Análise faciológica das rochas sedimentares e vulcanoclásticas do Grupo Serra Geral no Rio Grande do Sul : implicações para o paleoambiente vulcânico

• Autor(a) principal: Cruz, Vinícius Godoi Pereira da
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/259335
• topic: Petrografia; Rochas sedimentares; Grupo Serra Geral; Rio Grande do Sul

Diversas Grandes Províncias Ígneas (GPI) são cronologicamente correlacionáveis com períodos de profunda mudanças climáticas e ambientais, incluindo eventos de extinções em massa. Apesar disto poucos estudos foram realizados buscando entender como a colocação de GPI impacta o registro sedimentar e o paleoambiente localmente associado ao vulcanismo. As rochas sedimentares e mistas vulcanoclásticas-sedimentares encontradas intercaladas com as lavas de GPI fornecem um dos melhores registros litológicos para averiguar a influência do vulcanismo nos processos sedimentares contemporâneos. Este trabalho descreve e interpreta as fácies das rochas sedimentares e mistas sedimentares-vulcanoclásticas que ocorrem intercaladas com a porção sul do Grupo Serra Geral (Província Ígnea Paraná-Etendeka; regiões de Barros Cassal e Veranópolis – Rio Grande do Sul). As rochas sedimentares representam o restabelecimento dos sistemas deposicionais durante períodos de quiescência vulcânica. Suas fácies indicam a existência de depósitos formados por fluxos fluviais efêmeros, por pequenos lagos e pela deposição eólica. As rochas mistas vulcanoclásticas-sedimentares representam a interação entre lavas/magmas e depósitos/sistemas sedimentares quando da retomada da atividade vulcânica. Suas fácies sugerem a ampla presença de processos relacionados a interação magma-água. As fácies descritas neste trabalho sugerem condições úmidas durante o vulcanismo, distinto do ambiente desértico que existia antes e durante, as primeiras erupções (Fm. Botucatu). A existência de condições úmidas já foram sugeridas para outras regiões do Grupo Serra Geral, indicando uma mudança paleoambiental em toda a Bacia do Paraná. Mudanças climáticas provocadas pela liberação de grandes volumes de SO2 devido à atividade vulcânica podem ser um dos mecanismos pelos quais a colocação da Província Ígnea Paraná-Etendeka influenciou a distribuição de precipitação durante o Cretáceo Inferior.