Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Rodrigo Caruccio
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/17325
Resumo: A atividade, uso do microhabitat e área de vida do lagarto Cnemidophorus vacariensis, espécie ameaçada de extinção, foram estudados de outubro de 2006 a setembro de 2007 em dois afloramentos rochosos no município de Bom Jesus. A área, demarcada por estacas georreferenciadas, foi percorrida aleatoriamente das 08:00 às 18:00h registrando a atividade e o microhabitat utilizado pelos lagartos. O estudo da área de vida foi realizado através de um sistema de marcação e recapturas. As taxas mensais de registros dos lagartos estiveram relacionadas às variações mensais das temperaturas ambientais. C. vacariensis apresentou hábito diurno nas quatro estações, com períodos de atividade diária variando significativamente entre as estações de primavera e verão. A maioria dos lagartos ativos foi encontrada em temperaturas do ar que variaram de 27°C a 31,9°C e em temperaturas do substrato de 27°C a 32,9°C. Os dados sugerem que a atividade diária e sazonal da espécie resulta da interação de, pelo menos, três fatores: variações das temperaturas ambientais; seu modo de forrageamento; suas relações térmicas com o ambiente. C. vacariensis mostrou-se um lagarto terrícola, com forte preferência por áreas abertas, esta que é uma tendência das espécies do gênero. As tocas foram o principal microhabitat utilizado pelos lagartos (56,38%). Quando em atividade, 54,76% dos espécimes foram encontrados sob rocha e 38,1% sobre solo com vegetação rasteira. A espessura das rochas sob as quais construíram suas tocas foi significativamente maior nas estações com temperaturas ambientais mais elevadas (0= 13,45cm) em relação às estações mais frias (0 = 9,85cm). Sugere-se que C. vacariensis termorregula em seus abrigos. A média das espessuras das rochas selecionadas pelos adultos (x = 12,94 cm) foi significativamente maior que a dos jovens (0= 9,86cm). Machos e fêmeas não apresentaram diferenças significativas. O tamanho médio da área de vida dos machos (0 = 103,3 + 60,06 m2; n = 3) foi expressivamente maior que a dos jovens (0 = 8,35 + 8,01 m2; n = 3), apesar de não diferirem significativamente, o que pode estar relacionado à sua estratégia para maximizar o acesso a fêmeas e seu maior tamanho corporal. Para os machos foi registrada a maior média de distâncias percorridas (0 = 76,76 + 52,16 m; n = 5), enquanto que fêmeas (0 = 23,11 + 18,43 m; n = 3) e jovens (0 = 35,72 + 35,34 m; n = 5) percorreram distâncias menores. Os dados sugerem que as fêmeas possuem um comportamento social residente. As sobreposições de deslocamentos de machos com áreas de vida de outros machos podem indicar que não existe exclusão mútua entre eles, sugerindo que não ocorre defesa de território por estes lagartos.
id URGS_f78589471a7c28a6ca01c1af02681dfa
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/17325
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Santos, Rodrigo CaruccioVerrastro Viñas, Laura2009-09-24T04:18:58Z2008http://hdl.handle.net/10183/17325000710658A atividade, uso do microhabitat e área de vida do lagarto Cnemidophorus vacariensis, espécie ameaçada de extinção, foram estudados de outubro de 2006 a setembro de 2007 em dois afloramentos rochosos no município de Bom Jesus. A área, demarcada por estacas georreferenciadas, foi percorrida aleatoriamente das 08:00 às 18:00h registrando a atividade e o microhabitat utilizado pelos lagartos. O estudo da área de vida foi realizado através de um sistema de marcação e recapturas. As taxas mensais de registros dos lagartos estiveram relacionadas às variações mensais das temperaturas ambientais. C. vacariensis apresentou hábito diurno nas quatro estações, com períodos de atividade diária variando significativamente entre as estações de primavera e verão. A maioria dos lagartos ativos foi encontrada em temperaturas do ar que variaram de 27°C a 31,9°C e em temperaturas do substrato de 27°C a 32,9°C. Os dados sugerem que a atividade diária e sazonal da espécie resulta da interação de, pelo menos, três fatores: variações das temperaturas ambientais; seu modo de forrageamento; suas relações térmicas com o ambiente. C. vacariensis mostrou-se um lagarto terrícola, com forte preferência por áreas abertas, esta que é uma tendência das espécies do gênero. As tocas foram o principal microhabitat utilizado pelos lagartos (56,38%). Quando em atividade, 54,76% dos espécimes foram encontrados sob rocha e 38,1% sobre solo com vegetação rasteira. A espessura das rochas sob as quais construíram suas tocas foi significativamente maior nas estações com temperaturas ambientais mais elevadas (0= 13,45cm) em relação às estações mais frias (0 = 9,85cm). Sugere-se que C. vacariensis termorregula em seus abrigos. A média das espessuras das rochas selecionadas pelos adultos (x = 12,94 cm) foi significativamente maior que a dos jovens (0= 9,86cm). Machos e fêmeas não apresentaram diferenças significativas. O tamanho médio da área de vida dos machos (0 = 103,3 + 60,06 m2; n = 3) foi expressivamente maior que a dos jovens (0 = 8,35 + 8,01 m2; n = 3), apesar de não diferirem significativamente, o que pode estar relacionado à sua estratégia para maximizar o acesso a fêmeas e seu maior tamanho corporal. Para os machos foi registrada a maior média de distâncias percorridas (0 = 76,76 + 52,16 m; n = 5), enquanto que fêmeas (0 = 23,11 + 18,43 m; n = 3) e jovens (0 = 35,72 + 35,34 m; n = 5) percorreram distâncias menores. Os dados sugerem que as fêmeas possuem um comportamento social residente. As sobreposições de deslocamentos de machos com áreas de vida de outros machos podem indicar que não existe exclusão mútua entre eles, sugerindo que não ocorre defesa de território por estes lagartos.application/pdfporCnemidophorus vacariensisHabitatReprodução animalEcologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vidainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de BiociênciasPrograma de Pós-Graduação em Biologia AnimalPorto Alegre, BR-RS2008mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000710658.pdf.txt000710658.pdf.txtExtracted Texttext/plain115298http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17325/2/000710658.pdf.txt64cf49f490504841c3eeedf83c5d0e47MD52ORIGINAL000710658.pdf000710658.pdfTexto completoapplication/pdf1430153http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17325/1/000710658.pdf92f89e38619af18b822dcc84d08a713fMD51THUMBNAIL000710658.pdf.jpg000710658.