mas como uma mudança de estado, a ressignificação do mesmo (A-A’).
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