O impacto da sífilis materna na transmissão vertical do HIV
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/229353 |
Resumo: | Introdução: A transmissão vertical do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é influenciada por diversos fatores, entre os quais, a coinfecção materna com sífilis. Atualmente, a sífilis é a coinfecção mais prevalente em gestantes portadoras de HIV. Na capital do extremo sul do Brasil, a taxa de HIV e de sífilis em gestantes é especialmente alta quando comparada à média nacional. Até o presente momento, ainda é controverso se a sífilis é fator de risco independente para transmissão vertical do HIV ou apenas um indicador de outros fatores predisponentes relacionados a esse desfecho. Objetivos: O presente estudo pretende investigar se a coinfecção com sífilis é um fator de risco isolado para a transmissão vertical do HIV além daqueles já conhecidos. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, por intermédio da revisão de prontuários médicos. Foram incluídos todos recém-nascidos filhos de mães HIV no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2019, e excluídos aqueles cujas informações do nascimento estavam incompletas. Foram avaliadas a presença de sífilis materna e congênita e a transmissão vertical do HIV, e obtidas informações sobre o pré-natal, o nascimento e o seguimento dos recém-nascidos. Para verificar associação entre as variáveis contínuas e categóricas foram utilizados, respectivamente, o Teste t de Student e o Teste de Pearson. A análise multivariada foi realizada pela regressão de Poisson. Os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando o p<0,05. Resultados: A população do estudo foi de 502 recém-nascidos, com perda de 6%. A transmissão vertical do HIV foi de 2% com risco relativo de 4,49 (IC95%: 1,30-15,46). Ela foi significativamente maior no grupo de recém-nascidos expostos à coinfecção sífilis-HIV em relação ao grupo não coinfectado (6,6% versus 1,5%; p = 0,029). Na análise multivariada, a sífilis materna foi identificada como fator de risco para transmissão vertical do HIV independente da escolaridade (RR= 4,30; IC 95% 1,26-14,64) e do número de consultas de pré-natal maior do que 6 (RR=3,61; IC95% 1,07- 12,18). No entanto, a sífilis materna não foi fator de risco para a transmissão vertical do HIV independentemente da carga viral (RR=1,83; IC 95% 0,33-10,27) do CD4 (RR=2,26; IC95% 0,46-10,96) ou da terapia antirretroviral materna (RR=2,79; IC95% 0,89-8,76) Nesta análise, uma carga viral acima de 1,000 cópias/mL e o uso adequado de terapia antirretroviral materna foram fatores de risco e de proteção para a transmissão vertical de HIV, respectivamente, e de forma independente do status de sífilis materna.(RR=12,59; IC95% 2,22-71,34 e RR=0,15; IC95% 0,04-0,55). Conclusão: A taxa de transmissão vertical do HIV encontrada está dentro das metas estabelecidas pela Organização Pan-Americana da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde, porém a transmissão vertical da sífilis e a taxa de sífilis congênita foram bastante superiores às recomendações dessas instituições. O grupo de mães coinfectadas com sífilis apresentou perfil de maior vulnerabilidade social. A coinfecção materna por sífilis aumentou a transmissão vertical do HIV, porém não foi possível confirmar a sífilis materna como fator de risco independente da carga viral e da terapia antirretroviral materna para a transmissão vertical. |
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Calegari, Lisiane HoffSilva, Clecio Homrich daFriedrich, Luciana2021-09-02T04:22:07Z2021http://hdl.handle.net/10183/229353001129159Introdução: A transmissão vertical do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é influenciada por diversos fatores, entre os quais, a coinfecção materna com sífilis. Atualmente, a sífilis é a coinfecção mais prevalente em gestantes portadoras de HIV. Na capital do extremo sul do Brasil, a taxa de HIV e de sífilis em gestantes é especialmente alta quando comparada à média nacional. Até o presente momento, ainda é controverso se a sífilis é fator de risco independente para transmissão vertical do HIV ou apenas um indicador de outros fatores predisponentes relacionados a esse desfecho. Objetivos: O presente estudo pretende investigar se a coinfecção com sífilis é um fator de risco isolado para a transmissão vertical do HIV além daqueles já conhecidos. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, por intermédio da revisão de prontuários médicos. Foram incluídos todos recém-nascidos filhos de mães HIV no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2019, e excluídos aqueles cujas informações do nascimento estavam incompletas. Foram avaliadas a presença de sífilis materna e congênita e a transmissão vertical do HIV, e obtidas informações sobre o pré-natal, o nascimento e o seguimento dos recém-nascidos. Para verificar associação entre as variáveis contínuas e categóricas foram utilizados, respectivamente, o Teste t de Student e o Teste de Pearson. A análise multivariada foi realizada pela regressão de Poisson. Os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando o p<0,05. Resultados: A população do estudo foi de 502 recém-nascidos, com perda de 6%. A transmissão vertical do HIV foi de 2% com risco relativo de 4,49 (IC95%: 1,30-15,46). Ela foi significativamente maior no grupo de recém-nascidos expostos à coinfecção sífilis-HIV em relação ao grupo não coinfectado (6,6% versus 1,5%; p = 0,029). Na análise multivariada, a sífilis materna foi identificada como fator de risco para transmissão vertical do HIV independente da escolaridade (RR= 4,30; IC 95% 1,26-14,64) e do número de consultas de pré-natal maior do que 6 (RR=3,61; IC95% 1,07- 12,18). No entanto, a sífilis materna não foi fator de risco para a transmissão vertical do HIV independentemente da carga viral (RR=1,83; IC 95% 0,33-10,27) do CD4 (RR=2,26; IC95% 0,46-10,96) ou da terapia antirretroviral materna (RR=2,79; IC95% 0,89-8,76) Nesta análise, uma carga viral acima de 1,000 cópias/mL e o uso adequado de terapia antirretroviral materna foram fatores de risco e de proteção para a transmissão vertical de HIV, respectivamente, e de forma independente do status de sífilis materna.