De mútuo consentimento : os significados das relações familiares cativas para senhores e escravos na Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo (1845 a 1865)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/36045 |
Resumo: | Em qualquer sociedade, o pertencimento familiar é definido, em parte, por sorte ou azar biológico e demográfico. Durante o escravismo, as determinações geradas por essa definição eram bastante significativas, afinal, os sujeitos nasciam ocupando categorias jurídicas e sociais impostas pelo ventre ou pelo sangüe - e nascer ou possuir um passado escravo tinha implicações para além da vivência estritamente privada das pessoas. Por outro lado, também existiram vias mais ou menos formalizadas através das quais os homens e as mulheres puderam exercer um grau maior de eleição. Por meio do casamento e do apadrinhamento originaram-se laços familiares que uniram membros de estratos sociais bastante diversificados. Em outras palavras, a família se constitui em um fenônemo social e a maneira pela qual se constróem e como se configuram esses arranjos resultam na possibilidade de mobilidade ascendente ou descentende dos sujeitos. Esse estudo se baseou nos pressupostos acima descritos para a investigação das famílias de escravos na Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo, entre 1845 a 1865. A principal documentação utilizada foram os registros de casamentos e batismos de escravos da Freguesia, com a finalidade de identificar regularidades que revelassem os significados das relações familiares para os senhores e suas escravarias. A região de Rio Pardo possuía relações escravistas bastante maduras, pois contava com essa mão-deobra desde a colonização portuguesa, no século XVIII. Tradicionalmente, ali foram incentivadas a formação de laços parentais entre os cativos, possivelmente por tratar-se de uma região fronteiriça e que demandava trabalho de grande mobilidade, a lida campeira. Para o período pesquisado percebe-se a transformação desse panorama, quando constata-se a restrição as uniões oficializadas entre escravos. Em contrapartida, permanece a possibilidade de ampliação das relações sociais através da cerimônia de batismo. |
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Zettel, Roberta França VieiraKühn, Fábio2012-01-06T01:19:52Z2011http://hdl.handle.net/10183/36045000816092Em qualquer sociedade, o pertencimento familiar é definido, em parte, por sorte ou azar biológico e demográfico. Durante o escravismo, as determinações geradas por essa definição eram bastante significativas, afinal, os sujeitos nasciam ocupando categorias jurídicas e sociais impostas pelo ventre ou pelo sangüe - e nascer ou possuir um passado escravo tinha implicações para além da vivência estritamente privada das pessoas. Por outro lado, também existiram vias mais ou menos formalizadas através das quais os homens e as mulheres puderam exercer um grau maior de eleição. Por meio do casamento e do apadrinhamento originaram-se laços familiares que uniram membros de estratos sociais bastante diversificados. Em outras palavras, a família se constitui em um fenônemo social e a maneira pela qual se constróem e como se configuram esses arranjos resultam na possibilidade de mobilidade ascendente ou descentende dos sujeitos. Esse estudo se baseou nos pressupostos acima descritos para a investigação das famílias de escravos na Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo, entre 1845 a 1865. A principal documentação utilizada foram os registros de casamentos e batismos de escravos da Freguesia, com a finalidade de identificar regularidades que revelassem os significados das relações familiares para os senhores e suas escravarias. A região de Rio Pardo possuía relações escravistas bastante maduras, pois contava com essa mão-deobra desde a colonização portuguesa, no século XVIII. Tradicionalmente, ali foram incentivadas a formação de laços parentais entre os cativos, possivelmente por tratar-se de uma região fronteiriça e que demandava trabalho de grande mobilidade, a lida campeira. Para o período pesquisado percebe-se a transformação desse panorama, quando constata-se a restrição as uniões oficializadas entre escravos. Em contrapartida, permanece a possibilidade de ampliação das relações sociais através da cerimônia de batismo.In any society, the family memberships are defined, on the one hand, by luck or unluck in the biological and demographical circumstances. During slavery, this definition was very important, after all, the subjects were born occupying a legal and a social categories imposed by the blood - and born slave or have a slave past had implications for their social life. On the other hand, there were also less formal means through which men and woman were able to exercise a degree of choice. The ties of marriage and spiritual relationship linked members of diverse stratification social, meaning the family is a social phenomenon and its structures may affect the social mobility. This research has a proposal to investigate slave families in the Freguesia Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo, from 1845 to 1865. The documentary base was composed of records of marriages and baptisms of captives, in order to identify patterns that reveal the meanings of family owners and their slaves. The institution of slavery in the region de Rio Pardo goes back to the beginning of Portuguese colonization in the eighteenth century. Traditionally, the slavery owners there encouraged the formation of parental bonds among the captives, possibly because it is a frontier region and work that demanded great mobility, the ranching. In the second half of the nineteenth century, one sees the transformation of this landscape as decrease the number of marriages between slaves. In contrast, there remains the possibility of expanding the social relations through the ceremony of baptism.application/pdfporHistória do Rio Grande do SulFamíliaEscravidãoRio Grande do SulSlaveryRio Grande do SulFamily slaveDe mútuo consentimento : os significados das relações familiares cativas para senhores e escravos na Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Rio Pardo (1845 a 1865)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em HistóriaPorto Alegre, BR-RS2011mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000816092.pdf.txt000816092.pdf.txtExtracted Texttext/plain399110http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/36045/2/000816092.pdf.txt8c317c697811c3bff2757868a270e7abMD52ORIGINAL000816092.pdf000816092.pdfTexto completoapplication/pdf9722319http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/36045/1/000816092.pdf7421889befd1291c36452e5f1614f4c9MD51THUMBNAIL000816092.pdf.jpg000816092.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1090http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/36045/3/000816092.pdf.jpg3bd9b197c2f0ec57068884018ea19845MD5310183/360452018-10-08 09:09:03.112oai:www.lume.ufrgs.br:10183/36045Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-08T12:09:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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