Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Armelenti, Garibaldi
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/106343
Resumo: Um estudo petrográfico foi conduzido na seção rifte do Grupo Lagoa Feia, Cretáceo Inferior da Bacia de Campos, margem leste brasileira, como parte de um projeto regional integrado. Os principais constituintes das rochas analisadas são grãos siliciclásticos e vulcanoclásticos, oóides e pelóides estevensíticos, e bioclastos de bivalves e ostracodes. Este estudo foi focado nas rochas clásticas, estevensíticas e híbridas, desde que os estudos precedentes ficaram limitados às rochas carbonáticas que constituem os reservatórios produtores. A maior parte da sedimentação rifte foi intrabacial, com concentração da contribuição extrabacial na proximidade das falhas de borda dos blocos rifteados. Nos arenitos e conglomerados clásticos, a mistura de fragmentos vulcânicos arredondados com grãos de quartzo e feldspatos e fragmentos plutônicos angulosos indica a reciclagem de depósitos epiclásticos do início do rifte, combinada com sedimentos de primeiro ciclo erodidos de blocos soerguidos do embasamento granítico-gnáissico. Os oóides e pelóides estevensíticos foram formados em ambientes lacustres alcalinos rasos, levemente agitados por ondas ou correntes. Eles foram misturados com bioclastos de bivalves e ostracodes e com sedimentos clásticos em toda seção rifte. Esta re-deposição gravitacional foi promovida por movimentos tectônicos ao longo das margens dos blocos estruturais falhados. Os principais processos diagenéticos nos arenitos e conglomerados clásticos e nos arenitos híbridos são a cimentação e substituição de grãos por esmectita, zeolitas, calcita e dolomita, compactação limitada e dissolução de feldspatos, fragmentos vulcânicos e bioclastos. Os arenitos estevensíticos sofreram cimentação precoce e substituição dos oóides e pelóides por quartzo, calcita e dolomita, ou intensa compactação dos grãos estevensíticos dúcteis nas áreas não cimentadas. Arenitos e conglomerados vulcanoclásticos com porosidade intergranular parcialmente reduzida por franjas de esmectita e com alguma dissolução de grãos podem constituir reservatórios de qualidade regular. Arenitos estevensíticos e híbridos com dissolução de grãos estevensíticos, bioclastos e de cimento de calcita podem também constituir reservatórios, com qualidade potencial limitada pela conexão restrita de tais sistemas porosos. A compreensão dos controles espaciais e temporais sobre a evolução deposicional e diagenética das litologias rifte carbonáticas e não-carbonáticas, gravitacionalmente re-depositadas, irá contribuir para o estabelecimento de novas estratégias de exploração para a Bacia de Campos.
id URGS_f66f195b53ac4affafd24e69297760ae
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/106343
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Armelenti, GaribaldiDe Ros, Luiz Fernando2014-11-05T02:13:30Z2014http://hdl.handle.net/10183/106343000936121Um estudo petrográfico foi conduzido na seção rifte do Grupo Lagoa Feia, Cretáceo Inferior da Bacia de Campos, margem leste brasileira, como parte de um projeto regional integrado. Os principais constituintes das rochas analisadas são grãos siliciclásticos e vulcanoclásticos, oóides e pelóides estevensíticos, e bioclastos de bivalves e ostracodes. Este estudo foi focado nas rochas clásticas, estevensíticas e híbridas, desde que os estudos precedentes ficaram limitados às rochas carbonáticas que constituem os reservatórios produtores. A maior parte da sedimentação rifte foi intrabacial, com concentração da contribuição extrabacial na proximidade das falhas de borda dos blocos rifteados. Nos arenitos e conglomerados clásticos, a mistura de fragmentos vulcânicos arredondados com grãos de quartzo e feldspatos e fragmentos plutônicos angulosos indica a reciclagem de depósitos epiclásticos do início do rifte, combinada com sedimentos de primeiro ciclo erodidos de blocos soerguidos do embasamento granítico-gnáissico. Os oóides e pelóides estevensíticos foram formados em ambientes lacustres alcalinos rasos, levemente agitados por ondas ou correntes. Eles foram misturados com bioclastos de bivalves e ostracodes e com sedimentos clásticos em toda seção rifte. Esta re-deposição gravitacional foi promovida por movimentos tectônicos ao longo das margens dos blocos estruturais falhados. Os principais processos diagenéticos nos arenitos e conglomerados