Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Alice
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/193648
Resumo: Os albatrozes estão amplamente distribuídos ao longo dos oceanos do Hemisfério Sul, com algumas poucas espécies ocorrendo no Hemisfério Norte. A família Diomedeidae abrange 22 espécies distribuídas em quatro gêneros: Diomedea, Phoebetria, Phoebastria e Thalassarche. Este último apresenta as menores espécies dentre os quatro gêneros. Os albatrozes são reconhecidos pelo seu estilo de voo e grande envergadura. Além disso, são aves marinhas monogâmicas e filopátricas, retornando todos os anos para suas colônias reprodutivas. Indivíduos juvenis e imaturos só retornam após muitos anos em dispersão pelos oceanos onde forrageiam. O albatroz-de-sobrancelha Thalassarche melanophris apresenta colônias reprodutivas espalhadas ao longo de ilhas subantárticas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. O albatroz-de-nariz-amarelo T. chlororhynchos está restrito ao Atlântico Sul, nidificando unicamente nas ilhas Tristão da Cunha e Gough. Ambas espécies forrageiam no Atlântico Sul e são abundantes em águas brasileiras. São comumente vistos seguindo barcos pesqueiros já que essas aves marinhas se alimentam do descarte e de iscas utilizadas na pesca de espinhel. A captura acidental de albatrozes durante atividades da indústria pesqueira é a maior causa de mortalidade dessas aves. Ao longo da costa sul e sudeste do Brasil, indivíduos de albatroz-de-sobrancelha e albatroz-de-nariz-amarelo podem ser encontrados encalhados. Ambas as espécies podem ser identificadas pelo padrão de plumagem e coloração do bico, a idade de albatrozes jovens e imaturos determinada pelo ciclo de muda. No entanto, durante contagens de aves encalhadas, carcaças sem plumagem ou coloração de bico tem sua identificação restrita à aspectos morfológicos do crânio. A análise morfológica do esqueleto requer conhecimento específico e, na falta do crânio, o pós-crânio não oferece diferenças consistentes para identificação das duas espécies. A identificação a nível específico é fundamental para a coleta de dados sobre as espécies e avaliação dos impactos que sofrem. Assim, avaliando 151 espécimes provenientes de coleções ornitológicas, este estudo estabeleceu uma função discriminante para determinar as espécies por meio de peças anatômicas da asa e esterno. Ademais, este estudo avaliou o desenvolvimento osteológico pós-natal de T. melanophris e T. chlororhynchos. Após estabelecer os caráteres ligados ao desenvolvimento, o estudo associou-os aos padrões de desenvolvimento da plumagem, ciclo de muda e ciclo de vida até que as espécies tenham atingido a maturidade sexual. A fauna de albatrozes está ameaçada globalmente, assim, qualquer esforço na identificação e conhecimento das aves que frequentam as águas do sul do Brasil é importante.
id URGS_edaf2de7d8635dd305caefcc68708905
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/193648
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Pereira, AliceMoreno, Ignacio Maria Benites2019-04-30T02:35:36Z2018http://hdl.handle.net/10183/193648001082801Os albatrozes estão amplamente distribuídos ao longo dos oceanos do Hemisfério Sul, com algumas poucas espécies ocorrendo no Hemisfério Norte. A família Diomedeidae abrange 22 espécies distribuídas em quatro gêneros: Diomedea, Phoebetria, Phoebastria e Thalassarche. Este último apresenta as menores espécies dentre os quatro gêneros. Os albatrozes são reconhecidos pelo seu estilo de voo e grande envergadura. Além disso, são aves marinhas monogâmicas e filopátricas, retornando todos os anos para suas colônias reprodutivas. Indivíduos juvenis e imaturos só retornam após muitos anos em dispersão pelos oceanos onde forrageiam. O albatroz-de-sobrancelha Thalassarche melanophris apresenta colônias reprodutivas espalhadas ao longo de ilhas subantárticas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. O albatroz-de-nariz-amarelo T. chlororhynchos está restrito ao Atlântico Sul, nidificando unicamente nas ilhas Tristão da Cunha e Gough. Ambas espécies forrageiam no Atlântico Sul e são abundantes em águas brasileiras. São comumente vistos seguindo barcos pesqueiros já que essas aves marinhas se alimentam do descarte e de iscas utilizadas na pesca de espinhel. A captura acidental de albatrozes durante atividades da indústria pesqueira é a maior causa de mortalidade dessas aves. Ao longo da costa sul e sudeste do Brasil, indivíduos de albatroz-de-sobrancelha e albatroz-de-nariz-amarelo podem ser encontrados encalhados. Ambas as espécies podem ser identificadas pelo padrão de plumagem e coloração do bico, a idade de albatrozes jovens e imaturos determinada pelo ciclo de muda. No entanto, durante contagens