"Eu não sou Migrante, Sou Moçambicano" : uma etnografia sobre as experiências de vida de "zambezianos" regressos da cidade de Maputo e residentes em Alto Molócuè (Zambézia-Moçambique)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/213382 |
Resumo: | A presente pesquisa é uma etnografia sobre as experiências de vida de “Zambezianos” regressos da cidade de Maputo e residentes em Alto Molócuè, província da Zambézia, em Moçambique. O estudo foi realizado no distrito de Alto Molócuè, em Moçambique. Os resultados sugerem que os deslocamentos populacionais sempre existiram em Moçambique, apesar da escassez de literatura consultada que trata sobre a questão das migrações internas, talvez pelo fato deste deslocamento estar tão entranhado na vida Moçambicana a ponto de não surgir como uma questão a ser pensada antropologicamente. Os indivíduos regressos mostram enfrentar diversas dificuldades na cidade de Maputo, onde para alguns o retorno para o distrito de Alto Molócuè é a única alternativa para transpor as adversidades encontradas na cidade de Maputo, e para outros, com mais incidência para as mulheres, o retorno ao distrito de Alto Molócuè é motivado pelo desejo de perpetuar a relação conjugal com os seus esposos, que eram os responsáveis pela sua manutenção na cidade de Maputo. Estes indivíduos regressos desenvolviam algumas atividades remuneradas na cidade de Maputo, e com o que ganhavam usavam uma parte como sustentáculo das suas famílias em Alto Molócuè, e a outra parte geralmente servia de poupança para a compra de alguns bens, como caixas de som, computadores portáteis, amplificadores e smartphones, como uma das estratégias usadas por estes para a sua autoafirmação junto das suas comunidades após o retorno. Pelo fato de alguns desses indivíduos terem passado por uma experiência de migração na cidade de Maputo, considerada por estes como “a cidade grande”, e como uma espécie de ritual, estes indivíduos regressos se consideram mais aptos para circular em qualquer parte do território moçambicano, razão pela qual criam ou cogitam a possibilidade de novas rotas de migração. |
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Mario, Jeremias Leonardo JoséJardim, Denise Fagundes2020-09-11T04:03:46Z2020http://hdl.handle.net/10183/213382001117219A presente pesquisa é uma etnografia sobre as experiências de vida de “Zambezianos” regressos da cidade de Maputo e residentes em Alto Molócuè, província da Zambézia, em Moçambique. O estudo foi realizado no distrito de Alto Molócuè, em Moçambique. Os resultados sugerem que os deslocamentos populacionais sempre existiram em Moçambique, apesar da escassez de literatura consultada que trata sobre a questão das migrações internas, talvez pelo fato deste deslocamento estar tão entranhado na vida Moçambicana a ponto de não surgir como uma questão a ser pensada antropologicamente. Os indivíduos regressos mostram enfrentar diversas dificuldades na cidade de Maputo, onde para alguns o retorno para o distrito de Alto Molócuè é a única alternativa para transpor as adversidades encontradas na cidade de Maputo, e para outros, com mais incidência para as mulheres, o retorno ao distrito de Alto Molócuè é motivado pelo desejo de perpetuar a relação conjugal com os seus esposos, que eram os responsáveis pela sua manutenção na cidade de Maputo. Estes indivíduos regressos desenvolviam algumas atividades remuneradas na cidade de Maputo, e com o que ganhavam usavam uma parte como sustentáculo das suas famílias em Alto Molócuè, e a outra parte geralmente servia de poupança para a compra de alguns bens, como caixas de som, computadores portáteis, amplificadores e smartphones, como uma das estratégias usadas por estes para a sua autoafirmação junto das suas comunidades após o retorno. Pelo fato de alguns desses indivíduos terem passado por uma experiência de migração na cidade de Maputo, considerada por estes como “a cidade grande”, e como uma espécie de ritual, estes indivíduos regressos se consideram mais aptos para circular em qualquer parte do território moçambicano, razão pela qual criam ou cogitam a possibilidade de novas rotas de migração.This research is an “ethnography” about living experiences of “Zambezians” who returned from Maputo and are currently living in Alto Molócuè district, Zambézia Province, in Mozambique. The results suggest that population displacement has always existed in Mozambique, besides the lack of internal literature that talks about internal migration, perhaps because this displacement is so ingrained in Mozambican life in ways that does not arise as an issue to be thought anthropologically. Individuals who returned to Alto Molócue faced many challenges in Maputo City. For some, returning to Alto Molócue was the only way to deal with the adversities they went through while in Maputo, and for others, especially women, it was motivated by the desire to keep their conjugal relationship with their husbands, who were the sponsors of their living costs in Maputo. While in Maputo, these individuals were involved in paid activities, and with that money, they were able to support their families in Alto Molocue, and save part of it to purchase some goods such as speakers, portable computers, smartphones and amplifiers. They used this equipment as a key strategy of ensuring their self-affirmation within their communities after returning home. Since those individuals have gone through an experience in migrating to Maputo, “the big city”, and as a means of ritual, they consider themselves more prepared to move anywhere within Mozambican territory, and with the possibility of exploring new migration routes.application/pdfporEtnografiaMigração interna : ÁfricaMoçambiqueMigrationEthnographyMozambiqueZambéziaAlto MolócueMaputo City"Eu não sou Migrante, Sou Moçambicano" : uma etnografia sobre as experiências de vida de "zambezianos" regressos da cidade de Maputo e residentes em Alto Molócuè (Zambézia-Moçambique)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Antropologia SocialPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001117219.pdf.txt001117219.pdf.txtExtracted Texttext/plain298871http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213382/2/001117219.pdf.txtf7500b547cd0d235e9f37a2e2714f5a6MD52ORIGINAL001117219.pdfTexto completoapplication/pdf1474853http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/213382/1/001117219.pdf347e71396ae71f0001c0689c31085a5dMD5110183/2133822020-09-12 04:04:08.956086oai:www.lume.ufrgs.br:10183/213382Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-09-12T07:04:08Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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