Avaliação da tolerância ao mesilato de imatinibe nos pacientes em tratamento oral da leucemia mielóide crônica no ambulatório do Hopital de Clínicas de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Torriani, Mayde Seadi
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/13060
Resumo: Introdução: A leucemia mielóide crônica (LMC) é resultado de uma proliferação clonal de uma célula tronco hematopoética. A doença é caracterizada por três fases distintas: fase crônica, fase acelerada e fase blástica, e também pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph), uma anormalidade genética resultante da translocação recíproca entre os cromossomos t(9;22)(q34;q11) que leva ao surgimento do gene híbrido BCRABL, cuja oncoproteína de mesmo nome, tem alta atividade tirosina quinase e sem controle. Os tratamentos para a LMC incluem a hidroxiuréia (HU), o transplante de medula óssea, considerado o único curativo, o alfa-interferona (IFN-alfa) e, mais recentemente, o mesilato de imatinibe (MI), que revolucionou o tratamento para LMC por sua baixa toxicidade e efeitos terapêuticos. Quanto maior a complexidade dos novos tratamentos disponíveis, maior o risco de problemas relacionados com medicamentos (PRMs).As reações adversas aos medicamentos (RAMs) do câncer podem acarretar baixa adesão ao tratamento ou conseqüências graves originárias da alta toxicidade da terapia. Esses problemas de saúde, causa de morbidade e mortalidade, vinculados ou suspeitos de estar relacionados ao tratamento, podem vir a interferir nos resultados e na qualidade de vida do paciente.Objetivos: Este estudo tem por objetivos (1) avaliar a efetividade do tratamento com mesilato de imatinibe em uma coorte de pacientes com leucemia mielóide crônica, (2) descrever e classificar as taxas de reações adversas ao MI, (3) relacionar as freqüências de RAMs com as doses do MI,(4) avaliar a resposta ao tratamento e, (5) avaliar a qualidade de vida dos pacientes. Métodos: esta coorte não controlada, contemporânea, incluiu 50 pacientes com LMC, tratados ambulatorialmente com MI e em acompanhamento farmacêutico em um hospital universitário no sul do Brasil. Os pacientes foram acompanhados por 12 meses para identificar suspeitas de reações adversas a medicamentos (RAMs) durante o tratamento. Os tipos de reações foram classificados e a relação de causalidade foi estabelecida através do algoritmo de Naranjo. A qualidade de vida foi avaliada através do questionário WHOQOL-bref.9 Resultados: O estudo acompanhou 50 pacientes com doses e ≤ 400mg (35) e >400mg (15). As RAMs mais comuns foram câimbra (66%), náuseas (58%), cefaléia (30%), edema periorbital (30%), fadiga (20%) e diarréia (20%). Dos pacientes em tratamento ≤400 mg, 30 (85,7%) atingiram remissão citogenética maior (RCGM) e dos 15 pacientes tratados com >400 mg, 6 (40%) atingiram a RCGM. Não houve diferença estatística significativa na qualidade de vida medida no início, após 6 meses e após 12 meses de tratamento. Conclusão: os pacientes com LMC tratados com MI no ambulatório do HCPA apresentaram boa resposta ao tratamento, com baixo índice de reações adversas graves, e boa qualidade de vida, semelhantes às descritas na literatura.
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