(RR=12,59; IC95% 2,22-71,34 e RR=0,15; IC95% 0,04-0,55). Conclusão: A taxa de transmissão vertical do HIV encontrada está dentro das metas estabelecidas pela Organização Pan-Americana da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde, porém a transmissão vertical da sífilis e a taxa de sífilis congênita foram bastante superiores às recomendações dessas instituições. O grupo de mães coinfectadas com sífilis apresentou perfil de maior vulnerabilidade social. A coinfecção materna por sífilis aumentou a transmissão vertical do HIV, porém não foi possível confirmar a sífilis materna como fator de risco independente da carga viral e da terapia antirretroviral materna para a transmissão vertical.Introduction: The vertical transmission of the Human Immunodeficiency Virus (HIV) is influenced by several factors, among them maternal coinfection with syphilis. Currently, syphilis is the most prevalent coinfection in pregnant women with HIV. In Porto Alegre, the rate of HIV and syphilis coinfection in pregnant women is especially high when compared to national average. To date, it is still controversial whether syphilis is an independent risk factor for vertical HIV transmission or just an indicator of other predisposing factors. Objectives: This study aims to investigate whether syphilis coinfection is an isolated risk factor for vertical HIV transmission. Methods: Retrospective cohort study, conducted by reviewing medical records of all newborns born of HIV mothers at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre between 2013 and 2019. The presence of maternal and congenital syphilis was evaluated, as well as vertical transmission of HIV; information about prenatal care, birth and follow-up of newborns was obtained. Student's t test and Pearson's test were used to verify the association between continuous and categorical variables respectively. Poisson regression was used to perform multivariate analysis. Results were considered statistically significant when p <0.05. The project was approved by Plataforma Brasil and by the Research Ethics Committee of Human Beings of Hospital de Clínicas de Porto Alegre, under the protocol’s numbers 2019- 0246 and 16784019300005327, respectively. Results: Prevalence rate of syphilis coinfection in HIV pregnant women was 13.5%. Vertical transmission of syphilis was 50.8% and rate of congenital syphilis was 6.3%. Vertical HIV transmission was 2%, significantly higher in the group of newborns exposed to syphilis-HIV coinfection compared to the non-coinfected group (1.5% versus 6.6%; p = 0.029), with relative risk value of 4.49 (RR = 4.49; 95% CI: 1.30-15.46). In the multivariate analysis, maternal syphilis was identified as a risk factor for vertical HIV transmission regardless of scholarity (RR = 4.30; 95% CI 1.26-14.64) and number of prenatal consultations greater than 6 (RR = 3.61; 95% CI 1.07-12.18). However, maternal syphilis was not a risk factor for vertical HIV transmission regardless of viral load (RR = 1.83; 95% CI 0.33- 10.27) of CD4 (RR = 2.26; 95% CI 0.7-10.96) or maternal antiretroviral therapy (RR = 2.79; 95% CI 0.89-8.76). In this analysis, a viral load above 1,000 copies/mL and the appropriate use of maternal antiretroviral therapy were risk and protective factors for vertical HIV transmission, respectively, and independently of the status of maternal syphilis. (RR = 12.59; 95% CI 2.22- 71.34 and RR = 0.15; 95% CI 0.04-0.55). Conclusion: The rate of vertical HIV transmission found is within the goals established by the Pan American Health Organization and the World Health Organization, but the vertical transmission of syphilis and the rate of congenital syphilis were much above the recommendations of these institutions. The group of mothers coinfected with syphilis had a profile of greater social vulnerability. Maternal syphilis coinfection increased vertical transmission of HIV, but it was not possible to confirm maternal syphilis as a risk factor independent of viral load and maternal antiretroviral therapy for vertical transmission.application/pdfporHIVTransmissão vertical de doenças infecciosasSífilis congênitaGravidezMãesInfectious disease transmission verticalSyphilis congenitalO impacto da sífilis materna na transmissão vertical do HIVinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001129159.pdf.txt001129159.pdf.txtExtracted Texttext/plain79478http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/229353/2/001129159.pdf.txt237667e1a08b4cd2c344f7da0269ec67MD52ORIGINAL001129159.pdfTexto completoapplication/pdf793362http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/229353/1/001129159.pdfafac90603cde96c92622cf1c8748324fMD5110183/2293532023-05-26 03:28:48.470241oai:www.lume.ufrgs.br:10183/229353Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-05-26T06:28:48Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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