clásticos e nos arenitos híbridos são a cimentação e substituição de grãos por esmectita, zeolitas, calcita e dolomita, compactação limitada e dissolução de feldspatos, fragmentos vulcânicos e bioclastos. Os arenitos estevensíticos sofreram cimentação precoce e substituição dos oóides e pelóides por quartzo, calcita e dolomita, ou intensa compactação dos grãos estevensíticos dúcteis nas áreas não cimentadas. Arenitos e conglomerados vulcanoclásticos com porosidade intergranular parcialmente reduzida por franjas de esmectita e com alguma dissolução de grãos podem constituir reservatórios de qualidade regular. Arenitos estevensíticos e híbridos com dissolução de grãos estevensíticos, bioclastos e de cimento de calcita podem também constituir reservatórios, com qualidade potencial limitada pela conexão restrita de tais sistemas porosos. A compreensão dos controles espaciais e temporais sobre a evolução deposicional e diagenética das litologias rifte carbonáticas e não-carbonáticas, gravitacionalmente re-depositadas, irá contribuir para o estabelecimento de novas estratégias de exploração para a Bacia de Campos.A petrographic study was conducted on the rift section of the Lagoa Feia Group, Lower Cretaceous of the Campos Basin, eastern Brazilian margin, as part of a regional, integrated project. The main primary constituents of the analyzed rocks are siliciclastic and volcaniclastic grains, stevensitic ooids and peloids, and bivalve and ostracod bioclasts. This study focused in the clastic, stevensitic and hybrid rocks, as previous studies were limited to the bioclastic rudstones and grainstones that constitute the producing reservoirs. Most rift sedimentation was intrabasinal, with extrabasinal contribution concentrated at the proximity of border faults along rifted blocks. In the clastic sandstones and conglomerates, the mixture of rounded volcanic fragments with angular quartz, feldspars and plutonic fragments indicates the recycling of early rift epiclastic deposits, combined with first-cycle sediments eroded from uplifted granitic-gneissic basement blocks. Stevensitic ooids and peloids were formed in shallow, alkaline lacustrine environments, slightly agitated by waves or currents. They were mixed throughout the rift section with bivalve and ostracod bioclasts, and with clastic sediments. This gravitational re-deposition was promoted by intense and recurrent tectonic movements along the margins of rifted structural blocks. The main diagenetic processes in clastic sandstones and conglomerates and hybrid arenites are cementation and grain replacement by smectite, zeolites, calcite and dolomite, limited compaction and dissolution of feldspars, volcanic fragments and bioclasts. Stevensitic arenites experienced early cementation and replacement of ooids and peloids by quartz, calcite and dolomite, or intense compaction of the ductile stevensitic grains in uncemented areas. Volcaniclastic sandstones and conglomerates with intergranular porosity partially reduced by smectite rims and some grain dissolution may constitute fair hydrocarbon reservoirs. Stevensitic and hybrid arenites with dissolution of stevensitic grains, bioclasts and calcite cement may also constitute reservoirs, with potential quality limited by the poor connection of such pore systems. The understanding of the space and time controls on the depositional and diagenetic evolution of the dominantly intrabasinal, gravitationally re-deposited rift carbonate and non-carbonate rocks will contribute to new exploration strategies for the Campos Basin.application/pdfporDiageneseSedimentologiaCampos, Bacia de (RJ)Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Camposinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2014mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000936121.pdf000936121.pdfTexto completoapplication/pdf8929322http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106343/1/000936121.pdfb878b8d1476ba6ab433fe6dbcf2ce912MD51TEXT000936121.pdf.txt000936121.pdf.txtExtracted Texttext/plain192433http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106343/2/000936121.pdf.txt7d9a4d76f1ab8a88b5beeb7e33c46f76MD52THUMBNAIL000936121.pdf.jpg000936121.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1237http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106343/3/000936121.pdf.jpg3a378ad2a5b0f076faf26b4595234046MD5310183/1063432018-10-19 10:16:25.591oai:www.lume.ufrgs.br:10183/106343Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-19T13:16:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
title Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
spellingShingle Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
Armelenti, Garibaldi
Diagenese
Sedimentologia
Campos, Bacia de (RJ)
title_short Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
title_full Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
title_fullStr Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
title_full_unstemmed Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
title_sort Deposição, diagênese e potencial de reservatório das rochas sedimentares não-carbonáticas da seção rifte da Bacia de Campos
author Armelenti, Garibaldi
author_facet Armelenti, Garibaldi
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Armelenti, Garibaldi
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv De Ros, Luiz Fernando
contributor_str_mv De Ros, Luiz Fernando
dc.subject.por.fl_str_mv Diagenese
Sedimentologia
Campos, Bacia de (RJ)
topic Diagenese
Sedimentologia
Campos, Bacia de (RJ)
description Um estudo petrográfico foi conduzido na seção rifte do Grupo Lagoa Feia, Cretáceo Inferior da Bacia de Campos, margem leste brasileira, como parte de um projeto regional integrado. Os principais constituintes das rochas analisadas são grãos siliciclásticos e vulcanoclásticos, oóides e pelóides estevensíticos, e bioclastos de bivalves e ostracodes. Este estudo foi focado nas rochas clásticas, estevensíticas e híbridas, desde que os estudos precedentes ficaram limitados às rochas carbonáticas que constituem os reservatórios produtores. A maior parte da sedimentação rifte foi intrabacial, com concentração da contribuição extrabacial na proximidade das falhas de borda dos blocos rifteados. Nos arenitos e conglomerados clásticos, a mistura de fragmentos vulcânicos arredondados com grãos de quartzo e feldspatos e fragmentos plutônicos angulosos indica a reciclagem de depósitos epiclásticos do início do rifte, combinada com sedimentos de primeiro ciclo erodidos de blocos soerguidos do embasamento granítico-gnáissico. Os oóides e pelóides estevensíticos foram formados em ambientes lacustres alcalinos rasos, levemente agitados por ondas ou correntes. Eles foram misturados com bioclastos de bivalves e ostracodes e com sedimentos clásticos em toda seção rifte. Esta re-deposição gravitacional foi promovida por movimentos tectônicos ao longo das margens dos blocos estruturais falhados. Os principais processos diagenéticos nos arenitos e conglomerados clásticos e nos arenitos híbridos são a cimentação e substituição de grãos por esmectita, zeolitas, calcita e dolomita, compactação limitada e dissolução de feldspatos, fragmentos vulcânicos e bioclastos. Os arenitos estevensíticos sofreram cimentação precoce e substituição dos oóides e pelóides por quartzo, calcita e dolomita, ou intensa compactação dos grãos estevensíticos dúcteis nas áreas não cimentadas. Arenitos e conglomerados vulcanoclásticos com porosidade intergranular parcialmente reduzida por franjas de esmectita e com alguma dissolução de grãos podem constituir reservatórios de qualidade regular. Arenitos estevensíticos e híbridos com dissolução de grãos estevensíticos, bioclastos e de cimento de calcita podem também constituir reservatórios, com qualidade potencial limitada pela conexão restrita de tais sistemas porosos. A compreensão dos controles espaciais e temporais sobre a evolução deposicional e diagenética das litologias rifte carbonáticas e não-carbonáticas, gravitacionalmente re-depositadas, irá contribuir para o estabelecimento de novas estratégias de exploração para a Bacia de Campos.
publishDate 2014
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-11-05T02:13:30Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2014
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/106343
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000936121
url http://hdl.handle.net/10183/106343
identifier_str_mv 000936121
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106343/1/000936121.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106343/2/000936121.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106343/3/000936121.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv b878b8d1476ba6ab433fe6dbcf2ce912
7d9a4d76f1ab8a88b5beeb7e33c46f76
3a378ad2a5b0f076faf26b4595234046
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309056053706752