Avaliação da mortalidade em pacientes críticos transplantados : comparação entre os escores SAPS 3 e APACHE II

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Vanessa Martins de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/18764
Resumo: INTRODUÇÃO Os atuais modelos prognósticos para avaliação dos pacientes críticos transplantados são inacurados, mostrando uma tendência a superestimar a mortalidade. O objetivo do presente estudo foi comparar os escores APACHE II (the Acute Physiology and Chronic Health Score II) e o Simplified Acute Physiology Score (SAPS 3) na admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) quanto a sua capacidade de avaliar mortalidade em 90 dias em pacientes transplantados. MÉTODOS O delineamento do estudo é uma coorte prospectiva realizada na UTI de transplantes do Hospital Dom Vicente Scherer, Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, Brasil. Os dados foram coletados durante o período de maio 2006 a janeiro de 2007. Foram arrolados 501 pacientes pós transplante imediato admitidos na UTI sendo calculado os escores APACHE II e SAPS 3 na sua admissão e 90 dias pós sua internação na unidade. Os escores foram comparados pela obtenção da área sobre a curva (AUROC). RESULTADOS Foram arrolados no estudo 501 pacientes, sendo 328 homens e 173 mulheres, com média de idade de 45 ± 2 anos. Assim distribuídos: 152 (30%) transplantados hepáticos, 271 (54,9%) transplantados renais, 54 (10,7%) pulmonares e 24 (4,7%) rim-pâncreas. A mortalidade em 90 dias para os transplantados hepáticos, renais, pulmonares e rim-pâncreas foi respectivamente: 18 (11,8%), 7 (2,6%), 13 (24,1%) e 1 (4,2%). A média do escore SAPS 3 para transplante hepático, renal, pulmonar e rim-pâncreas foi: 41,6 ± 9.54, 21,8 ± 6.22, 29,3 ± 7,36 e 24,9 ± 7,13 e para o escore APACHE II foi 16,2 ± 5,4, 17.2 ± 3,7, 17,41 ± 4,9 e 16,0 ± 4,6.  Comparando as áreas sobre a curva (AUROC) de ambos os escores foram observados: Todos os tipos de transplante: SAPS 3-AUC 0, 696, IC 95 % 0, 607 - 0, 786. APACHE II - AUC 0, 670 e IC 95% 0, 579 - 0, 762; Transplante hepático: SAPS 3 AUC: 0, 612, IC 95% 0, 450 - 0, 773, APACHEII AUC: 0 690 e IC 95 % 0, 573 – 0,806; Transplante renal: SAPS 3 AUC: 0, 459, IC 95% 0, 220 - 0, 69, APACHE II - AUC: 0, 550, IC 95 % 0, 308 - 0, 792 Transplante pulmonar: SAPS 3 AUC: 0,753, IC 95 % 0, 588 - 0, 918. APACHE II - AUC 0, 786 e IC 95% 0, 643 - 0, 929. CONCLUSÃO No nosso estudo não foi observada nenhuma diferença no desempenho dos escores SAPS 3 e o APACHE II em predizer mortalidade nos pacientes críticos transplantados. A comparação da AUROC ( área sobre a curva ROC) para os dois modelos mostrou correlação intermediária nos transplantados pulmonares e pobre para todos os outros tipos de transplantes . Os presentes resultados não corroboram o uso do escore APACHE II e SAPS 3 como instrumento de predição de mortalidade neste grupo de pacientes.
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