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1292http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17325/3/000710658.pdf.jpgb7188f0787808ceba7f0fa81f32cf2caMD5310183/173252018-10-05 08:20:26.506oai:www.lume.ufrgs.br:10183/17325Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-05T11:20:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
title Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
spellingShingle Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
Santos, Rodrigo Caruccio
Cnemidophorus vacariensis
Habitat
Reprodução animal
title_short Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
title_full Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
title_fullStr Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
title_full_unstemmed Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
title_sort Ecologia de Cnemidophorus vacariensis Feltrim & Lema, 2000 (Squamata, Teiidae) nos campos do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, Brasil : atividade, uso do microhabitat e área de vida
author Santos, Rodrigo Caruccio
author_facet Santos, Rodrigo Caruccio
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos, Rodrigo Caruccio
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Verrastro Viñas, Laura
contributor_str_mv Verrastro Viñas, Laura
dc.subject.por.fl_str_mv Cnemidophorus vacariensis
Habitat
Reprodução animal
topic Cnemidophorus vacariensis
Habitat
Reprodução animal
description A atividade, uso do microhabitat e área de vida do lagarto Cnemidophorus vacariensis, espécie ameaçada de extinção, foram estudados de outubro de 2006 a setembro de 2007 em dois afloramentos rochosos no município de Bom Jesus. A área, demarcada por estacas georreferenciadas, foi percorrida aleatoriamente das 08:00 às 18:00h registrando a atividade e o microhabitat utilizado pelos lagartos. O estudo da área de vida foi realizado através de um sistema de marcação e recapturas. As taxas mensais de registros dos lagartos estiveram relacionadas às variações mensais das temperaturas ambientais. C. vacariensis apresentou hábito diurno nas quatro estações, com períodos de atividade diária variando significativamente entre as estações de primavera e verão. A maioria dos lagartos ativos foi encontrada em temperaturas do ar que variaram de 27°C a 31,9°C e em temperaturas do substrato de 27°C a 32,9°C. Os dados sugerem que a atividade diária e sazonal da espécie resulta da interação de, pelo menos, três fatores: variações das temperaturas ambientais; seu modo de forrageamento; suas relações térmicas com o ambiente. C. vacariensis mostrou-se um lagarto terrícola, com forte preferência por áreas abertas, esta que é uma tendência das espécies do gênero. As tocas foram o principal microhabitat utilizado pelos lagartos (56,38%). Quando em atividade, 54,76% dos espécimes foram encontrados sob rocha e 38,1% sobre solo com vegetação rasteira. A espessura das rochas sob as quais construíram suas tocas foi significativamente maior nas estações com temperaturas ambientais mais elevadas (0= 13,45cm) em relação às estações mais frias (0 = 9,85cm). Sugere-se que C. vacariensis termorregula em seus abrigos. A média das espessuras das rochas selecionadas pelos adultos (x = 12,94 cm) foi significativamente maior que a dos jovens (0= 9,86cm). Machos e fêmeas não apresentaram diferenças significativas. O tamanho médio da área de vida dos machos (0 = 103,3 + 60,06 m2; n = 3) foi expressivamente maior que a dos jovens (0 = 8,35 + 8,01 m2; n = 3), apesar de não diferirem significativamente, o que pode estar relacionado à sua estratégia para maximizar o acesso a fêmeas e seu maior tamanho corporal. Para os machos foi registrada a maior média de distâncias percorridas (0 = 76,76 + 52,16 m; n = 5), enquanto que fêmeas (0 = 23,11 + 18,43 m; n = 3) e jovens (0 = 35,72 + 35,34 m; n = 5) percorreram distâncias menores. Os dados sugerem que as fêmeas possuem um comportamento social residente. As sobreposições de deslocamentos de machos com áreas de vida de outros machos podem indicar que não existe exclusão mútua entre eles, sugerindo que não ocorre defesa de território por estes lagartos.
publishDate 2008
dc.date.issued.fl_str_mv 2008
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2009-09-24T04:18:58Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/17325
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000710658
url http://hdl.handle.net/10183/17325
identifier_str_mv 000710658
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17325/2/000710658.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17325/1/000710658.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17325/3/000710658.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 64cf49f490504841c3eeedf83c5d0e47
92f89e38619af18b822dcc84d08a713f
b7188f0787808ceba7f0fa81f32cf2ca
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085154708783104