de aves encalhadas, carcaças sem plumagem ou coloração de bico tem sua identificação restrita à aspectos morfológicos do crânio. A análise morfológica do esqueleto requer conhecimento específico e, na falta do crânio, o pós-crânio não oferece diferenças consistentes para identificação das duas espécies. A identificação a nível específico é fundamental para a coleta de dados sobre as espécies e avaliação dos impactos que sofrem. Assim, avaliando 151 espécimes provenientes de coleções ornitológicas, este estudo estabeleceu uma função discriminante para determinar as espécies por meio de peças anatômicas da asa e esterno. Ademais, este estudo avaliou o desenvolvimento osteológico pós-natal de T. melanophris e T. chlororhynchos. Após estabelecer os caráteres ligados ao desenvolvimento, o estudo associou-os aos padrões de desenvolvimento da plumagem, ciclo de muda e ciclo de vida até que as espécies tenham atingido a maturidade sexual. A fauna de albatrozes está ameaçada globalmente, assim, qualquer esforço na identificação e conhecimento das aves que frequentam as águas do sul do Brasil é importante.Albatrosses are widely distributed across Southern Hemisphere oceans, and few species occur along the North Pacific Ocean. The family Diomedeidae comprises 22 species distributed in four genera: Diomedea, Phoebetria, Phoebastria, and Thalassarche. The species of the last genus are called mollymawks and are the smaller species of those genera. Albatrosses are recognized by their flight style and great wingspan, and as other seabirds, albatrosses are monogamic and filopatric, returning every year to their breeding colonies. Juvenile and immature individuals will only return after many years of dispersal within their foraging range. The Black-browed Albatross Thalassarche melanophris has breeding colonies spread along subantartic islands of Atlantic, Pacific and Indian Oceans. The Atlantic Yellow-nosed Albatross T. chlororhynchos is restricted to South Atlantic Ocean, breeding in subantartic islands as Malvinas/Falkland, Gough and Tristan da Cunha Group. Both species forage at Southwestern Atlantic Ocean and are abundant at South Brazilian waters. They usually follow fishing vessels as these seabirds may feed on fish discards or long-line fishery baits. Bycatch of albatrosses during fishing activities are the major cause of mortality within the species. Along South and Southeastern Brazilian coast several individuals of Black-browed and Atlantic Yellow-nosed Albatross are found beached. Both species are identified by pattern of plumage and bill coloration, and molt cycle determines the age of juvenile and immature albatross species. These features are useful for identifying at-sea individuals. However, carcasses without plumage or rhamphotheca can only be identified through cranial morphology. Morphological analyses require experience, besides when cranium is not available the postcranium material does not provide enough features for species identification. It is important for data collection and further analyses to identify a specimen at species level. In this study, we evaluated 151 specimens of both mollymawks from museum osteological collections searching for morphometric and morphological differences between Black-browed and Atlantic Yellow-nosed Albatross. We found significant differences between both species skeletal measurements, and we established a discriminant function to identify the species through postcranial osteological pieces. In addition, we evaluated the postnatal osteological development of T. melanophris and T. chlororhynchos. We associated it to plumage pattern information and the chronological period in which each plumage pattern appears. This morphological analysis showed that osteological development and plumage are not synchronic. However, the osteological sequences of ossification follow what is expected for Aves and for altricial birds. Albatrosses are a globally endangered fauna, then any effort to identify and understand these seabirds attending South Brazilian shelf is important.application/pdfporThalassarche melanophrisThalassarche chlororhynchosDevelopmentSkeletalPostnatalPostcraniumPlumageOsteologyAnálise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Biologia AnimalPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001082801.pdf.txt001082801.pdf.txtExtracted Texttext/plain159469http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193648/2/001082801.pdf.txt89cc5318d587c28f6d5f759402eb5a33MD52ORIGINAL001082801.pdfTexto completoapplication/pdf1776515http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193648/1/001082801.pdfbbb938dff5930df3c3e78b37171c6a43MD5110183/1936482019-05-30 02:40:56.067198oai:www.lume.ufrgs.br:10183/193648Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-05-30T05:40:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
title Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
spellingShingle Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
Pereira, Alice
Thalassarche melanophris
Thalassarche chlororhynchos
Development
Skeletal
Postnatal
Postcranium
Plumage
Osteology
title_short Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
title_full Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
title_fullStr Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
title_full_unstemmed Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
title_sort Análise morfológica e morfométrica de duas espécies de albatroses : Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) e Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos) (Procellariformes : Diomedeidae)
author Pereira, Alice
author_facet Pereira, Alice
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pereira, Alice
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Moreno, Ignacio Maria Benites
contributor_str_mv Moreno, Ignacio Maria Benites
dc.subject.por.fl_str_mv Thalassarche melanophris
Thalassarche chlororhynchos
topic Thalassarche melanophris
Thalassarche chlororhynchos
Development
Skeletal
Postnatal
Postcranium
Plumage
Osteology
dc.subject.eng.fl_str_mv Development
Skeletal
Postnatal
Postcranium
Plumage
Osteology
description Os albatrozes estão amplamente distribuídos ao longo dos oceanos do Hemisfério Sul, com algumas poucas espécies ocorrendo no Hemisfério Norte. A família Diomedeidae abrange 22 espécies distribuídas em quatro gêneros: Diomedea, Phoebetria, Phoebastria e Thalassarche. Este último apresenta as menores espécies dentre os quatro gêneros. Os albatrozes são reconhecidos pelo seu estilo de voo e grande envergadura. Além disso, são aves marinhas monogâmicas e filopátricas, retornando todos os anos para suas colônias reprodutivas. Indivíduos juvenis e imaturos só retornam após muitos anos em dispersão pelos oceanos onde forrageiam. O albatroz-de-sobrancelha Thalassarche melanophris apresenta colônias reprodutivas espalhadas ao longo de ilhas subantárticas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. O albatroz-de-nariz-amarelo T. chlororhynchos está restrito ao Atlântico Sul, nidificando unicamente nas ilhas Tristão da Cunha e Gough. Ambas espécies forrageiam no Atlântico Sul e são abundantes em águas brasileiras. São comumente vistos seguindo barcos pesqueiros já que essas aves marinhas se alimentam do descarte e de iscas utilizadas na pesca de espinhel. A captura acidental de albatrozes durante atividades da indústria pesqueira é a maior causa de mortalidade dessas aves. Ao longo da costa sul e sudeste do Brasil, indivíduos de albatroz-de-sobrancelha e albatroz-de-nariz-amarelo podem ser encontrados encalhados. Ambas as espécies podem ser identificadas pelo padrão de plumagem e coloração do bico, a idade de albatrozes jovens e imaturos determinada pelo ciclo de muda. No entanto, durante contagens de aves encalhadas, carcaças sem plumagem ou coloração de bico tem sua identificação restrita à aspectos morfológicos do crânio. A análise morfológica do esqueleto requer conhecimento específico e, na falta do crânio, o pós-crânio não oferece diferenças consistentes para identificação das duas espécies. A identificação a nível específico é fundamental para a coleta de dados sobre as espécies e avaliação dos impactos que sofrem. Assim, avaliando 151 espécimes provenientes de coleções ornitológicas, este estudo estabeleceu uma função discriminante para determinar as espécies por meio de peças anatômicas da asa e esterno. Ademais, este estudo avaliou o desenvolvimento osteológico pós-natal de T. melanophris e T. chlororhynchos. Após estabelecer os caráteres ligados ao desenvolvimento, o estudo associou-os aos padrões de desenvolvimento da plumagem, ciclo de muda e ciclo de vida até que as espécies tenham atingido a maturidade sexual. A fauna de albatrozes está ameaçada globalmente, assim, qualquer esforço na identificação e conhecimento das aves que frequentam as águas do sul do Brasil é importante.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-04-30T02:35:36Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/193648
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001082801
url http://hdl.handle.net/10183/193648
identifier_str_mv 001082801
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193648/2/001082801.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/193648/1/001082801.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 89cc5318d587c28f6d5f759402eb5a33
bbb938dff5930df3c3e78b37171c6a43
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309143274258432